Opinião

Opiniao 26 02 2019 7754

O fim está próximo

Marlene de Andrade*

O coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos. (Provérbios 17:22). 

Existem cinco tipos de Hepatite, a saber: hepatite A B C D e E. Elas são doenças infecciosas que afetam o fígado. A hepatite A, geralmente tem cura espontânea e pode ser transmitida através de alimentos e/ou água contaminada pelas fezes humanas, porém as hepatites B e C, que podem desaparecer na fase aguda, têm mais probabilidade de se tornarem crônicas.

A hepatite A já era conhecida, quando na década de 90 descobriram a Hepatite B, que é uma doença infecciosa, a qual afeta o fígado e é causada pelo vírus da hepatite B (VHB).  Esse vírus pode causar infecções tanto agudas como crônicas e pode passar despercebida na fase aguda, pois na maioria das vezes cursa sem sintomas e quando eles ocorrem podem vir acompanhados de  dor abdominal, pele e olhos  amarelados, cansaço e urina de cor escura. Nessa fase, raramente, a pessoa vai a óbito a não ser que o organismo esteja muito debilitado como é no caso da AIDS. Na fase crônica a Hepatite B possui o risco de desencadear  cirrose e câncer de fígado.

A pessoa pode se contaminar com o vírus da hepatite B pela partilha de seringas entre consumidores de drogas e através de relações sexuais desprotegidas, transfusões de sangue, hemodiálise, tatuagens e acupuntura realizada com agulhas infectadas.

O diagnóstico é geralmente feito através de análises do sangue que confirmam a presença da hepatite B e hoje a doença pode ser evitada através de vacinação. Em pessoas com hepatite B crônica podem ser usados medicamento antivirais que aumentam a expectativa de vida seguido de um bom estado de saúde.

Lembro-me que no meado dos anos 70, quando me formei em medicina, não se ouvia falar de hepatite B C D e E e devido ao fato no Pronto Socorro/PS onde trabalhei no RJ como médica, tanto eu como meus colegas, suturávamos os ferimentos das pessoas que chegavam feridas por acidentes através de objetos  perfuro-cortantes sem o uso de luvas para nos protegermos de possíveis doenças contagiosas, mas felizmente essa fase passou e os trabalhadores de saúde acordaram.

Temos que dar graças a Deus por existirem cientistas comprometidos com as pesquisas das doenças e que depois de as descobrirem por terem se debruçado em pesquisas anos e anos acabam também descobrindo  suas causas e tratamento.  

A medicina ideal é a preventiva e por isso é inadmissível que nos adoeçamos porque não fomos preventivos e deixamos a nossa saúde de lado como se doenças não existissem.

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT – CRM/RR 339 RQE 341

——————————————-

Amor, antigo amor

Walber Aguiar*

“Não chores as coisas velhas com lágrimas novas” (Provérbio grego)

Fechada a porta, restou apenas o silêncio e a solidão. Mas, aberto o janelão da lembrança, a vida ganhou mais corpo, tessitura, densidade. Isso porque, conquanto dolorosa, a ausência, produto da separação, toca no nervo exposto da fragmentação afetiva. Toda separação é traumática, e todo trauma requer tempo e adaptação. Se formos feitos para o outro, como seres perdidamente gregários, então é melhor seguir adiante. Depois, durante o percurso, pensaremos no dia seguinte, no ano que vem no tempo que resta.

Ora, o amor é soberanamente delicioso. Ele segue livre e sem rédeas. Feito “cavalo selvagem” no campo do coração, não se deixa domar pelo medo ou domesticar por qualquer tipo de jugo que se apresente. Solto no pasto do sentimento, o alazão que nos habita o peito resfolega com força. E nesse resfolegar intenso, cavalga soberano. Por isso é tão complicado o encurralamento existencial e afetivo. Por essa causa o conforto do lar e a aparente normalidade podem encabrestar a paixão que ama e o amor que se apaixona. Aí, perdido, confuso e sem espaço, ele adoece e morre.

Educados pela cultura do casamento, somos empurrados na direção da domesticação e da conjugalidade. A família pressiona a igreja cobra, a sociedade pede explicações bem definidas. Tal cerco nos encurrala e a felicidade parece resumir-se à união familiar.

Felizes para sempre? Nem tanto. Disso infere-se que ser feliz eternamente, talvez seja até muito chato. Porém, a felicidade continua lá, pendurada na parede, na forma de um velho quadro amarelado que já não traduz a realidade. Enquanto o desejo traz o sonho, ainda que mal elaborado, a rotina esmaga com seus compromissos “inadiáveis”. Torneira pingando, menino chorando, casa por limpar, exigência profissional, estudo, competição, falta de tempo, ausência de carinho. Tudo isso converge para o desgaste emocional e para um desenlace quase sempre trágico e doloroso.

Por mais que se tente manter as aparências, o coração não se deixa enganar. Ele não suporta a hipocrisia, a plasticidade e o fisiologismo. Ele precisa de ar puro no meio de um relacionamento estreito e sufocante. Mas, o que fazer, se a felicidade não cabe em nossas tradições, peias, doutrinas e ortodoxias? Forçar a barra de um sentimento que já não existe?

Por pensar no vazio que enfrentarão adiante, muitos preferem continuar vivendo um “inferno” relacional. Ora, não há Deus ou aconselhamento pastoral que salve um casamento já desfeito. Isso porque o afeto tem que partir do coração de quem ama, e não de um pretenso milagre posto à força diante de Deus, como se ele pudesse nos enfiar o relacionamento goela abaixo.

Assim, o melhor caminho a tomar nesse momento é o da “infelicidade”, se assumirmos a via do casamento como a “única” que pode dar sentido e rumo ao existir. Isso porque, ser infeliz em cumplicidade é pior que curtir o desalento da solidão e do abandono. Arrastar duas criaturas na direção do fosso da culpa, do tormento, da inimizade, da aparência, da grosseria, da violência, da privação de afeto, da indiferença, do dedo apontado da igreja, do medo da língua e suas conseqüências, só para satisfazer à hipocrisia social e/ ou eclesiástica é viver, a priori, o “inferno de Dante”, com seus demônios, garfos e culpas.

Ser feliz para sempre é apostar na liberdade, na autonomia, na deliciosa soberania do amor, pois ele jamais pode ser montado, selado, agendado ou encabrestado. O que passar disso é dor, desespero e ilusão. Não amor.  

*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras.

E-mail: [email protected]

——————————————-

Como ter paz em meio a tantos conflitos

Vera Sábio*

“A paz no mundo começa em mim”.

Esta frase, retirada de uma linda canção; remete a cada um a responsabilidade pela paz que tanto queremos que aconteça.

Então como praticá-la?

A inquietude entra pelos olhos e pelos ouvidos, acelera o coração e acaba por nos adoecer, tornando além da ansiedade e agitação interna, outros grandes malefícios, como: pressão alta, ataques cardíacos, fobias, níveis de estresses que chegam a depressão; enfim uma corrente de manifestações que só produzem outras ações ainda piores.

“Aquietai o vosso coração” disse Jesus. Diante de tudo que lhe aconteceu, de qualquer tempestade que passaria e até mesmo da revelação do quanto terrível seria a sua morte, Jesus soube e nos ensinou a termos paz.

Temos técnicas que nos ajudam a aquietar e uma das mais eficientes e simples é saber respirar e se concentrar na respiração.

Inspirar, trazer o ar para dentro dos pulmões é a primeira manifestação de quem nasce para vida; ou seja: traz vida, nos enche de vida e produz mais vida.

Vida nova e transformada, atitudes de paz; onde enquanto inspiramos, precisamos focar no quanto de vida queremos e na qualidade de vida que pretendemos atingir.  Já que podemos respirar um oxigênio puro, um novo ânimo, novas energias, maior solidariedade, com novas possibilidades de harmonia, união e amor.

Ao espirarmos, antecipamos a morte em cada esvaziamento dos pulmões; visto que será nossa última atitude, nossa despedida desta terra.

Por isso é bom aprender, que em cada espiração é possível se esvaziar do que não é bom, do que nos deixa ansiosos, inquietos, egoístas e preocupados; para que com o ar que já não serve mais, escape tudo que nos prejudica, tudo que tira nossa paz. Agradecendo a oportunidade que temos de inspirar outra vez.

Sabemos que para todos, haverá uma última espiração. Então de nada adianta guardar mágoas e sentimentos negativos; pois tudo passa e nós passaremos. Precisando aproveitar com bondade e amor o momento que temos agora, ofertando a vida toda a nossa gratidão.

Assim conquistaremos dentro de nós a verdadeira paz que é capaz de transformar o mundo.

*Escritora, psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega com grande visão interna.

Adquira meu livro “Enxergando o Sucesso com as Mãos” Cel 95 991687731

Blog: enxergandocomosdedos.blogspot.com.br

——————————————-

Vá com cautela

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Convém estar sempre comedido ao falar e escrever, e exteriorizar sempre o que for necessário. Quando as palavras escapam, através da língua ou da caneta, torna-se bem difícil controlá-las.” (Richelieu)

A crítica é um barco sem rumo. Não é à toa que é tão fácil criticar. Normalmente a crítica chega de braços com a irresponsabilidade. Cabe ao crítico saber medir os limites da responsabilidade. O princípio mais básico da crítica responsável é criticar o ato e não quem o praticou. Deixe que a carapuça caia na cabeça de quem a merecer. Quando criticamos com responsabilidade, somos respeitados. Vamos maneirar no arrufo de críticas açodadas. Um comentário seu pode ser confundido com uma crítica. E daí? Quando alguém se aborrece com uma crítica é porque a mereceu. Se não a merece não há por que se aborrecer. Ela pode ser uma orientação indireta que deve ser aproveitada como ensinamento.

A crítica faz parte da política. E é na medida em que ela é feita, que analisamos a competência do crítico. Não é à toa que ainda não temos uma política equilibrada politicamente, que possamos, nela, analisar a competência dos políticos. O problema não está só na política. Pouca gente tem dado importância à importância da crítica no âmbito profissional, em todos os setores. Ontem estive, aqui na Ilha Comprida, num Posto de Saúde. Fiquei encantado com a qualidade no atendimento. Tudo era de primeira qualidade. Entretanto, o comportamento de uma senhora que estava sendo assistida mostrou seu despreparo. Fiquei ali poucos minutos, mas deu pra ver o quanto ainda temos que trabalhar em prol da nossa educação. E como temos.

O encaixe do comportamento da senhora, no nosso assunto foi por conta das críticas que ouvi sobre o atendimento do posto. Aí saí pensando no quanto é simples e fácil criticar, para quem não é crítico. Mas, vamos sair do posto de saúde e vamos caminhar por lugares que deveriam nos servir de exemplo, sem merecer críticas. E como isso é impossível, vamos nos educar para podermos criticar, sem criticar. Comentar o errado, mas sem agressão nem desrespeito. Quando criticamos a política, na verdade criticamos o que acontece na política. Porque ela, a política é inatingível. Ela sempre supera os trancos. E é nessa superação que aprendemos o quanto somos responsáveis pelos erros e acertos na política. E quando nos conscientizamos, nos corrigimos.

Vamos maneirar um pouco nas nossas críticas. O que não quer dizer que devemos parar de criticar. Mas, vamos criticar os erros, e não quem os praticou. Sobretudo se for na política, onde a responsabilidade é nossa. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460