Opinião

Opiniao 27 02 2019 7760

Como conduzir uma negociação?

Mário Rodrigues*

Sua opinião em uma reunião de equipe ou enxergar qual a melhor maneira de apresentar um novo projeto diante da concorrência.

No setor de vendas, por exemplo, geralmente as melhores compras nascem de uma negociação bem-feita. Muito mais do que ter alguém interessado em vender e uma pessoa disposta a comprar, a busca pelos números positivos exige alguns passos a serem seguidos para que tudo se concretize da forma ideal.

A proposta não é ter um indivíduo “bom de papo”, mas, sim, alguém com habilidades para conduzir uma conversa e chegar a um acordo comum, capaz de trazer benefícios a todos. Como já foi dito por muitos estudiosos do assunto, é essencial que se tenha uma situação do tipo “ganha-ganha” para que uma troca traga resultados no longo prazo. No contrário, em questão de dias, uma das partes vai se perceber como prejudicada e uma sensação negativa será sedimentada no lugar do sentimento de bem-estar.

Antes de iniciar qualquer aproximação com um possível cliente, é de grande importância conhecer plenamente os produtos e serviços a serem comercializados e quais são os verdadeiros valores da empresa, assim será possível criar argumentos sólidos, que contribuirão para solucionar futuras dúvidas ou questionamentos. Além disso, a iniciativa também transmite a sensação de segurança, que torna o cliente mais confiante e certo de que fez a melhor opção ao fechar o negócio.

Vale lembrar também que as pessoas possuem necessidades distintas, por isso observar o motivador de compras de cada um faz a diferença. Dificilmente um mesmo produto será oferecido para um profissional do setor técnico e um comprador comum com os mesmos argumentos, pois eles possuem interesses diferentes dentro da companhia. Talvez, um preze pelo preço e condições de pagamento, enquanto o outro pode ficar mais atento às características específicas para atender a sua demanda.

A negociação tem que ser conduzida com maestria. Saber ouvir quais são as expectativas do cliente e tomar alguns cuidados básicos, como avaliar as palavras que serão utilizadas, os gestos feitos com as mãos e a postura adotada diante de uma reunião de negócios, por exemplo, poderão servir como itens decisivos na hora de fechar um contrato. O processo em si é uma arte e aqueles que conseguem dominá-lo alcançam seus objetivos com mais facilidade.

*Diretor do Instituto Brasileiro de Vendas (IBVendas)

www.ibvendas.com.br

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O serviço de psicologia na educação básica

Jessik K. Custódio Pereira*

A psicologia se interessa em estudar de que maneira a aprendizagem se dá, pois entende que o comportamento humano ocorre através deste processo, e que pouco destes comportamentos são inatos, havendo por tanto que se considerar que a maioria das respostas humanas são aprendidas. É através da capacidade de aprender que gerações futuras tomam escolhas inovadoras, pois podem se utilizar das experiências do passado como orientações para estas decisões.

Preocupamo-nos em ofertar uma psicologia que não só se ocupa de modo geral com as questões da mente humana, mas que tem enfoque diferenciado a problemáticas cada vez mais específicas da sociedade atual, considerando inclusive a educação como uma das áreas de especialização desta ciência. Assim na história da Psicologia da Educação não há separação entre a origem da psicologia científica e da evolução das práticas educativas, desta maneira a psicologia da educação surge em meio as epistemologias psicológicas e das ações práticas necessárias em áreas como a política, social, econômica e cultural.

A busca por responder o que difere o homem dos demais seres vivos do universo é histórica e milenar, estudiosos admitem que de todos os animais, o homem possui o menor número de reações inatas, fixas e invariáveis, este pensamento nos remete ao fato de encontrarmos no homem a característica de aprendizagem como fator de sua própria evolução e/ou desenvolvimento.

Surge então uma preocupação: quem deve conhecer o processo de conhecimento humano e quem deve integrar as equipes que desempenharão papeis de mediadores nesse processo? Podemos enfaticamente responder que este papel cabe a todos os profissionais envolvidos na educação e na saúde infantil, todos devem ter domínio das etapas de desenvolvimento da criança e suas particularidades. Esse desenvolvimento ocorre passo-a-passo através da mediação entre criança e indivíduo competente, seja ela outra criança ou adulto. Pois consideramos a aprendizagem um processo tão importante para o sucesso da sobrevivência do homem que criamos organizados meios educacionais e escolas para tornarem a aprendizagem mais eficiente.

Assim temos que a educação e seus modelos educacionais são essenciais para se construir a convivência em sociedade e que por tanto, todos os que a compõem fazem parte de forma direta ou indireta de sua construção. O serviço de psicologia é parte integrante do processo de serviços ofertados na educação básica, e quando consideramos as diversas problemáticas que se apresentam na comunidade escolar, orienta-se o encaminhamento do caso a Coordenação Psicossocial para que medidas eficazes sejam tomadas, podendo, por exemplo, ser técnica de atuação deste profissional o acolhimento ou o incentivo a reatar vínculos a fim de minimizar os conflitos e/ou problemáticas existentes.

Com a chegada da Psicologia na educação é possível observar que as demandas são recorrentes e possuem como queixa principal as dificuldades de aprendizagem, problemas com indisciplina por parte dos alunos e casos singulares de direitos violados que requerem maior atenção e abordagem conjunta com outros órgãos do poder público. Ainda encontramos uma parcela de usuários do serviço público que enxergam a psicologia apenas do viés clinico, mas cabe explanar que a psicologia trabalha através de atividades de reflexão, relacionamento interpessoal e a intervenção dentro das escolas que se apresentam cada vez mais intensas de acordo com a sua realidade. Ainda há muitos obstáculos a serem superados e há a convicção de que a importância desse profissional na educação se dá na possibilidade de construir pontes e estabelecer espaços de diálogos, onde as ideias e opiniões podem ser conversadas sem pré-julgamentos a fim de que as pessoas envolvidas tenham seus direitos garantidos e sua participação na educação seja cada vez mais efetiva.

*Psicóloga Educacional e Mestranda em Ensino de Ciências pela UERR

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Repensar o gasto público para crescer

Carlos Rodolfo Schneider*

O problema fiscal do país tem um diagnóstico claro: é gasto e não receita. As receitas já estão esticadas: 33% de carga tributária, quase 80% de dívida e déficit primário de 2% do PIB. Já existe excesso de transferência de recursos da sociedade para o poder público, de quem gasta bem para
quem gasta mal, o que afeta a eficiência da economia e a taxa de produtividade. E, quanto maior a fartura de recursos, segundo Raul Velloso, especialista em contas públicas, maior corrupção, desperdício e ineficiência.

O que vale para a União, vale para Estados e Municípios. Não por acaso, o Rio de Janeiro, Estado com o maior desequilíbrio nas contas, é o que mais recebeu e tem recebido recursos, para a Copa do Mundo, para as Olimpíadas e pela arrecadação de royalties do petróleo.  É o poder público deixando de servir o público para dele servir-se. Mesmo que existam alguns bons exemplos de controle de gastos, como o do desembargador Manoel Pereira Calças, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, que conseguiu reduzir em 30% os valores dos contratos renegociados em 2018, e que foi checar uma solicitação de verba de R$ 240 mil para impermeabilizar uma caixa d’água, sabendo de que uma nova não custaria mais de R$ 25 mil.

A Reforma da Previdência, o aumento de eficiência das despesas, para viabilizar a sobrevivência da lei do Teto dos Gastos, são medidas necessárias para gerar investimentos que permitam ampliar o PIB potencial, mantendo a inflação e os juros baixos. Segundo o governo, em dez anos, a lei mencionada, aprovada em 2017, permitiria a despesa pública federal cair dos 20% do PIB para os 15% que tínhamos no início da década passada.

Quanto à velocidade do ajuste, é importante observar o que ocorreu na Argentina. A falta de pressa deixa o país mais vulnerável a imprevistos. Importante aprovar a Reforma da Previdência, pela importância que tem para o ajuste fiscal. Lembrando que a proposta que está no Congresso já foi aprovada nas comissões, aguardando aprovação nos plenários da Câmara e do Senado.

*Empresário e coordenador do Movimento Brasil Eficiente

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Medindo a inteligência

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A inteligência não se mede pela soma de conhecimentos, mas pela capacidade de discernir as coisas.” (Luciano Bivar)

A qualquer hora mandarei pra você, a foto de uma concha marítima que encontrei na praia, pela manhã. Depois que a encontrei na areia da praia e fiquei encantado pelo desenho exposto nela, parei e fiquei pensando. Um zilhão delas é encontrado, pela praia, todos os dias. Fiquei contemplando a beleza da extensão da praia, com o mar em recuo. A areia compacta chamou-me a atenção. Logo o mar começou o retorno e fui me afastando aos pouco. E foi no afastamento que apanhei algumas das conchas desenhadas. E o que mais me chamou a atenção foi que os desenhos não são iguais. São todos diferentes e com a mesma qualidade. São como se fossem desenhados artificialmente, por artistas.

Enquanto a dona Salete e o Alexandre mergulhavam nas ondas, senti-me um sei lá o quê, caminhando pela praia. Vendo quantas pessoas pisavam nas conchas, sem nem mesmo pensar no que faziam naturalmente. Permita-me uma explicação sobre por que pisam nas conchas. É que elas são incrivelmente frágeis. Você tem que manuseá-las com cuidado. E talvez por isso, são tão encantadoras. Continuei caminhando até que a mãe e o filho voltavam. Ela me deu uma bronca, porque eu não caí na água. Saímos conversando pela praia enquanto eu fazia reflexões sobre o comportamento do ser humano, em elação à Natureza.

Estou aqui mirando a concha que eu trouxe da praia. Ela tem, de um lado, o desenho de uma flor que não conheço. Desenhada com uma delicadeza que só a Natureza consegue fazer. Do outro lado, outra flor de formato conhecido, com cinco pétalas. Algo realmente encantador. Prometo que vou fotografá-la em enviar a foto pra você. Mas o mais importante é imaginar-se como nem sempre damos importância à importância da Natureza na nossa vida. Por exemplo: quando vamos a uma praia paradisíaca como as praias da Ilha Comprida, não prestamos atenção à beleza com a qual ela nos enriquece mentalmente, quando lhe damos atenção.

Muitas vezes perdemos tempo, e com ele a oportunidade de crescermos na nossa evolução racional. Não imaginamos a importância do desenvolvimento humano que não está tão adiantado quanto desejaríamos que estivesse. Não damos importância às coisas simples à nossa volta. Não imaginamos que elas fazem com que desenvolvamos nossa capacidade de discernir. Preferimos sempre o prazer da futilidade. Considerando fútil a expressão do desenvolvimento da humanidade nas eternidades da evolução racional. Esteja atento ou atenta, ao seu dia, hoje. Ele está exigindo sua atenção. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460