Opinião

Opiniao 28 02 2019 7768

O papel da imprensa na democracia

Flamarion Portela*

“Sem imprensa livre, o Poder Judiciário e o Estado não funcionam bem”. A frase da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) ministra Cármen Lúcia, mostra que a defesa da liberdade de expressão e de imprensa é fundamental para a democracia.

Nesse contexto, podemos dizer que a liberdade de imprensa é uma das manifestações mais importantes da liberdade de expressão, pois a imprensa livre é fundamental para a cidadania.

O papel da imprensa é de suma importância para que a sociedade possa conhecer e se defender de possíveis arbitrariedades cometidas pelo poder público. Ela é um dos pilares do estado democrático de direito, pois propicia que todos tenham acesso à informação, o que, de fato, intimida a arbitrariedade estatal.

Uma recente pesquisa do Instituto Análise revelou que 91% dos brasileiros concordam que a imprensa ajuda a combater a corrupção ao divulgar escândalos que envolvem políticos e autoridades.

No Brasil, temos vários exemplos do papel da imprensa em momentos cruciais da nossa história política.

Na época do Regime Militar, embora a grande imprensa não tenha tido um papel tão importante, tendo de certa forma ficado do lado do Governo, a mídia alternativa foi fundamental para que a população conhecesse a verdade dos fatos.

Tempos depois, na campanha das Diretas-Já, em 1984, quando a censura do Estado sobre a mídia ainda era utilizada, houve um engajamento pequeno no início do movimento, mas, ao final, a imprensa foi crucial para que a população se mobilizasse em torno das eleições diretas, que não aconteceram no ano seguinte, mas desencadearam uma série de movimentos que culminaram com a escolha do primeiro presidente pelo voto direto em 1989, quase 30 anos depois da última eleição direta no Brasil.

Mais recentemente, a cobertura da imprensa aos movimentos populares contra o governo de Dilma Roussef, foi fator importante para a concretização Impeachment da presidente.

Atualmente, estamos assistindo a mais um momento histórico para a região latino-americana, com a situação por qual passa a nossa vizinha Venezuela. Não custa lembrar que os meios de comunicação naquele País são quase que totalmente controlados pelo governo ditatorial de Nicolas Maduro e apenas a imprensa internacional tem conseguido transmitir alguma informação para o resto do mundo sobre as mazelas por quais passam a população.

Para finalizar deixo o pensamento de Rui Barbosa, que disse que “a imprensa é o olho da Nação”, pois é através dela que o povo pode manifestar seu descontentamento com os desmandos de governos corruptos e ditatoriais.

*Ex-governador de Roraima

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‘Grandes’ homens e seus ‘limites’ I

Max Franco*

Francisco França Miguel**

Todos nós temos as nossas limitações. Temos as barreiras que precisam ser superadas para mudarmos o mundo e, ao mesmo tempo, sermos mudados. A história apresenta os “grandes” homens que, apesar das suas limitações, conseguiram nos legar grandes exemplos de que é possível superar os limites, e não aceitarmos o ponto final como um veredicto existencial. César, o primeiro ditador perpétuo e que pôs fim à República Romana era epilético. O grande apóstolo Paulo que foi o responsável pela propagação do Evangelho para além dos limites da Palestina, tinha um “espinho na carne”. Franklin Delano Roosevelt que liderou e tirou os EUA da grande Depressão nos anos de 1930 e 1940 do século passado, estava preso a uma cadeira de rodas em função de uma poliomielite.

O homem que ousou desafiar as ordens do Senado e atravessou o Rubicão com suas legiões e se auto proclamou ditador perpétuo de Roma era epilético, orador brilhante e mulherengo. Seis anos antes de Marco Antônio render-se aos encantos de Cleópata, César que havia conquistado Alexandria, não resistiu à beleza e sedução da rainha do Egito e esta ainda lhe dá um filho. Com este epilético aprendemos que os segundos de convulsão não são motivos para não agirmos e fazermos a tarefa que repousa sobre nossos ombros.

O livro de I Coríntios narra os inúmeros sofrimentos que o apóstolo Paulo sofreu para levar a nova doutrina a todo o mundo. Naufrágios, perseguições, prisões, açoites em públicos, traições entre falsos irmãos, fome e toda sorte de privações. O espinho na carne de Paulo tem sido especulado pelos teólogos ao longo dos anos e não há consenso sobre o que é este espinho. O certo é, que mesmo ele se queixando sobre o espinho como um mensageiro de Satanás para lhe atormentar, e assim, não gloriasse em seus feitos, mas atribuiria a Deus. O grande apóstolo dos gentios afirmava que estava disposto a anunciar o Evangelho a todos os homens debaixo do céu.

Grandes desafios exigem homens de fibra para enfrentá-los. E foi o que aconteceu nos Estados Unidos da América, no período da grande Depressão e por quase toda a segunda Guerra Mundial. Franklin Delano Rooseverlt, eleitos quatro vezes presidente dos EUA, foi um grande homem com limitações em suas pernas em função de uma poliomielite contraída aos 29 anos, mas isso não o impediu de colocar a casa em ordem com a New Deal e, em seguida liderasse, os aliados contra a máquina de guerra das tropas do Eixo: Alemanha, Japão e Itália. Mesmo que até o ataque japonês a Pearl Harbour, os estadunidenses estavam apenas de “camarote” fornecendo material bélico e suprimentos aos beligerantes. Mas a liderança de Franklin e Stalin foi decisiva para a vitória dos aliados.

O homem é fruto do seu tempo e, consequentemente, as repostas só podem ser dadas pelos que estão no lugar e na hora certa. Se este sujeito tiver limitações, a mesma não poder ser invocada como desculpa. César, com sua epilepsia, foi além dos limites imposto pelo Senado e pôs fim a res pública (coisa pública) e implanta o Império. Paulo, com seu espinho na carne, levou ao pé da letra o mandamento do Nazareno. Ide e fazei discípulos por todo o mundo. Franklin, mesmo limitado a uma cadeira, agiu como devem agir os estadistas e não ficou vendo o caos em seu país, nem o triunfo repentino dos alemães sobre a Europa.

E nós, quais são as cruzes e limites que temos? Claro que não defendemos a história dos “grandes” homens, mas a história feita por todos os homens. O certo é que os desafios que são postos diante de cada um de nós são para serem solucionados. Mesmo que sejam “pequenos” atos, que valerão sempre apena, tanto para nós nos sentirmos úteis, como exemplos para os que estão próximos. Pois cada geração sempre educa a geração seguinte. A sua cruz é do tamanho da sua possibilidade. Pense nisso!

*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia.

**Mestre em Letras

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O poder do sorrir

Oscar D’Ambrosio*

Não são poucos os que esqueceram o poder do sorriso. E até parece contraditório falar em poder, pois essa palavra geralmente é vista com negatividade. Mas, em si mesmo, ter poder pode (repetição interessante, não?) ser visto como algo positivo, pois significa a capacidade de ter a potência de realizar algo numa sociedade em que geralmente o poder de infringir a aceitação prevalece.

Perder o poder de sorrir significa deixar de praticar uma das atividades mais importantes do ser humano, que é a de desconstruir a si mesmos e aos outros justamente pelo surpreendente, inesperado e derrisório. Rir de si mesmo e do outro são esferas essenciais da saúde mental.

É o palhaço que faz rir geralmente o artista mais completo do circo. Sabe um pouco de cada especialidade do espetáculo, o sufici
ente para colocar cada habilidade em uma nova perspectiva, aquela que faz rir, porque lida com o muito grande, o muito pequeno, o muito rápido ou o muito lento.

É nas esferas do novo que o riso se realiza. Quando se pensa nas brincadeiras de criança ou no sorriso delas ali está o sentido da vida. Pode parecer piegas, mas é de assustadora sinceridade verificar como a matriz de tudo está ali. É no rir sem saber da grandiosidade que esse ato encerra que a criança tira seu poder de transformar o mundo. Falta aos adultos o poder de perceber isso…

*Mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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Pelos caminhos da vida

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Quando se tem tempo não se sem pressa” (Marco Maciel)

Acho que é assim que devemos levar a vida. Pra que pressa quando temos todo o tempo de que necessitamos para viver? Pense nisso agora. De acordo com a Astrologia Espacial o dia, hoje, não tem mais vinte e quatro horas. A verdade é que vivemos na ilusão de que terminamos o dia e não conseguimos fazer o que deveríamos ter feito, por conta da correria. Quando na verdade a correria é que é consequência do tempo curto, porque não temos mais as vinte quatro horas que tínhamos no passado. Mas os motivos da falta de horas no dia ficam pra depois. Vamos viver o dia de hoje como ele deve ser vivido.

Ontem tivemos um dia corrido, por aqui. É que recebemos a visita do meu filho Marco Aurélio, chargista da Folha de Boa Vista. Vieram ele e seu filho Gabriel. E como a visita era curta, passamos o dia todo caminhando e tomando banho na Praia do Balneário Adriana, aqui na Ilha Comprida. Uma visita que deixou a mim, a Salete, e o Alexandre, muito felizes. Pena que não tivéssemos mais tempo para eles desfrutarem a beleza desse paraíso. Foi bacana pra dedéu. O que indica que a vida é para ser vivida e não sofrida. Faça isso na sua vida, independentemente de onde você estiver. Faça com que cada momento do dia possa ser lembrado com felicidade.

Cada um de nós é timoneiro do seu barco. E seu barco é sua vida. É nele que você vive, caminha, ou navega pelos mares da existência. Vamos caminhar pelas veredas ínvias sem nos preocuparmos com os trancos no caminho. O importante é que aprendamos com eles. Quando aprendemos a ultrapassar o primeiro tranco não nos preocupamos com o segundo. Ele passa a ser e fazer parte da vida. É assim que aprendemos a viver intensamente. E é simples pra dedéu. A feiúra e a beleza dependem de como as olhamos. E o olhar está no nosso estado de espírito. Então esteja de bem com você mesmo para estar de bem com seu espírito.

Controle sua pressa considerando o tempo que você tem, levando em conta que seu dia hoje é bem mais curto do que era o do seu bisavô. Não tente dirigir sua vida com seus pensamentos no passado. Viva o presente para construir o futuro dos seus descendentes. Estamos terminando, hoje, mais um mês do novo ano. Um novo que já está caminhando para a velhice. Leve do mês que termina, apenas aquilo que lhe valeu a pena. Deixe com o passado o que passou. Inicie o novo mês como uma caminhada para o futuro. Não se esqueça de que só você tem o poder de fazer você se sentir feliz. Eu estou me sentindo. Faça isso, onde você estiver. Porque tudo vai depender de você. E só de você. Pense nisso.

*Articulista

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99121-1460