Opinião

Opiniao 03 09 2019 8866

Ser feliz doa a quem doer – Marlene de Andrade*

“Por isso os ímpios não sobreviverão ao julgamento, nem os pecadores na congregação dos justos, pois conhecer o SENHOR é o caminho dos justos; o caminho dos ímpios, porém, conduz à destruição”. (salmo 1: 5 e 6)

O Brasil está vivendo dias difíceis devido à corrupção e às injustiças sociais. É triste perceber que em outros países também existem problemas nessas áreas. Quem ainda se lembra do escândalo, por exemplo, da Worldcom e da “farra do crédito”, a qual faliu vários bancos nos EUA?

Como se pode perceber, um país tão maravilhoso como é os EUA já sofreu devido também aos escândalos por parte de celebridades como, por exemplo, Michael Jackson, o qual conseguiu sair ileso de seus crimes por pedofilia. E aqui no Brasil? Aqui estamos percebendo muitos políticos vivendo tranquilamente em seus lares e tocando seus vidas para frente, sem que nada lhes aconteça, mesmo tendo cometido crimes atrozes, pois entram na Justiça com inúmeros recursos, pedido de vistas, habeas corpus, apelação e entre outras maquinações, a famosa contestação e tudo vai acabando em pizza, cervejada e muito riso.

Muitos países aqui na América do Sul têm se envolvido nas mais terríveis histórias de corrupção sem que a mesma se acabe de uma vez por toda. No entanto, para Deus tudo é visto e revisto. Tudo que plantamos tem colheita, mas os corruptos desconhecem que suas alegrias têm tempo certo, visto que Deus não dorme e nada passa em branco por Ele.

Infelizmente, vivemos numa sociedade que banalizou a moral e os bons costumes, pois tudo vem se tornando normal como roubar, matar e destruir, e tanto isso é verdade que o preso, condenado pela morte da filha Isabella, Alexandre Nardoni, obtém o benefício conhecido como ‘saidinha’ no Dia dos Pais e sua esposa, Anna Carolina Jatobá, também condenada pelo assassinato de Isabella, já recebe esse benefício de saída no Dia das Mães desde 2017. Não fosse isso o bastante, vemos a Suzane Von Richthofen, assassina dos pais, sendo premiada por essas famosas “saidinhas”. Para por aí? Claro que não. Quem não se lembra do escândalo conhecido como Sanguessuga, Fraude dos Correios, Mensalão, Operação Navalha, Fraude na área da Saúde Pública do Rio de Janeiro, Aeroportos Fantasmas, Operação Arcanjo em Roraima, campos de futebol inacabados a preço de ouro, Petrolão e entre outros, aqui em Roraima, o famoso escândalo dos Gafanhotos? Como se pode perceber, vivemos numa sociedade a qual em grande parte vive adoecida pela influência da miséria que se instalou em todos os recantos do planeta terra e que se esqueceu de que existem regras e leis para se viver neste mundo já tão contaminado pelo mal.

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT-AMB-CFM – CRM-RR 339 RQE-43

DEUS NÃO É OPÇÃO – Wender de Souza Ciricio*

O antropocentrismo agregado ao racionalismo foram duas características marcantes no início da idade Moderna. A ideia de colocar o homem e a razão no centro do mundo ocidental seria uma forma de romper com o forte e imponente discurso teocêntrico proclamado pelo cristianismo católico no período medieval. Não se tratava de promover um explicito ateísmo, mas de dar uma chance para que o homem ganhasse maior notoriedade e com isso crescesse em sua sabedoria sem as amarras da igreja e com maior nível de exploração do potencial intelectual. Em meio a esse novo desenho de mundo, a burguesia, com suas reservas financeiras, investiu em universidades e num amplo projeto de secularização da sociedade. Uma sociedade livre de muita interferência celestial.

Daí em diante, de forma mais acintosa, virou moda valorizar em demasia a figura humana em detrimento da pessoa de Deus. Iluminismo, socialismo, comunismo, anarquismo e várias ideologias foram se consolidando em meio à sociedade e fazendo de Deus persona non grata. Karl Marx dizia que a religião, a mesma que enaltece a Deus, era o ópio da sociedade. Alguns outros diziam que Deus é invenção da mente humana. A corda vocal da sociedade passou a sonorizar uma autonomia e independência do Deus sobrenatural. Augusto Comte, o pai da sociologia, impacotou a história em três estados sendo o teológico, o metafísico e o científico. Os dois primeiros estados em que se tinha maior dependência do sobrenatural foram, para ele, momentos de limitação intelectual e por isso uma espécie de atraso para a humanidade. O que valia era o estado científico, aquele que coincide com as máquinas, a ciência e a alta tecnologia, sem a necessidade de um centro celestial chamado Deus. Charles Darwin, em 1859, lança seu livro a Origem das Espécies e nesse livro sacramenta um dos maiores e mais veementes discursos contra a pessoa e obra de Deus. Darwin aponta o surgimento do universo sem o dedo de um criador, o mundo não foi causado por ninguém, simplesmente aconteceu, um átomo originou tudo. Se não temos criador, vamos crer em quem?

Esse mundo autônomo que se separa de Deus em meio a essa história é inviável e limitado por demais. É verdade que muitos ao discursar sobre o Celestial fizeram e fazem de forma distorcida. Na mente de Deus não existe inquisição, exploração financeira e nem carta branca para tanta imponência e altivez notada em homens que se dizem representantes do Pai aqui na terra. Porém, isso não pode servir de escape para uma sociedade se ausentar e deixar de se ajoelhar aos pés de Deus.

No mundo da soberba intelectual, o perdão virou bala de revolver. Passaram a borracha na humildade e usaram suas letras para formar palavras como empáfia, presunção e insolência. As balas usadas para tentar assassinar Deus se perderam e atingiram 70 milhões de pessoas em dois momentos denominados Primeira e Segunda Guerra Mundial. Hitler, o corajoso, o pai das armas, o genocida, quando encurralado se acovardou tirando sua própria vida e deixando a Alemanha, que nele confiou, arcar sozinha com o ônus da guerra perdida. Países milionários veem seus filhos se afogando nas drogas alucinógenas e em seguida no suicídio. O prazer, a posse e o poder, corromperam o povo. Essa tentativa de excluir Deus deixou o homem à deriva. Muitos estão a um passo do precipício. A loucura pelo status, pela fama e os ‘books’ da vida deixaram meninas escravas da anorexia. Nove meses depois do carnaval, as maternidades no Brasil ficam recheadas de mães solteiras e pais inexistentes. Brigas judiciais para pagar ou não pensões no seio de famílias arrebentadas. Arrotam autonomia, mas choram na calada da noite. Os valentões vão para as academias para ter corpo e habilidade física para impressionar as meninas, mas são uns “bananas” quando passam perto de um magrelo com revolver na cintura. Depressão é a doença do momento. No mundo lá, do poder, fazem seus conchavos, às vezes trocando farpas e muitas vezes se “lambendo” mutuante, e nós aqui, do mundo do nada, nos machucando para defender direita ou esquerda enquanto eles comem caviar. O caos foi instalado.

O discurso de Deus vai na contramão desse mundo inócuo, despreparado e pequeno demais para lidar com tudo que lhe contamina. Nenhum
a inteligência humana é grande demais para fazer de Deus um ser desnecessário. Somos fruto de sua criação. Nenhuma inteligência é grande demais para fazer contornar dilemas, lutas e desespero. Deus é capaz e tem interesse em participar, em salvar e curar. Voltemos para o Pai.

*Teólogo, Psicopedagogo e historiador

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Burocracia e hipocrisia – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A experiência ensina que é conveniente, às vezes, fechar um olho, mas jamais os dois.” (Artur Graf)

Já observou que burocracia e hipocrisia sempre andaram de mãos dadas? Faz tempo que mastigo isso, mirando nos dois jilós, que são da política. A pantomima das queimadas, e do fumo, por exemplo, me faz rir. Aí me lembro e recorro ao pensamento do Schopenhauer: “Há uma só máquina gigantesca operada por pigmeus: é a burocracia.” Mas há outra, entre outras, máquina gigantesca também operada por pigmeus: é o cigarro. Desculpem-me as autoridades responsáveis por essa pantomima. Que o cigarro deveria ser proibido tanto quanto a maconha, concordo plenamente. Ambos são a mesma coisa vestida de fantoches diferentes. Mas o que mais me incomoda são as proibições para o cigarro. Pelo que vemos agora, não se pode mais fumar nem mesmo nos parques públicos. Ótimo. E porque se fabrica e se vende legalmente o cigarro? Não tem cara de hipocrisia?

Mas tudo bem. Vamos nos educarmos para podermos nos livrar do gigante da incompetência política que nos domina. Vamos cuidar cada um de si, dentro da racionalidade. Vamos viver uma vida sadia para que possamos ser seres sadios, física e mentalmente. Somos seres de origem racional. E se é assim, a procura deve ser pela racionalidade que escondem de nós, ingênuos navegadores nesse mar de ilusões. As mudanças são uma necessidade para o desenvolvimento humano. Então vamos fazê-las. Mas não conseguiremos com arrufos nem blá-blá-blás. Temos que nos educarmos dentro da racionalidade. O que é muito simples, embora seja um tanto difícil. E a dificuldade está na lentidão do nosso desenvolvimento racional.

Comecemos pelo início. E iniciemos não confundindo meu papo com religião ou coisa assim. Tudo de que necessitamos é de liberdade mental para que tenhamos liberdade espiritual. Para que possamos nos ver como o que realmente somos. Animais de origem racional que chegamos aqui. Não fomos feitos nem criados aqui sobre este Planeta Terra. O importante é que nos conheçamos para que sejamos realmente responsáveis pelo nosso retorno ao nosso mundo de origem. E todo o poder de que necessitamos está dentro de cada um de nós. É só nos valorizarmos e crescermos em direção à nossa racionalidade. Cuide de você como você quer ser cuidado ou cuidada. Tudo de que você necessita para ser você mesmo, ou mesma, está dentro de você, seja você quem for. Sorria, cante, dance, e viva a vida como ela deve ser vivida, independentemente dos trancos e barrancos que surgirem. Nunca deixe de sorrir para a vida. Viva-a como ela deve ser vivida. Pense nisso.

*Articulista

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