Opinião

Opiniao 08 07 2019 8513

Perda de audição causa atraso na fala das crianças – Marcella Vidal de Freitas

O desenvolvimento da fala nos primeiros anos de vida de uma criança pode ser afetado por problemas de audição não diagnosticados. Por isso, é muito importante que os pais fiquem atentos aos sinais de atraso na linguagem oral, nos primeiros dois anos de vida, para evitar que a criança tenha prejuízos no seu desenvolvimento que podem acarretar em problemas por toda a vida.

Muitos pais só buscam tratamento para o problema de audição dos filhos quando outros sintomas começam a surgir, apesar de o atraso na fala e a falta de diálogo serem os sinais mais evidentes. Diagnósticos equivocados e o costume de esperar que a criança desenvolva o diálogo naturalmente podem causar danos irreparáveis na infância e até na vida adulta; além de atrasar o tratamento do deficit auditivo.

Quanto antes o tratamento for iniciado, maiores as chances de um bom desenvolvimento infantil, além de melhores resultados no processo de tratamento que possibilitam que o desempenho comunicativo seja alcançado mais rapidamente, muito próximo ao de crianças ouvintes.  Não há por que postergar. A perda auditiva pode ser diagnosticada com uma audiometria, um exame simples que detecta a doença em até 90% dos casos.

É importante destacar que o processo de maturação do sistema auditivo central ocorre durante os primeiros anos de vida. Por isso, a estimulação sonora neste período de maior plasticidade cerebral é imprescindível, já que para o aprendizado da linguagem oral e, consequentemente, o desenvolvimento intelectual, emocional e de habilidades, é preciso que as crianças interajam com seus interlocutores e, assim, estabeleçam novas conexões neurais. É bom lembrar também que há diferenças entre ouvir e escutar. Os sons que entram pelos ouvidos precisam fazer sentido, ter significado.

E mesmo que a criança, quando recém-nascida, não tenha apresentado alterações auditivas no Teste da Orelhinha, ao menor sinal de atraso na fala é importante que ela seja submetida a novos exames, pois a perda auditiva pode ser genética ou progressiva, ou mesmo ser causada por medicamentos ototóxicos, se manifestando, portanto, ao longo da infância. Exames como o PEATE (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico) e o EOA (Emissão Otoacústica) podem detectar o grau de perda auditiva, servindo como ponto de partida para que o médico otorrinolaringologista indique o tratamento mais adequado para cada caso.

Com o passar do anos, por causa da falta de diálogo, a perda auditiva vai afetar a socialização e a autoestima das crianças e pode também prejudicar bastante o seu desenvolvimento cognitivo e a alfabetização. De acordo com o Censo Escolar, entre 2011 e 2016 houve uma redução de 23% no universo de estudantes surdos, o que dá a entender que esse público estaria deixando a escola. Não raro, há pessoas que só identificam a perda auditiva na universidade e descobrem que a dificuldade de aprendizagem ou até mesmo o deficit de atenção diagnosticado na infância era, na verdade, dificuldade para ouvir.

Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que aproximadamente 32 milhões de crianças, no mundo inteiro, têm algum tipo de deficiência auditiva, sendo que 40% dos casos ocorrem devido a problemas genéticos e 31% por causa de infecções, como sarampo, rubéola e meningite. No Brasil, segundo dados do IBGE, um milhão dos 9,7 milhões de pessoas que têm deficiência auditiva são jovens de até 19 anos. Estima-se que três em cada 1.000 crianças sofrem com algum tipo de perda auditiva.

* Fonoaudióloga responsável pela Área Pediátrica da Telex Soluções Auditivas; formada pela UFRJ, é especialista em Audiologia Clínica pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia.

Parabéns, Boa Vista!

Não é todo dia que uma jovem completa 129 anos. E olha que aquela menina de pés descalços no Forte São Joaquim hoje tem que lidar com desafios da maturidade tão nossos quanto a chuva do caju. Para isso, nossa vista precisa ir além donde a vista vê para entender horizontes, sentidos, memórias, cicatrizes, movimentos e paixões de gente de coragem e trabalho que bebe água do Rio Branco e vive aqui.

Aniversário é sempre uma oportunidade para se pensar e planejar o futuro, avaliar o que temos feito até aqui e traçar outros rumos. Não tem fórmula pronta, mas temos que fazer a cidade com todos e para todos. Mas, é preciso sair da zona de conforto. A colaboração cidadã com a ocupação dos bens e equipamentos públicos é o melhor caminho. Ir à reunião de pais e mestres na escola; reclamar na caixinha do posto de saúde; retomar os Conselhos Municipais; ligar no 156, anotar protocolo e cobrar respostas; tomar as sessões da Câmara, Assembleia, as praças da cidade como suas, é parte da sua contribuição para termos um ambiente próspero e sustentável. Simplificar e agir.

Essa coisa de cidade humana e inteligente que gestores têm usado para pagar fortunas a magos consultores de longe podia dar lugar a estimular a veia criativa da nossa gente. Artistas, produtores culturais, educadores, profissionais da saúde, do turismo, professores, empreendedores juntos podem transformar Boa Vista num farol do extremo norte a iluminar tempos tão burocráticos.

Passado, presente e futuro juntos. Sem mentiras. A questão migratória nem aparece nas Leis Orçamentárias que a prefeitura hoje planeja, o 2020. O suicídio? A mortalidade neonatal? A baixa qualidade e dificuldade de acesso ao pré-natal? Escondidos, invisíveis como diretrizes orçamentárias, tornando claro que os assuntos não são prioridades. O mundo mudou e é preciso repensar o papel das cidades, dos seus recursos e como funciona o planejamento urbano com o cidadão e seus temas urgentes, partes do jogo.

Eu acredito na participação cívica na gestão da cidade, a possibilidade de todos poderem se ver nas decisões e planejamentos. Por isso, insisto em popularizar o orçamento público e nossas prioridades. Não dá pra ser avestruz em terra de tamanduá.

Pensar a cidade como algo que faz parte da vida das pessoas é ter bibliotecas, centros culturais e comunitários dando vida às praças. É ter edital que promova acesso aos recursos da cultura de jeito democrático. É fazer do Teatro Municipal palco de nossas artes e das artes de fora, sem jogar teatro velho fora. Cuidar de museus, do coração de gente que tem hipertensão e diabetes e pouco se dá bola aos programas de saúde da família. É priorizar internet nas escolas, para professores e alunos, antes das praças não reinventadas.

Agir pela cidade é garantir a legalidade, o respeito àqueles que antes já estavam naquelas ruas e bairros. Sair dessa de contra e a favor das coisas e propor soluções compartilhadas. Que venham os edifícios, mas que se evite o congestionamento. Que venha o estacionamento, mas que se pense em quem não tem carro ou moto.

Esse sentimento de pertencer e ser feliz nessa cidade que é meu lar, conhecendo novas pessoas e trocando experiências, acreditando na Política como a arte do possível, e na sala de aula como palco da transformação mais profunda do cidadão, é tudo que me faz um boa-vistense cheio de verdes esperanças. Obrigado, Boa Vista!

Linoberg Almeida Professor e Vereador de BoaVista

Cérebro e pensamento – Afonso Rodrigues
de Oliveira

“O cérebro é o aparelhamento material para que o espírito expresse sua vontade através do pensamento.” (Dr. Ruy Guilherme)

O dia está bem friinho. O inverno aqui na Ilha Comprida não é tão massacrante assim. Observei isso no comportamento de minha neta, Melissa, caminhando pela praia e, vez por outra, caindo na água gelada do mar. Admirei-me com o comportamento de uma garota roraimense no frio do litoral sul de São Paulo. Legal pra dedéu. Mirando a grandeza do oceano botei os pensamentos a viajarem sobre as ondas agitadas. As praias na extensão que podíamos observar estavam quase solitárias.  Quase ninguém. A alegria dos do grupo familiar caminhando à minha frente me alegrava. A alegria era tanta que ninguém dava a menor atenção ao friozinho. 

Foi observando o comportamento dos meus familiares, Alexandre, Salete, Rômulo, Melissa, Tácio, e Felipe, que pensei no valor do cérebro para a vivência. Porque é nele que os pensamentos se abrigam para que possamos usá-los, num contato inevitável com o subconsciente. Porque no dia em que prestarmos mais atenção à grandeza que temos em nosso cérebro, seremos realmente felizes. Por que ficar se incomodando com a naturalidade do frio pela praia quando ela nos traz a alegria de que necessitamos para ser feliz? São os pensamentos positivos que por tão grandes que são não são solicitados. Basta que saibamos vivê-los sem usá-los. Eles estão em nós, para nós. 

Reflita sobre a importância do seu cérebro. Cuide da saúde dele. Que ela seja tanto física quanto mental. E sua saúde física depende de sua saúde mental. E quando somos mentalmente sadios não tememos, e nem nos amedrontamos com a doença física. Mas temos que cuidar dela, para que possamos viver a saúde mental sem preocupações. Vamos viver cada momento de nossas vidas contemplando a beleza da Natureza que nos enriquece com sua riqueza. Cuide do seu cérebro, da sua saúde mental. 

Os problemas com a saúde física podem até estarem conosco durante toda nossa vida. Mas mais importante é que saibamos conviver com os contratempos naturais na nossa existência como seres humanos. O deleite com a beleza do mar é mais importante e mais forte do que o incômodo do frio na pele. Caso o frio o incomode, mande seu recado, através do seu pensamento, para o seu subconsciente, apenas pensando no prazer que está sentindo com a beleza contemplada. Seu cérebro é um aparelhamento material. Ele abriga seu espírito no seu subconsciente. Cuide do seu cérebro, do seu espírito, da sua mente. Você tem o poder de ser o que realmente quer ser, desde que saiba o que realmente que ser. Pense nisso.

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