Opinião

Opiniao 11 07 2019 8536

Idoso ou velho? – Flamarion Portela 

Existe uma tendência mundial de que, de uma forma geral, o mundo está envelhecendo. Nas últimas décadas, pessoas das faixas etárias de 60 anos ou mais têm crescido de forma bem acentuada, maior que o crescimento geral da população e, principalmente, bem maior do que a população infantil, com menos de 14 anos.

Em alguns países desenvolvidos, como Japão, Austrália e Canadá, bem como em alguns emergentes como Brasil e China, os índices de crescimento em parcelas da população com mais de 60 anos é bem superior à média mundial.

Os dados apontam que a maioria dos países europeus e o Japão têm índices superiores a 20% da população com 60 ou mais anos de idade. Nas próximas décadas esses índices passarão dos 30% e por volta de 2050 alguns desses países ultrapassarão a marca de 40% de idosos.

Mas, fiz esse preâmbulo para lhes mostrar um pequeno texto que recebi esses dias de um amigo e me fez refletir sobre o verdadeiro sentido do envelhecimento. Estamos ficando idosos ou velhos? Tire suas próprias conclusões.

“Idoso é quem ainda sente amor; velho é quem só sente saudade…

Idoso é quem ainda se exercita; velho é quem apenas descansa e reclama…

Idoso é quem ainda sonha; velho é quem apenas dorme…

Idoso é quem tem um pouco mais de idade; velho é quem perdeu a capacidade de sonhar e se divertir…

Idoso é quem ainda se renova a cada dia que começa; velho é quem se acaba a cada noite que termina…

Idoso é quem ainda tem planos; velho é quem tem apenas recordações…

Idoso é quem tem rugas bonitas, porque foram marcadas pelo sorriso e a alegria de viver; velho é quem tem rugas feias, porque foram formadas pela

amargura e o mau humor…

Enfim:

Idoso e velho podem ter a mesma idade no documento, mas têm a idade totalmente diferente na mente, no coração e nas atitudes. “

E a pergunta que fica no ar é essa: você está ficando idoso ou velho?

Hoje, é cada vez maior a probabilidade de termos uma vida mais longeva. E isso traz a reboque a possibilidade de podermos usufruir mais o que a vida nos

proporciona, seja ao lado da família ou em momentos de lazer, culturais e viagens.

Só cabe a nós sabermos desfrutar de tudo isso, não ficarmos apenas reclamando do que não vivemos ou do que deu errado em nossas vidas.

E, como escreveu o cantor cearense Belchior em um dos seus maiores sucessos, a música Como Nossos Pais, “viver é melhor que sonhar “. Então, na sua maturidade, viva, seja um idoso e não apenas um velho.

* Flamarion Portela é ex-governador de Roraima

Roraima, o estado não federado

Outro dia, ao conversar com alguns amigos residentes no Sul e Sudeste do Brasil – que só sabem que Roraima existe por conta das matérias jornalísticas onde a grande mídia alardeia as consequências da grave crise migratória que lotou o Estado de Roraima de imigrantes foragidos do falido sistema socialista, capitaneado pelo impostor Nicolas Maduro – alguém mencionou que o “Brasil é terra sem dono” ou “terreno de muro baixo”, onde qualquer estrangeiro entra sem ser submetido a qualquer controle, fiscalização ou registro. Rechacei de imediato a afirmativa, alertando o incauto amigo que ele estava equivocado. Expliquei que, na verdade, o problema é que Roraima não faz parte da federação brasileira, e isso pode ser observado quando se discute a questão da entrada de imigrantes. O que se constata é que a ausência de fiscalização e controle é somente para entrar em Roraima, para seguirem para outros estados da federação, levados pelos projetos de interiorização, a seleção é rígida e as exigências são múltiplas, mostrando que para entrar no Brasil não é tão fácil quanto se pensa.

Com a imigração venezuelana, que teve como uma das consequências o aumento dos índices de violência urbana e a super lotação dos presídios, o roraimense pode constatar que a ausência de controle rígido nas fronteiras permitiu também a entrada de bandidos e toda espécie. Como se já não bastasse os nacionais. A ausência de controle sanitário na fronteira, fez ressurgir em Roraima várias doenças que no Brasil, há muito foram erradicadas, e sobrecarregou a já combalida rede pública de saúde. Mas esses problemas ficaram restritos a Roraima, no Brasil a história é diferente. Para serem interiorizados e adentrarem ao Brasil, os imigrantes que saem de Roraima, são submetidos a rigoroso controle. Primeiro, invariavelmente, a escolha recai sobre aqueles com alguma qualificação profissional. Segundo, após serem documentados com Passaporte, RG, CPF, Carteira de Trabalho, Carteira de Saúde e etc, são submetidos a exames médicos e são vacinados contra várias doenças e passam por quarentena sanitária. Ou seja, diferente de Roraima, para entrar no Brasil, as regras de imigração são rigorosas.

Enquanto não vemos nos nossos representantes políticos, que, em sua maioria, só defendem seus próprios interesses, a conscientização e a defesa intransigente e verdadeira dos interesses da sociedade roraimense, o caótico cenário imigratório continuará reforçando a sensação de desamparo e a constatação de que não fazemos parte do Brasil, pois, enquanto em Roraima todos entram e tudo podem, no Brasil só entram os escolhidos, qualificados e saudáveis. Geograficamente, a crise migratória deixa evidente que Roraima ou é um estado neutro, ou apátrida, ou já é uma área de extensão do território venezuelano. 

Luis Cláudio de Jesus Silva, professor universitário, Doutor em Administração. [email protected]

Na arte de governar – Afonso Rodrigues de Oliveira

“Todas as artes produziram obras primas. A arte de governar só produziu monstros.” (Sant-Just)

Se dermos uma revisão no número de políticos que temos: uns presos, outros apenas condenados, outros esperando julgamento, o número é assustador. E o mais preocupante é que o que estamos vendo, na labuta aparentemente cansativa, realmente cansa. Mas alguém também já disse: “Quanto mais corrompida a República, mais leis.” E estas só fazem a carruagem correr cada vez mais lentamente. E ainda não paramos para analisar quem está pagando a conta no bar do engodo. 

Somos o país dos feriadões. Dia nove de julho é feriado em Sampa. Aqui na Ilha Comprida, também. No dia oito, numa segunda-feira, saí pela rua e todos os setores públicos estavam fechados. Curiosamente dei uma ida até a prefeitura, apenas observando. Também estava fechada. Aí, saí na caminhada e pensando qual será a dimensão dos prejuízos que um Estado tem com os famosos pontos facultativos que de per si, já são uma aberração. Como podemos considerar o ponto facultativo quando alguém não pode trabalhar, por considerá-lo feriadão? Já refletiu sobre isso?

Vamos maneirar na crítica. Porque na verdade elas não são críticas, são apenas expressão de pensamentos sobre a política que leva nosso dinheiro para as farras de
feriados que nem são feriados, mas pontos facultativos que não são facultativos, mas proibidos. O ponto é facultativo, mas se você estiver a fim de terminar seu trabalho não vai poder entrar na repartição porque o ponto é facultativo. Deu pra sacar? Se deu, comece a pensar em fazer alguma coisa pra mudar a cor da cortina. A cor vermelha não é realmente uma cor adequada quando queremos um palco representativo. E que cor vamos escolher? Sei lá. Escolha você, mas com maturidade política. 

Comecemos nos educando politicamente para que mereçamos o respeito como cidadãos. Converse sobre isso com o político que você elegeu. Veja se ele está interessado em criar um país realmente civilizado para que possamos nos orgulhar de nossa cidadania. E nunca seremos cidadãos de fato e de direito enquanto formos obrigados a votar em candidatos incompetentes para o cargo quee pretendem ocupar, na política. Busque sua cidadania no voto facultativo. Mas não se esqueça de que nunca mereceremos o voto facultativo enquanto não formos devidamente educados para ele. A responsabilidade é nossa, como eleitores que, ainda não entendemos que não somos mais do que marionetes de titeriteiros políticos que sabem, mas não sabem que sabemos que eles sabem, mas fingem que não sabem. Mas estou falando dos políticos. Pense nisso.

[email protected] 99121-1460 

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