Opinião

Opiniao 12 11 2019 9280

Escolha profissional

Geórgia Moura*

A decisão sobre qual carreira seguir é de extrema importância e, sabendo disso, o jovem, se não tiver o acompanhamento necessário, pode desenvolver transtornos como ansiedade ou depressão, em decorrência de toda a pressão sofrida para escolher a carreira que irá seguir para o resto da vida, mesmo tendo geralmente idades entre 16 e 25 anos.

Além de toda a dúvida, há também a pressão familiar que de nada ajuda na decisão. Na verdade só atrapalha, pois irá agravar a dúvida e pode piorar os quadros de doenças mentais se a pessoa já tiver. Um teste vocacional aplicado por um profissional da psicologia pode ser um aliado nesta caminhada, pois a pessoa terá noção de suas aptidões e isso a ajudará na hora de escolher uma profissão.

O acompanhamento psicológico e uma rotina de estudos irá preparar o estudante para decidir qual carreira seguir e irá prepará-lo também para o vestibular, que é a principal etapa, pois somente pelo vestibular ou ENEM o aluno consegue ingressar na faculdade dos sonhos.

A pressão familiar é um problema inquestionável, mas pouco se fala em atendimento psicológico nessa etapa. O aluno deve ter esse acompanhamento de forma regular e se necessário os pais também, para auxiliar a família como um todo e conscientizar os pais que querem impor aos filhos uma carreira a seguir. O vestibulando não deve decidir seguir uma carreira por pressão dos pais ou de outrem, pois além de que ele provavelmente vá se tornar um profissional frustrado, não serão os outros que colherão os frutos e os ossos da profissão, portanto, sua carreira quem deve decidir é você!

*Bacharela em Direito e Psicóloga Instagram: @psicologa_georgiamoura Celular: 9 91112692

Memórias de um amor lusitano

 Walber Aguiar* 

“Chega um tempo em que não se diz mais meu amor, porque o amor resultou inútil” (Drummond)

Embora Drummond diga que o amor resultou inútil e que o coração está seco, escrevo lembrando da primeira carta que te escrevi e que Nádia te entregou. Depois, relembrando aquela carta que escreveste de volta, respondendo e externando todos os pensamentos duvidosos, angustiantes e saudosos da nossa relação adolescente. Isso foi em 1983 -1984, quando houve o primeiro desencontro, por mim promovido. Grande arrependimento de ter ido para a capital do Amazonas. E eu te amava, e você me amava.

Logo depois nos vimos nos bancos do Hospital Coronel Mota, momento em que tive enorme vontade de fugir contigo, nem que fosse pra algum interior do Estado de Roraima. Infelizmente, o que chamamos responsabilidade, medusa de longos cabelos, que nos empedra e nos torna omissos e acomodados diante da aventura do existir, fez com que nos paralisássemos diante do amanhã incerto, mas feliz. E eu te amava, e você me amava.

Depois de 33 anos sonhei contigo a noite inteira, te busquei e te encontrei nas redes sociais. Antes já havia te encontrado e sabia que você estava em Mossoró – RN. No sonho estávamos namorando nos corredores do magistério. E eu te amava, e você me amava.

Assim, depois de um longo tempo nos falamos. Emoções, suspiros e lágrimas. Passagem comprada. Cidade do Porto, Portugal, onde me esperava a criatura mais linda que meus olhos já viram, e viram aos 16 anos, em 1982, ao lado da Escola São José. A moça do Monte Cristo era  agora o amor da minha vida, amor à primeira vista, amor ao primeiro olhar. No aeroporto perguntaram-me o que faria em Portugal. Eu disse: minha esposa está lá fora, ela faz doutorado em Braga e estou indo pra lá. A moça disse: que sejam felizes. E eu te amava. E você me amava.

Vivemos uma lua de mel e você enfeitou o quarto com pétalas de rosa e frutas e flores e velas aromáticas e uvas na boca, e vinho, e confissões de amor. Fizemos amor e nos deliciamos com beijos na boca, passeios de mãos dadas e tudo que um casal tinha direito. Ajudei você com seus trabalhos acadêmicos, visitamos a Igreja do Bom Jardim e fiz dezenas de poemas, a fim de conquistar ou reconquistar minha linda portuguesa. E eu te amava. E você me amava.

Viajamos juntos, abraçados. Chegamos a Natal, depois Mossoró. Fui apresentado a sua filha, neta, genro, filhos. Depois você mudou drasticamente, mas continuei te amando, mesmo em silêncio. Depois você disse que começaríamos do zero. E tudo zerou mesmo.

Sei que a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. Contra toda a lógica de um amor de extrema raridade, contra toda esperança e assertiva de Drummond de que o amor resultou inútil e de que apenas as mãos tecem o rude trabalho e o coração está seco, sigo na contramão do absurdo amor contemporâneo, onde falta ternura, transparência e aquilo que é tão contrário a si mesmo: o amor…

*Poeta, professor de filosofia, historiador, membro do Conselho de Cultura e membro da Academia Roraimense de Letras. 

A população geme e chora Marlene de Andrade*

 “… o juiz aceita suborno, os poderosos impõem o que querem; todos tramam em conjunto. O melhor deles é como espinheiro e o mais correto é pior que uma cerca de espinhos.” (Miquéias 7:4)   Os “juízes” que entraram pela janela do STF imaginam que não exista colheita quando se planta o mal. Tirar Lula da cadeia só porque têm conchavo com ele vai gerar  consequências terríveis para todos eles que, votaram contra o povo de bem, pois nessa mesma onda, quantos bandidos de alta periculosidade serão soltos também? Será que esses capas pretas não pensaram nisso na hora de votar?

A atriz Regina Duarte entende que o Supremo Tribunal Federal tem que acabar e ser fechado, a fim de que a corrupção possa acabar em nosso país. Não sei se isso é possível, mas já está muito claro que esse tribunal não está nem aí para o povo e isso já é mais do que fato notório.

Esses “juízes” além de ganharem muito bem, trabalham somente em causa própria e na dos seus comparsas. Quanto a nós, população que luta para sobreviver, somos considerados trapos de imundícia, ou seja, paninhos ensanguentados, os quais eram usados pelas mulheres dos tempos antigos quando menstruadas estavam e que eram descartados por não valer para mais nada.

Toffoli foi empossado no STF por Lula. Só isso já deixa claro que ele tem que defender o presidiário ladrão custe o que custar, até porque, tudo indica que existam muitos enigmas por trás dessa amizade entre os dois. E, diga-se de passagem, que o Toffoli já foi advogado do PT. Precisa mais esclarecimentos? Esse “juiz” tem que aproveitar a oportunidade que Lula deu para ele, visto já ter disputado, por duas vezes, uma vaga de juiz de primeira instância, em São Paulo, sem sucesso. Sendo assim, só lhe restou mesmo ficar do lado do poderoso chefão.

Há comentários de juristas que o Congresso Nacional pode alterar o entendimento em segunda instância, mas será que nossos parlamentares vão querer alterar essa decisão do STF? Muitos deles estão ali por votos comprados e envolvidos também em corrupção. Aí fica difícil crer que o Congresso Nacional se motive a tente reverter essa situação.

Há que ficar bem esclarecido, para todos nós, qu
e a justiça não vem pelo conhecimento intelectual e nem pela legislação. Sendo assim, o que devemos entender é que o mundo está caminhando para o caos.

“Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado, porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado, porque é nascido de Deus.” (1 João 3:9).   *Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT CRM- RR 339 RQE 431  

Estão redescobrindo a pólvora

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo.” (Miguel Couto)

Assistindo, frequentemente, aos programas de televisão, aqui na Ilha Comprida, fico pasmado com o entusiasmo sobre as mudanças previstas para a Educação, pelo menos aqui na região. Aí fico pensando, por que só agora estão descobrindo o que nos vem sendo mostrado há séculos? Um cochilo inexplicável. Mas enquanto Educação não chega, tudo se explica. Até mesmo o inexplicável. Fico imaginando se houver algum planeta distante e desenvolvido, no espaço. Como será que ele nos vê? Será que ainda somos trogloditas planetários? É muito provável. Sobretudo, ao se tratar de Educação. 

Estamos em um estágio atrasadíssimo. Ainda caminhamos por veredas que não deveriam existir mais. O despreparo na educação é chocante. Só menos chocante do que o resultado do choque no poder público. Ainda somos um país que considera seus filhos como cidadãos, quando sabe que ainda não somos cidadãos, mas fantoches de um poder sem a devida Educação. A educação do nosso povo vem se arrastando como minhoca em terreno úmido. As discussões vazias que ouvimos no processo atual para as despesas na Educação mostram o que ainda somos. É só abrir os olhos e olhar para onde devemos olhar. Simples pra dedéu. 

Vamos começar pelo começo. E este está nos lares. Enquanto não entendermos isso, não entenderemos o problema. E vimos arrastando essa carroça desde nossos princípios como cidadãos que ainda não são cidadãos. Ainda temos, infelizmente, políticos que escorregam quando ouvem falar em educação. Eles temem a presença dela. Não faz tanto tempo que ouvimos, numa reunião política, de um agora já ex-governador: “Eu trago essas garotas do sertão do Nordeste para ensinar essas crianças no interior, porque para ensinar essas crianças no interior, o professor basta saber ler e escrever.” 

Infelizmente ainda perdura esse pensamento xucro. E o pior é que nem sempre ele, o pensamento, relaciona-se só ao interior. No início da década dos setentas, vivi isso no Rio de Janeiro. Li no caderno de um dos meus filhos sobre um Estado brasileiro considerado Território. Pedi pro meu filho falar para a professora que aquele Estado era um Estado e não um Território. Quando ele voltou da escola, falou: “Pai… A professora mandou dizer pro senhor parar de atrapalhar o trabalho dela.” Meu filho foi orientado e corrigido, dentro de casa. E os coleguinhas dele? Não sei quando vamos entender que a escola ensina, não educa. Então vamos criar o Ministério do Ensino e aprimorar o da Educação. Cada um na sua. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460