Opinião

Opiniao 14 02 2020 9783

NÃO MENDIGUE AMOR

Paulo Nicholas*

Semana dos namorados é uma boa época para falar de amor. Não de amor entre duas pessoas, mas enquanto sentimento. Talvez não haja outro tão forte e ao mesmo tempo tão confundido e incompreendido como este.

O amor é talvez o ponto alto da nossa evolução, é o nosso instinto de autopreservação evoluído ao ponto de, sem qualquer razão, querermos preservar o outro, querermos que o outro fique bem e que seja feliz. Partindo deste ponto, pode-se concluir que se trata de um sentimento de mão única, ou seja: a gente dá amor, a gente oferece amor, distribui. Podemos ainda, de outro lado, receber amor. Creio que não há nada melhor na vida do que amar alguém e ser amado na mesma intensidade.

O ponto que quero chegar é que o amor é um sentimento tão forte quanto livre. Que se manifesta de formas e em momentos inesperados, não calculados, simplesmente aleatórios e que, diante deste fato, é uma coisa que não se controla, não se mede e, mais importante, não se pede.

Podemos amar alguém e manifestar isso, podemos receber este amor de volta. Mas podemos não ter esta reciprocidade. E o que fazer diante disso? Apenas uma coisa: Não mendigar, não pedir, não exigir. Afinal, se for “pedido”, deixa de ser “amor”.

Nunca tente perseguir alguém para te amar de volta. Isso pode acontecer – você ama alguém que não te ama de volta; você tenta dar tudo, mas não recebe nada em troca. O mundo está cheio daquele infame amor não correspondido. É como fazer um show, um concerto bem produzido, só para descobrir que ninguém comprou ingresso. Mas veja, não adianta tentar se forçar alguém que não pode apreciar quem você é. Como também não há sentido em olhar para algo que você adora, sabendo que você não tem a menor chance de tê-lo. A única alternativa é começar a se valorizar, a amar você mesmo. Começa por aí. Tenha orgulho da pele que você está vestindo, ame quem você é.

Lembre: amor é leve, amor é livre, amor é solto, amor não tem controle, amor é dado, não comprado, oferecido ou mendigado. Nunca peça a alguém para gostar de você. Nunca se preocupe em perguntar: “Você me ama?”. Espere receber o “eu te amo”, deixe a pessoa amada perceber você como de fato é, seja natural e o amor irá naturalmente te encontrar. Se não acontecer, é porque não era pra ser ou porque acabou.

Pode ser difícil aceitar que alguém que você ama não possa amar você da mesma maneira que você, mas isso não o torna menos pessoa ou menos digna de ser amada.

É tudo sobre aceitação e contentamento. Aceite que todas as coisas não vão a seu favor e apenas fique contente com tudo o que acontece em seu caminho. Sacuda as inseguranças. Tire as dúvidas. A pessoa que você vê no espelho é aquela que as pessoas vão amar somente se você a amar a si mesmo.

*Advogado e escritor

@pnicholas

Energia solar: verdades e mitos

Edio Lopes*

A autogeração elétrica através da produção de energia fotovoltaica é uma tendência mundial. Hoje representa 5% da capacidade de geração instalada e 1,3% da geração de energia elétrica global.

O Brasil é privilegiado por possuir níveis de irradiação solar superiores à média mundial. Para se ter ideia desse potencial, no local menos ensolarado do Brasil, em Joinville (SC), é possível gerar mais eletricidade solar do que no lugar mais ensolarado da Alemanha.

O Brasil entrou tardiamente na produção de energia fotovoltaica por vários motivos, entre os principais os altos custos das placas solares, e não chega nem aos pés de países como China, Japão, Alemanha, Estados Unidos e Itália, que dominam o setor.

Na Itália, por exemplo, a energia solar ultrapassa os 10% do bruto produzido no país. Já no Brasil, é de pouco mais de 1%, atrás das Hidrelétricas (60,33%), Térmicas (26,21%), Eólicas (7,91%) e Nuclear (3%).

O Brasil deve tratar como prioridade desenvolver um parque de energia solar compatível com suas necessidades. Mas ao consumidor comum, são necessários esclarecimentos sobre o assunto.

Em 2012, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) criou a Resolução nº 482, que regulamenta a produção de energia a partir de fontes alternativas (solar, fotovoltaica, eólica e outras) e permite que consumidores possam gerar sua própria energia elétrica, e se houver um excedente injetado na rede, este produtor recebe um crédito de energia.

Ocorre que, como forma de incentivo ao novo sistema e também pelos altos custos de sua implantação, na época, foram permitidos também subsídios aos produtores. Eles não pagam encargos, impostos e também custos do transporte da energia que exportar para a rede de distribuição, além de deixar de contribuir no rateio de demais subsídios existentes, entre os quais descontos para consumidores de baixa renda.

É importante esclarecer que ao final do mês, é deduzido da conta de energia deste produtor o que gerou e jogou na rede de distribuição, com a isenção de qualquer tributo incidente na geração de energia ou uso da rede, diferentemente do que ocorre na conta de luz de qualquer outro consumidor comum.

Esse custo dos subsídios é diluído na conta de energia de quem não produz sequer 1 kW de energia fotovoltaica, sobretudo na maioria dos consumidores brasileiros, que são de baixa renda. Em 2020, esse custo pode chegar a mais de R$ 1 bilhão e estimativas apontam que o acumulado até 2035 ultrapasse os R$ 55 bilhões.

O termo “taxar o sol” advém exatamente da crítica dos produtores à proposta da ANEEL em retirar estes subsídios para que estejam sujeitos à carga tributária comum a todos. Com o barateamento no setor (45% de redução no valor dos painéis solares desde 2012), estes produtores investem cada vez menos para ganhar mais. E erroneamente, o termo “taxar o sol” chega a milhões de brasileiros que pagam toda essa conta, induzidos pelo setor e que rejeitam a proposta da ANEEL.

Os principais penalizados são a grande massa de brasileiros de baixa renda que não possuem recursos para adquirir seus próprios sistemas e pagam os subsíd
ios dos produtores de energia fotovoltaica, formada por uma classe que tem maior poder aquisitivo. Hoje, grandes empresas e indústrias são beneficiadas com os subsídios e barateamento de suas contas de energia, descontos que podem chegar a até 70%.

Concluindo, entendo que é hora de buscar uma solução e regulamentar de vez a questão. O país precisa desenvolver e aumentar a participação da energia fotovoltaica no contexto nacional de produção de energia elétrica. Mas não é justo que toda a carga de subsídios destinada ao setor seja repassada aos demais consumidores.

Quem defende a permanência dos benefícios afirma que qualquer alteração desse modelo é “taxar o sol”. O que vemos, é que mais uma vez, por falta de devidos esclarecimentos, uma grande maioria defende aqueles que são bancados e se beneficiam dos subsídios.

*Deputado Federal (PL/RR)

Participe do ensaio

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Com o Congresso podemos até não ter alguma liberdade, mas sem o Congresso não teremos liberdade nenhuma.” (Jarbas Passarinho)

É bom que comecemos a ensaiar nossa participação nessa verdade nas próximas eleições. Comecemos o ensaio nas municipais. É por aí que devemos iniciar nosso aprimoramento. E o que necessitamos de aprimoramento não está no gibi. Vamos prestar mais atenção às falas dos que sabem falar. E, sobretudo na política. James Clarke já disse que: “Um político pensa na próxima eleição. Um estadista, na próxima geração.” Há uma diferença enorme entre os dois pensamentos. Alguém também já disse que “No Brasil ainda temos bons políticos, mas não temos mais estadistas.” Então vamos prestar mais atenção no que eles disseram, porque eles sabiam e sabem o que dizem.

Vamos nos preparar para as mudanças de que a nossa política está necessitando. Vamos parar de mandar larápios e outras coisas para ocupar o lugar dos que deveriam estar no lugar, para fazer política. E política é coisa séria e merece respeito. E como eleitores nós devemos respeitar a nossa importância como responsáveis pela política. E comecemos nos respeitando, sabendo que somos nós, simples eleitores, os responsáveis pela política que temos. Vamos demolir os balcões de vendas dentro dos partidos políticos. E podemos fazer isso apenas com nosso voto. É só valorizá-lo. Mas para isso é necessário que nos valorizemos como cidadãos. E vamos iniciar a batalha silenciosa, preparando-nos para merecermos a cidadania. E não a mereceremos enquanto não nos educarmos para merecer o voto facultativo.

Prestemos mais atenção às falas dos que nos mandaram recados durante séculos. E ainda no início do século XX o Miguel Couto nos disse o que venho repetindo exaustivamente: “No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo.” Quando começarmos a pensar mais nisso e levar isso mais a sério, iniciaremos o trabalho na melhoria da educação no Brasil. Porque ela está no fundo do poço. E só subirá quando iniciarmos nosso trabalho, através da política. Então vamos iniciar nossa tarefa ensaiando-a já nas próximas eleições. Se elas são apenas municipais, não importa. O que importa é que são políticas. E na política não importa o que você está fazendo, o que importa é como você está fazendo. Porque acertando ou errando, você está fazendo sua parte.

Vamos nos educar politicamente para fazer o melhor que pudermos, e devemos fazer. E tudo vai depender da melhoria na Educação. Converse isso com seu candidato às próximas eleições. Analise-o com competência. Só assim você se valorizará no seu voto. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460