Opinião

Opiniao 14 11 2019 9298

O pacotaço do governo será mesmo o que o Brasil precisa?

Flamarion Portela*

O presidente Jair Bolsonaro enviou na semana passada ao Senado, um pacote de medidas que, de acordo com economistas, propõe a mais profunda reestruturação do Estado brasileiro em décadas.

São três Propostas de Emendas à Constituição: a PEC do Pacto Federativo, que pretende dar maior flexibilidade ao Orçamento e aumentar repasses de recursos a estados e municípios; a PEC da Emergência Fiscal, que na prática vai instituir gatilhos para conter gastos públicos em caso de crise orçamentária da União, estados e municípios; e a PEC dos Fundos Públicos, que quer revisar mais de 280 fundos.

Mas será que essas medidas são mesmo o que o Brasil precisa para retomar o crescimento e sair dessa grave crise econômica e social?

Alguns economistas definem o pacotaço como “um novo marco para a economia”, chegando a compará-lo, em termos de importância, ao Plano Real (1994) e ao Paeg (Programa de Ação Econômica do Governo), elaborado em 1964 pelos ministros Octávio Gouvêa de Bulhões e Roberto Campos.

Porém, há pensamentos controversos. Em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, a professora Esther Dweck, do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a proposta de reforma do Estado conduz a federação ao modus operandi do “salve-se quem puder”. 

Na opinião da especialista, “desobrigar”, “desindexar” e “desvincular”, como é proposto nos pacotes de medidas, “retiram funções precípuas do governo federal, como estabilização dos ciclos econômicos, redistribuição de renda e exercício de sua capacidade alocativa de recursos”.

Ela complementa que, enquanto o governo federal anuncia essa reforma do Estado como única alternativa, na verdade está criando “um abismo social e regional cada vez mais profundo e mantém a economia estagnada ao reforçar medidas contracionistas, na contramão do debate internacional”.

Vale lembrar ao amigo leitor que no governo de Michel Temer foi aprovada a Reforma Trabalhista, que prometia gerar milhares de empregos e, no entanto, o desemprego aumentou nos últimos anos. Também aumentou substancialmente a miséria no Brasil, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Recentemente, foi aprovada a Reforma da Previdência, que foi alardeada no meio político como a “salvação da pátria”, mas pelo que se vê, não será, haja vista a edição desse novo pacote econômico pelo Governo.

Será que esse “pacotaço” vai ser a solução para os problemas econômicos e sociais do País? Será que vai realmente gerar os empregos necessários que a nossa massa populacional de mais de 12 milhões de pessoas precisa para voltar a ter melhores dias e mais esperança em um País melhor?

Não podemos jamais perder a esperança de mudanças, mas devemos ficar atentos para que os cidadãos brasileiros não sejam penalizados mais uma vez com medidas emergenciais que não passam de mais do mesmo.   *Ex-governador de Roraima

O FACCIONADO JÁ FOI SOLTO, QUE COMECEM OS JOGOS! 

Luis Cláudio de Jesus Silva*

Já havia escrito, neste mesmo espaço, que se não mudassem a Constituição, deveriam soltar o Lula. Por isso, não compartilho da surpresa e das decepções dos que estão esbravejando desapontados com a decisão do STF. Já passou da hora de refazermos nossas leis e as ajustarmos aos anseios sociais. Infelizmente, você que se diz decepcionado é o mesmo que vota e elege os políticos que fazem as leis e pouco estão se importando com o seu desejo ou os anseios da sociedade. Talvez a decisão que abriu as grades e colocará nas ruas mais de 5 mil condenados, e junto a estes o mais ilustre dos bandidos brasileiros, faça você refletir, sair do conforto dos seus esconderijos e abandonar a covardia do anonimato omisso. É agora que o jogo vai começar.

A soltura do Lula, além de restabelecer a segurança jurídica, restaura a função do STF de guardião e interprete de Constituição, fazendo-o parar, pelo menos momentaneamente, de legislar, usurpando atribuições do Poder Legislativo. Mas o mais importante é que Lula solto destrói a retórica dos esquerdopatas que se fazem de cegos e seguem as mentiras de seu bandido de estimação. Estes, não poderão mais afirmar que o grande líder da facção é preso político. Agora, ele é apenas mais um biltre que se beneficiou do sistema e das leis caducas que só promovem a impunidade. Foi só sair da prisão, onde se especializou em delinquenciologia, já voltou a cometer crimes. De microfone em punho, inflamou a massa de zumbis, insultando-os a promoverem no Brasil as mesmas barbáries que estão sendo perpetradas no Chile e Bolívia. Ou seja, propôs transformarem o Brasil em praça de guerra, com furtos, saques a lojas, depredação do patrimônio público, ataques terroristas e assassinatos de inocentes. O líder da facção já mostrou as garras. O bom de tudo isso é que até os isentões terão que sair de cima do muro da covardia e tomar partido. De agora em diante, ou você é Bolsonaro ou você é Lula. Acabou a palhaçada. Não temos que ter medo da facção e de seus soldados. 

Essa decisão do STF já era esperada e, mesmo assim, a classe política, comprometida em proteger o sistema e parar a Operação Lava-Jato, nada fez para alterar a legislação e assim assegurar o efetivo combate à impunidade. Mas foi só soltarem o líder da facção que logo apareceram com a proposta de alterar a Constituição para permitir o trânsito em julgado após condenação em 2º Grau, devolvendo para trás das grades os bandidos que, pela suas omissões, ajudaram a colocar nas ruas. Não se deixe enganar, salvo se houver uma pressão popular – nunca vista em toda a história da República – essa alteração legislativa jamais será aprovada. Os parlamentares sabem que, se aprovarem uma ferramenta tão poderosa contra a corrupção e a impunidade, logo, logo, os mesmos serão os próximos a serem presos. Os parlamentares esquerdopatas, que posavam de paladinos da justiça e da moralidade, já avisaram que não concordam com nenhuma tentativa de colocar na cadeia os corruptos, e vão obstruir qualquer tentativa que chegue ao Congresso.

A soltura do faccionado já fez as peças do tabuleiro se mexerem. A direita que apoia Bolsonaro, que estava dispersa e desorganizada, já voltou a se aglutinar e se preparar para impedir que Ali-babá chegue novamente perto do cofre. O faccionado já anunciou que viajará em caravana pelo país, onde colocará em prática seu dom de mentir e ludibriar. Tentará ser o Mandela dos trópicos, carregará o assassinato de Marielle como trunfo, só não explicará porque não cobra esclarecimento da morte de Celso Daniel e nem como amealhou a fortuna que foi confiscada na Lava-Jato. A fábrica de intrigas e “escândalos” gestadas dentro do próprio governo deverá arrefecer – já bastará as mentiras da oposição – e o governo deverá agir com mais eficiência na promoção de políticas públicas e na divulgação dos resultados positivos, que não são poucos para onze meses de gestão. Desta forma, mostrará que nem com a soltura do seu líder, o crime organizado será capaz de retomar o poder e voltar a nos assaltar. Que venham as eleições de 2020…

*Professor universitário, Doutor em Ad
ministração. [email protected]

O mais importante em você

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Enquanto a cor da pele for mais importante do que o brilho dos olhos, haverá guerra”. (Bob Marley)

Vamos parar de parar? Chega de ficar ranzinzando tolices. Quando você luta pela igualdade é porque se sente inferior. E aprendemos isso quando aprendemos a competir em vez de disputar. E só quando competimos fazemos o que devemos fazer, como ele deve ser feito. E é aí que aprendemos que o que devemos fazer é mostrar o que somos no que fazemos. Quando aprendemos a nos valorizar, aprendemos que não é o que mostramos no que queremos ser porque dizem que devemos ser. O julgamento depende da formação de quem julga. E se alguém lhe julga inferior é porque ele é inferior. E por que você terá que se aborrecer com a inferioridade dos outros? Se se aborrecer estará ratificando o pensamento pobre, do pobre. Logo, você estará se nivelando a ele. 

Há um exagero gritante nas preocupações infantis, vividas por adultos que não saem da infância, no caminho errado. Não devemos jogar para o esquecimento, nossa infância. Devemos, sempre, manter a criança que temos dentro de nós. Que é quando somos realmente felizes. Quando somos capazes de ver a vida como ela realmente é. E só a veremos assim quando aprendermos que devemos viver a vida como ela deve ser vivida. E ninguém vive mais sabiamente a vida do que uma criança. Que é o que devemos ser, na responsabilidade com ações adultas. Vamos parar de ficar esperneando, na tentativa de sermos o que os outros querem que sejamos.

A vida é como cada um de nós a vê. E se é assim, por que temos que nos preocupar com o que os outros veem em nós, fora do que somos? O Emerson já disse que: “Você é tão rico ou tão pobre quanto o seu vizinho, senão não seria vizinho dele.” E se você vive preocupada com o que veem no seu cabelo ou na cor de sua pele, você estará abraçando seu vizinho pobre. Logo, você estará afirmando sua pobreza na união com a pobreza do seu vizinho. Respeite-se no que você é, mas sem a tentativa de mostrar que você é. Basta ser. E quando somos superiores não nos amofinamos com os inferiores. O que nos diz que “somos todos iguais nas diferenças.” Cada um na sua.

Cuide-se, cuide de sua beleza, mas dentro do que você é. Alguém também já disse que: “Não é o vestido elegante que você veste que vai fazer de você uma pessoa elegante. Mas ele faz parte da sua elegância.” Cuide-se no que você realmente é. E isso só você pode, e deve, mostrar em você mesma. Mas faça isso sem a preocupação vazia de querer mostrar, fisicamente, o que os tolos querem que você seja. Valorize-se em você mesma e seja o que você realmente é. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460