Opinião

Opiniao 15 10 2019 9111

A importância do professor na vida da criança

A educação tem a nobre tarefa de preparar as novas gerações

Geórgia Moura*

No último sábado (12/10/19) foi comemorado o dia das crianças, data que já se incorporou no calendário festivo e comercial. Quando se fala em dia das crianças, muito se lembra de brinquedos e diversão, porém pouco se fala na importância de manter um ambiente escolar e familiar saudável para que a criança se desenvolva psicologicamente de maneira correta. O Brasil hodierno lidera os rankings de depressão e ansiedade, portanto, é indubitável que o acompanhamento psicológico desde a infância seja proporcionado para que a criança cresça mentalmente saudável.

Na terça feira (15/10/2019) será também comemorado o dia dos professores. Esses profissionais são a base para a construção de um país e infelizmente vêm sendo atacados e desprestigiados nos últimos tempos. Os professores e professoras têm como dever ensinar e promover o bem estar social dentro do ambiente escolar. A importância desse profissional é tão grande que muitas vezes problemas familiares que estão atrapalhando a vida da criança são facilmente percebidos por eles, que poderão tomar a atitude de conversar com os responsáveis ou se preciso até mesmo acionar o conselho tutelar.

O psicólogo se encontra em uma posição de aliado do professor para ajudar com o bem estar emocional da criança. A psicoterapia, quando proporcionada desde a infância, ajuda em diversos fatores, inclusive a tornar futuramente, a criança, em um adulto dotado de inteligência emocional e capaz de lidar com diversos desafios ao longo da vida.

*Bacharela em Direito e Psicóloga Instagram: @psicologa_georgiamoura  Celular: 9 91112692

“Roba”, mas faz

Marlene de Andrade*

“O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade.” (Efésios 4:28)

Quando vai acabar essa “estória da carocha” que se o político faz alguma coisa na comunidade, não importa que ele tenha roubado milhões e até bilhões de reais, pois o importante é mostrar, nem que sejam pequenos serviços.

A criminalidade aumentou? Ah, fazer o quê? Meus filhos estão tendo ensino de péssima qualidade? Fazer o quê? A saúde está indo cada vez mais para o caos? Fazer o quê? As estradas, avenidas e ruas estão em péssimo estado de conservação? Fazer o quê? E por aí afora a gente ouve aqui e acolá, esses refrãos, ou seja, se o político está roubando, o importante é que pelo menos esteja “fazendo alguma coisa”. Aí, eu aqui ponderando, fico me perguntando: até quando o Brasil vai ser um país formado por um povo, nem todos, alienados, com-forma-dos com a corrupção e, consequentemente, coniventes com os desmandos públicos? Ora, se não há quem grite ‘pega ladrão!’, a roubalheira, obviamente, vai continuar.

É triste perceber que o Brasil tem tudo para decolar e se tornar um país de primeiro mundo, pois nossa terra é riquíssima. Porém, com um povo analfabeto funcional e politicamente ignorante, fica difícil vencer as barreiras da impunidade.

É muito azar viver num país rico, o qual é roubado desde o seu descobrimento. É triste também perceber que tem muita gente se dando bem nas costas da população. E tem mais. Não vale dizer: “Ah, deixa os políticos roubarem, pois o importante é que não roubem tudo.” Como é que é? É, já ouvi pessoas dizendo isso.

Será que nos países de primeiro mundo a população, em geral, também pensa assim? E lá no Japão, como funciona a máquina administrativa? Político lá pode matar, roubar e destruir e ficar tudo por isso mesmo? Não! Lá tem pena de morte, aí já viu no que pode dar.

E nesta exata hora, que estou escrevendo este artigo, me veio à cabeça a triste história do assassinato do prefeito de Santos e da facada que Bolsonaro levou, mas, por favor, não digam que estou misturando o “lé com crê”, por estar fazendo esta observação aos prezados leitores da Folha de Boa Vista, pois nesta vida tudo acontece conectado.

E por falar em Lula, pergunto também aos universitários por que ele ainda não fez delação premiada? Estranho, visto que esse “poderoso chefão” poderia ter sua condenação abreviada, ou estou equivocada? Mas, se estamos presos a um sistema corrupto, só me resta dizer: Go for it.

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT-AMB- CRM

Uma flor na escuridão

Walber Aguiar*

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. (Renato Russo)

Três horas da madrugada. Uma figura atravessou a rua, caminhou na direção do posto médico. Barba por fazer, roupa simples, coração entregue ao silêncio da noite. Agnailton, mais conhecido por Romeu, não temia o desconhecido. Temia apenas a ingratidão e o desprezo. Ingratidão de quem deveria amar, desprezo de quem deveria acolher.

Depois de dormir no posto da Mecejana, ele enfrentou a fila e o mau humor de atendentes despreparados. De gente ranzinza, seca e mal amada. Também de gente disposta a servir com ternura e compreensão. Contudo, ele seguiu sua missão: levantar os feridos e humilhados, estimar os velhinhos e crianças, sorrir para os estranhos como se conhecidos fossem.

O dia amanheceu. Romeu esfregou os olhos e massageou o afeto. Esteve em paz consigo mesmo; carregou no coração a simplicidade e o desejo de ajudar, a vontade de transformar a dura realidade daqueles que não têm a quem recorrer nas horas da dor e do desamparo. Recusou ajuda, embora soubesse que também estava doente. Não trocava seus favores por dinheiro, mas recebia qualquer coisa que viesse sob o signo da generosidade.

Transformado em andarilho, tratou a todos com enorme carinho e gentileza. Sabia reconhecer um sorriso sincero. Fez amizade com todos, tratou de mano, mana, tio, tia, pai, mãe. Na tentativa de compensar o vazio afetivo que carregava no peito.

Romeu não precisava de terno e gravata; muito menos de tráfico de influência, quando se tratava de dar sem receber quase nada em troca. Ele não precisava mentir, trair, enganar, se corromper, como fazem os homens públicos, que desconsideram os desgraçados fora do período de eleição.

Ele vai fazer muita falta. Na hora do bom papo, da profundidade filosófica, da consulta a ser marcada para os que não enxergam, não ouvem, não conseguem andar direito. Para aqueles de coração adoecido e de mente confusa. Para os que frequentavam o bar do “Mineiro”, o bar do “Bispo” e as ruas do bairro da Mecejana e do Cambará.

Cansado de curtir e ser curtido pela solidão urbana, ele tomou o rumo do interior. À semelhança de Thoreau, um filósofo norte-americano, ele “foi à floresta porque queria viver intensamente”. Ironicamente, foi tragado por ela. Perdeu-se onde mais desejava se encontrar. Nunca mais retornou ao convívio com os amigos e irmãos, a quem amava.

Seu corpo foi coberto pelo barro vermelho do cemitério, sua alma leve voou para o “céu dos samaritanos”.

Descanse em paz, irmão. Seu
nome vai ficar entre nós como uma lenda viva. E quando o vento frio da madrugada soprar no rosto dos velhinhos esquecidos, dos andarilhos errantes, dos bêbados e enlouquecidos pelo amor, alguém lembrará de você com ternura, saudade e devoção. Tchau, um abraço!!!

*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected]

Ele não é eu, nem eu sou ele

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A gente começa a ser feliz quando é capaz de rir da gente mesmo.”

Aristóteles Onassis, quando citou essa frase posta aí em cima, sem mencionar o autor, disse: “Finalmente ria das coisas à sua volta, ria dos seus problemas, de seus erros, ria da vida.” Rir da vida não significa sair por aí rindo à toa. É encarar a vida como uma dádiva. Se ela não estiver satisfazendo é porque você não está sabendo vivê-la. Simples pra dedéu. Por que ficar perdendo tempo com coisas ou acontecimentos desagradáveis? Eles fazem parte da vida, mas devem ser postos no seu devido lugar. Eles nunca perturbarão você se você não lhes der atenção. Por que sofrer com coisas e acontecimentos ruins, se há tantos outros acontecimentos agradáveis e que devem ser notados e vividos? A escolha é de cada um, dependendo do seu desenvolvimento racional. 

E nunca nos desenvolveremos racionalmente enquanto continuarmos valorizando mais o irracional. Que é o que fazemos com frequência quando nos aborrecemos. Ainda estamos no início da caminhada para a racionalização. Ainda damos mais importância ao negativo do que ao positivo. Comece seu ensaio. Lembre-se de que a vida é um espetáculo. Vamos desempenhar nosso papel, no palco, para que a vida tenha valido a pena, quando ela terminar. Tanto podemos chorar com a tristeza quanto com a alegria. O sentimento é como a saudade, escorrega pelos olhos, quando se excede. E exceder, aí no caso, não significa exagero, mas apenas sentimentos.

Vamos tomar o bonde da alegria. Cada momento de nossas vidas é apenas um momento. Não deve ser guardado, se não valer a pena. E não valerá a pena se não nos trouxer felicidade, que é quando nos lembramos de coisas agradáveis do passado. Não é possível não lembrar momentos desagradáveis do passado. O importante é que não o mantenhamos na nossa mente. Quando ele, o mau pensamento, surgir, chute o balde. Jogue-o para escanteio. Sei que isso não é fácil, mas é possível. E se é possível fazer, faça-o. Todos nós podemos fazer isso. É só rir.

Rir e sorrir depende do momento. E o momento somos nós que fazemos. Depende da força que disponibilizamos para a tarefa. E esta não é fácil, repetimos, mas é plenamente possível. Ser feliz é tão simples quanto ser infeliz. É só você se lembrar de que “Ninguém, além de você mesmo, tem o poder de fazer você se sentir feliz ou infeliz, se você não estiver a fim.” Então esteja a fim de ser o que você quer ser: feliz ou infeliz. Orgulhe-se desse poder que você tem e escolha o que lhe interessa. E você nunca vai escolher a infelicidade, com um sorriso e um riso alegres. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460