Opinião

Opiniao 16 01 2020 9629

O mosquito da dengue ainda assusta Roraima

Flamarion Portela*

Todo começo de ano a história se repete. Estamos em pleno verão, mas os riscos de infestação do mosquito Aedes aegypti ainda continuam altos.

O levantamento divulgado esta semana, do último Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa), feito no ano passado, aponta que Boa Vista ainda está classificada no risco médio, com 3,4% para o número de focos encontrados do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. O índice é um pouco abaixo do registrado anteriormente, que foi de 4,8%, mas ainda é preocupante.

Três dados do levantamento chamaram minha atenção.

O primeiro é que dos 54 bairros que foram avaliados, 14 foram classificados com alto risco, 27 com médio risco e apenas 13 com baixo risco. Ou seja, quase 80% dos bairros de Boa Vista se encontram na classificação de médio e alto risco de infestação do mosquito.

O segundo ponto que me chamou a atenção foi com relação aos locais onde foram encontrados os criadouros do mosquito. De acordo com o levantamento, os principais criadouros estão no lixo doméstico (33,2%), em vasos, frascos, pratos, pingadeiras, bebedouros (23,3%) e pneus e outros materiais rodantes (22,9%). Isso revela que a maior parte dos criadouros está dentro das nossas casas.

Por fim, o dado mais preocupante. No ano passado foram notificados 2.112 casos de dengue, sendo que destes, 925 foram confirmados. Também foram registrados 220 de chikungunya com seis confirmações e 54 casos notificados de zika vírus, com 11 confirmados.

Considerando todo o Estado de Roraima, houve um aumento de quase 700% no número de casos de dengue, em 2019, com relação a 2018. Isso é muito preocupante.

Embora sejam feitas constantes ações de prevenção e combate ao mosquito em nível municipal e estadual, como o uso dos carros fumacê com inseticidas, campanhas educativas, orientações, atividades técnicas e controle vetorial, a participação da população é fundamental para evitar que tenhamos uma epidemia em 2020.

Algumas medidas simples, por parte da população, podem evitar a proliferação do mosquito. Tapar tonéis e caixas d´água, manter as calhas sempre limpas, deixar garrafas sempre viradas com a boca para baixo, lixeiras bem tampadas, ralos limpos, limpar semanalmente ou preencher pratos de vasos de plantas com areia, além de outras medidas que evitem a proliferação do mosquito e a transmissão das doenças.

É preciso também que proprietários de terrenos baldios o mantenham limpos, bem como donos de borracharias evitem deixar acumular água em pneus.

São coisas simples que podem ajudar a combater o mosquito e, consequentemente, salvar vidas. Faça a sua parte!

*Ex-governador de Roraima

ARRENDAMENTO E EXPLORAÇÃO DE “TERRAS INDÍGENAS”, UMA DISCUSSÃO NECESSÁRIA

Luis Cláudio de Jesus Silva*

Na semana passada (09/01), neste mesmo espaço, escrevi sobre o arrendamento de “terras indígenas”. O tema ganhou força nas redes sociais e em manifestações aqui publicadas (13/01), inclusive com referências implícitas a minha opinião. Pois bem, a mídia nacional e local tem dado destaque à promessa do governo Bolsonaro de encaminhar ao Congresso Nacional o projeto de lei autorizando a mineração, agricultura, pecuária, construção de hidrelétricas, prospecção de petróleo e gás, e até turismo nas áreas indígenas. Ou seja, mais do nunca é importante discutirmos sobre o tema. Por óbvio não vou trazer opiniões que já expressei na publicação anterior, proponho uma abordagem complementar onde, inicialmente, pontuo que as terras não são indígenas e nem dos índios, as terras são bens da União, garantido aos indígenas apenas o seu usufruto. Portanto, a terra continua pertencendo a TODOS os brasileiros. Temos no Brasil 116.997.082,249 hectares de áreas demarcadas para usufruto de pouco mais de 800 mil indígenas. A reação raivosa de esquerdistas travestidos de ambientalistas/indigenistas posicionando ser radicalmente contra até a possibilidade de discutir um assunto tão relevante para o pais, deixa claro sua total e característica incoerência argumentativa. Ou agem de má fé, ou são completamente incapazes de entender a realidade dos fatos. Vejamos: falam em defesa dos direitos indígenas ao mesmo tempo em que impõem aos mesmos a vida primitiva, o isolamento, a fome, a miséria, ao tentar impedi-los de conhecer e escolher o modo de vida que quiserem. Insistem em criar a figura do “bom silvícola”, como se os índios não tivessem o direito de autodeterminar seu modo de vida; falam em defesa do meio ambiente ao mesmo tempo que tentam barrar a chegada do Linhão de Tucuruí ou a construção de Hidrelétrica no Rio Cotingo, obrigando o estado ao uso de combustível fóssil nas termelétricas com alto custo ambiental e financeiro ao país. Não conheço nenhum índio Waimiri ou Atroari que rejeite as parcerias com a mineradora Paranapanema ou os recursos dos royalties pagos pela Hidrelétrica de Balbina; falam contra o arrendamento de “Terras Indígenas”, sob a desculpa que os índios não precisam dessa alternativa, mas não explicam por que 48 mil índios, pertencentes a 22 “terras indígenas”, arrendaram áreas para produtores, em contratações clandestinas, onde os indígenas recebem pagamento mensal ou parte da produção colhida ou comercializada. A verdade é que, não obstante a proibição constitucional e a opinião de pseudo indigenistas, 3,1 milhões de hectares de áreas demarcadas foram arrendadas para produtores externos, um território equivalente a cinco vezes o tamanho de Brasília; enquanto patrocinam o ‘mimimi’ contra a mineração em “terras indígenas”, índios praticam a exploração de ouro e diamante de forma primitiva e ambientalmente degradante, tirando o sustento de suas famílias do comércio desses minérios; falam contra o Estado, o progresso, a produção e o lucro, ao mesmo tempo em que preferem ver os índios se sustentando com a ajuda de bolsa-família e outras políticas humilhantes e de manutenção da miséria, ou cobram que o Estado financie seus projetos com o dinheiro auferido pelos impostos de todos os brasileiros e do lucro da produção que tanto abominam.

A autodeterminação só existe quando se tem alternativas de escolha. Somente quando os indígenas tiverem a possibilidade de escolher qual modo de vida pretendem exercer, frente às alternativas da independência financeira, as máscaras cairão e a mentira, que insiste em desfilar com as roupas
da verdade, será desnudada.

*Professor universitário, Doutor em Administração. [email protected]

A mulher das minhas vidas

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Nunca encontrei mulher de quem quisesse ter filhos, a não ser esta que amo. Eu te amos, Eternidade.” (Nietzsche)

Eu também a amo. Todos nós vivemos um eterno ir e vir. E quando descobrimos a importância de tais idas e vindas, começamos a amar a eternidade. É quando somos felizes. Quando sabemos a importância de um momento de felicidade. Voltaire também disse: “Um momento de felicidade vale mais do que mil anos de celebridade.” De que adiante ser celebre sem ser feliz? Mas só podemos amar a eternidade quando aprendemos a amar nós mesmos. E só quando nos amamos podemos ser feliz. Então vamos ser feliz. Vamos nos amar, amando o próximo. Simples pra dedéu.

Quando sabemos dar valor ao amor, não o confundimos com sentimentos esporádicos e fúteis. Não há amor sem sinceridade. Logo, não há amor com traição, ou mais claramente, não há infidelidade no amor. É só você aprender a se olhar no seu espelho interior, se ver e se conhecer no que você realmente é. Não há sofrimento no amor. Quando amamos respeitamos e perdoamos. O que não pode gerar confusão. Toda a felicidade de que necessitamos para sermos felizes está em nós mesmos. E já que vivemos na eternidade, mesmo quando não sabemos disso e não a vivemos plenamente.

Ame sempre. Comece conhecendo-se a si mesmo. Só quando nos conhecemos nos valorizamos. Independentemente da situação em que vivemos. Porque quando sabemos o que vivemos buscamos sempre o melhor. A caminhada para a racionalidade é extensa, eterna. Cabe a cada um de nós saber reconhecer os caminhos que nos levem aonde queremos ir. Mas temos que saber para onde queremos ir. Buscar o melhor é buscar a eternidade. Estamos sobre esta Terra há vinte e uma eternidades. Tempo não considerado tempo para quem viver o racional. Então vamos vivê-lo. Vamos buscar o melhor para nossas vidas, no que somos, porque somos capazes, para fazer tudo de que necessitamos para o alcance da nossa mãe, a Eternidade.

O amor é a bússola que nos orienta. Então vamos vivê-lo intensamente sem arrufos nem fantasias fúteis. Comecemos por saber separá-lo no balaio da paixão e do ciúme. São coisas diferentes e que mantêm o ser humano longe do alcance da eternidade. Vamos amar com amor. E se isso lhe parecer tolice ou redundância, cuide-se. O ciúme é um desrespeito. E quem ama respeita. E não nos respeitamos quando não nos valorizamos no que somos para podermos ser o que não somos, mas isso sem deixar de ser o que somos. Viva seu dia, hoje, como se ele fosse o último. Cada momento do seu dia é muito importante para o seu engrandecimento ou para seu fracasso. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460