Opinião

Opiniao 17 07 2019 8579

O absurdo das tarifas bancárias no Brasil – Flamarion Portela

O que os bancos fazem com os clientes é uma verdadeira covardia, um assalto à mão desarmada.

De acordo com um levantamento feito recentemente, os cinco maiores bancos do País cobram só de tarifa, por ano, incluindo ai o famigerado cheque especial, mais de R$ 130 bilhões. Isso equivale ao orçamento público anual que o Governo Federal destina para a Saúde em todo o Brasil. É maior também que o orçamento da Educação, que este ano gira em torno de R$ 110 bilhões.

E quem acaba pagando a conta maior é o cliente de pequeno porte, que investe pouco no banco. Normalmente, ele paga as maiores tarifas e tem menor rentabilidade, ao contrário daquele cliente que tem aplicações mais robustas no banco, que acaba pegando tarifas bem menores.

E o que é pior. Na maioria das vezes, o cliente nem sabe a que e refere a tarifa que está pagando, porque os bancos não deixam claro nos contratos quais as tarifas específicas que serão cobradas. Sem falar que esses detalhes geralmente são colocados naquelas letrinhas bem pequenas, que normalmente o cliente nem lê.

E ainda tem o agravante de que muitas vezes essas taxas cobrem uma gama de serviços que nem sempre são necessários ao cliente, o que fica pesado no orçamento.

Toda vez que abrimos uma conta num banco qualquer, assinamos um contrato onde está definida a cesta de serviços que a instituição financeira vai lhe oferecer. Mas o brasileiro tem o péssimo hábito de não ler contratos, de não observar as cláusulas direito e, na maioria das vezes, nem tem ideia de quanto paga pelos serviços oferecidos pelo banco. 

O cliente de um banco jamais irá deixar de pagar tarifas, mas os especialistas financeiros apontam algumas alternativas para que esses custos pelo menos diminuam. 

Um dos primeiros passos é conferir seus extratos dos últimos seis meses para ter a média de taxas cobradas na sua cesta de serviços e por transações a mais. Feito isso, você poderá ter a noção do que realmente usa e procurar opções mais viáveis na sua agência bancária ou mesmo procurar outra instituição para abrir uma conta. 

Já ficou comprovado que o setor financeiro é o que mais lucra no País, mas não dá o retorno adequado a seus clientes ou mesmo funcionários, principalmente no que diz respeito à qualidade do atendimento. Além disso, cobram juros exorbitantes nos empréstimos, no cheque especial e no cartão de crédito.

O brasileiro está sendo usurpado dia a dia sem nem ter noção do quanto está pagando aos bancos. Está mais do que na hora de o Governo Federal fazer uma reforma tributária que atinja também as instituições financeiras.

Não aguentamos mais pagar tarifas bancárias tão absurdas.

 (*) Flamarion Portela é ex-governador de Roraima

Roraima, o pagador das contas sociais do Brasil

Após a Constituição Federal de 1988, a qual a meu ver já caducou há muito tempo, os burocratas de Brasília escolheram o então recém criado Estado de Roraima para pagar as contas sociais do Brasil. Somente esse argumento justificaria a ‘usurpação’ da área territorial do estado por meio da criação de extensas áreas indígenas e reservas ecológicas, ambientas e outras nomenclaturas da moda. Como resultado, os roraimenses e todos aqueles que escolheram Roraima para viver são proibidos de usar mais de 60% das terras que deveriam servir para exploração e consequente desenvolvimento do Estado. Por outro lado, nossos algozes engravatados e de colarinho branco nunca se constrangem em alardear nos fóruns internacionais que o Brasil é um país que preserva seus índios e a biodiversidade, tudo em favor da humanidade. Só não lembram que nós, os roraimenses, pagamos o alto preço da falta de oportunidades e da desesperança, e somos obrigados a conviver na pobreza e na ausência de expectativas com o futuro, consequências de um estado “engessado”. Enquanto isso, o restante dos estados brasileiros e o Brasil posam, nacional e internacionalmente, de politicamente corretos e socialmente responsáveis.

Se o Brasil tem uma dívida histórica com os povos indígenas e, os laudos antropológicos que são usados para justificar as demarcações, invariavelmente, usam a ocupação histórica do solo para escolha e extensão das áreas, se relembrarmos que a colonização do Brasil foi feita pelo Litoral e que na sua chegada os portugueses foram recebidos pelos índios que aqui habitavam, como explicar que apenas 1,75% das áreas indígenas estejam localizadas nos Estados do Nordeste, Sudeste e Sul, contra 98,25% das áreas no território amazônico? E se a situação fosse outra, se tivéssemos o direito de explorarmos toda a área territorial do Estado, todas as riquezas minerais que, “coincidentemente”, estão sob as terras que nos foram desapropriadas? Ou ainda, e se os demais estados brasileiros indenizassem Roraima pela usurpação territorial que promoveram, pela preservação das áreas indígenas e ambientais que atrasam o nosso desenvolvimento? Ressalto que, a mesma Constituição que assegura os direitos indígenas e de conservação, também ‘garante’ a indenização em caso de desapropriações de terras.

Enquanto a federação comemora, Roraima sofre e paga as contas sociais de um país inteiro. Porém, algumas vozes já são ouvidas e esse humilhante cenário pode mudar. No Senado Federal, tramita o PLS n. 375/2017, pronto para ser votado pelo Plenário, pelo qual, Estados e municípios que abrigam unidades de conservação da natureza ou terras indígenas demarcadas receberão uma fatia maior de recursos do FPE e FPM. Resta saber se os engravatados de Brasília, aí incluídos os nossos representantes políticos, terão sensibilidade para reconhecer os males que causaram a Roraima e pelo menos tentar mitigá-los. Em outra frente, o presidente Jair Bolsonaro, em recente manifestação, deixou claro que a República, enfim, vive novos tempos, ao afirmar que: “[…] nos últimos 20 anos, eu sempre notei uma pressão externa – e que foi acolhida no Brasil – no tocante, por exemplo, a cada vez mais demarcar terra para índio, demarcar terra para reservas ambientais, entre outros acordos que no meu entender foram nocivos para o Brasil.” Se foram nocivos para o Brasil, imaginem para Roraima! Que esses novos tempos cheguem a Roraima e tenhamos o direito de não pagar, ou, pelo menos, sermos ressarcidos por uma dívida que nunca contraímos. 

Luis Cláudio de Jesus Silva, professor universitário, Doutor em Administração. [email protected]

A mulher eterna – Afonso Rodrigues de Oliveira

“Nunca encontrei mulher de quem quisesse ter filhos, a não ser esta que amo. Eu te amo, Eternidade.” (Nietzsche)

Quando descobrimos que somos eternos, começamos a amar a Eternidade. A vida é um eterno ir e vir. Na verdade nós não morremos. Nosso corpo é que morre. Ele tem prazo de validade, nós não. Nós não envelhecemos, nosso corpo sim. Então vamos nos valorizar mais como seres de origem racional, registrados como seres humanos. Mas deixa isso pra lá e vamos nos cuidar para que vivamos eternamente. E é simples pra dedéu. 

Ontem dei uma maravilhosa caminhada pela Avenida Copacabana, aqui na Ilha Comprida. Tomei até um sorvete com o Alexandre. Um dess
es momentos que fazem de você uma pessoa digna de você. É quando nos amamos que amamos. O valor que nos damos nos momentos simples que nos fazem lembrar o que realmente somos. Um conhecimento que nos faz muito bem. São as belezas do dia a dia que nos chamam a atenção para o que realmente somos. Enquanto o ônibus não chegava, demos uma esticadinha até a praia. E é aí que refletimos sobre a eternidade, na grandeza do mar. No movimento incessante das ondas, no barulho agradável das ondas em debate com elas mesmas. 

Você não precisa ter o mar à sua disposição para poder refletir sobre a grandeza da Eternidade. Porque na verdade não sabemos o que somos, quando sabemos que estamos aqui, sobre este Planeta ainda em evolução, há exatamente vinte e uma eternidades. E como se mede uma eternidade? Pergunte aos sábios. Eles é que inventam o que gostamos ouvir, crer e executar. Porque se eu lhe disser, você não vai acreditar. Eu creio que eternidade não se mede. Senão ela não seria eterna. 

Vamos viver mais os nossos dias para que possamos viver melhor, cada vida. Ainda não sabemos quantas vidas já vivemos. A vida que viveremos no próximo retorno vai depender da qualidade de vida que estamos vivendo. Cuidado com você mesmo, ou mesma. Viva cada minuto do dia de hoje como uma preparação para os dias que você viverá na próxima vida. A vida é um palco no qual você é o ator, ou a atriz. O desempenho no papel vai depender de você. Ninguém além de você mesmo tem o poder de fazer isso por você. É sua vez, vá em frente. Nada é impossível quando acreditamos na nossa capacidade de torná-lo possível. E você pode fazer isso. É só acreditar em você mesmo. É só encarar os obstáculos. Eles nuca serão superiores a você se você se considerar superior. E só você pode fazer isso por você. Então faça. Nada de baixar a cabeça para nada nem ninguém. A Eternidade é a mulher que todos devemos amar. É o horizonte que devemos mirar sempre. Pense nisso.

[email protected] 99121-1460