Opinião

Opiniao 17 10 2019 9128

Valorizar o professor é valorizar a educação!

Flamarion Portela*

Todo mundo tem alguma boa lembrança de um professor, seja nos anos inicias na escola ou mesmo já na faculdade. 

Aquele professor que lhe deixou marcas por ter sido um educador de verdade, que conseguiu lhe passar o conteúdo de uma forma que você conseguiu absorver mais facilmente, que se preocupou com o seu aprendizado e que lhe tratou como um verdadeiro filho.

Sem eles, nenhum de nós chegaria aos patamares que chegamos. Não seríamos os profissionais que somos e nem teríamos o conhecimento que temos. 

Mas, será que estamos realmente valorizando nossos mestres?

A educação é fundamental na vida de cada cidadão, de cada povo, de cada sociedade. E o professor é a base de toda a educação. A melhoria de qualquer sistema educacional passa pela valorização dos docentes.

Infelizmente, o Brasil não valoriza seus mestres como deveria. Em todas as esferas públicas, seja municipal, estadual ou federal, salvo alguns poucos casos específicos, não existe um trabalho de reconhecimento dessa profissão, que é a mais numerosa do País, com cerca de 2,2 milhões de profissionais.

E a valorização profissional da educação passa por um conjunto de estratégias como plano de carreira, salários atrativos e formação de qualidade ao longo da carreira dos professores.

O progresso de um País está intrinsecamente ligado à educação do seu povo. Governos que investem fortemente na educação e na pesquisa têm maior probabilidade de crescimento.

O relatório Global Teacher Status, feito no ano passado pela ONG Varkey Foundation, mostrou que o prestígio do professor no Brasil é o pior entre os 35 países avaliados. Numa escala de 1 a 100, ganhamos um mísero ponto, ficando atrás apenas de Israel. Já a China foi o único país a ter a pontuação máxima.

Um dado interessante da pesquisa é que os professores não se sentem prestigiados pelo simples fato de receber um bom salário. Embora esse fator seja considerado importante, existem outros aspectos que são mais levados em conta pelos professores para se sentirem prestigiados. 

Outro levantamento, desta vez feito pelo movimento Todos pela Educação, aponta que quase metade dos professores brasileiros não indicariam a carreira para um jovem. É desalentador.

E esse desprestígio dos professores tem se refletido na própria sala de aula, com o crescente número de violência contra os docentes.

É preciso que saibamos valorizar mais nossos mestres. Um país que não investe na educação e naqueles que a conduzem, não pode vislumbrar um futuro muito próspero para os seus cidadãos.

*Ex-governador de Roraima

O CINÍSMO DOS AMBIENTALISTAS FRENTE AO PETRÓLEO NAS PRAIAS DO BRASIL

Luis Cláudio de Jesus Silva*

Acompanho com relativa preocupação as notícias sobre o desastre ambiental causado pelo aparecimento de manchas de petróleo nas praias do litoral brasileiro. A relatividade da minha preocupação se deve não ao fato de não reconhecer o absurdo e as dimensões desse desastre ambiental, e sim por estar observando à distância, ainda, sem sofrer diretamente dos males ocasionados, tanto à economia da região quanto, e principalmente, à fauna e flora marinhas. Certamente muitas espécies de animais e plantas morreram e continuarão morrendo por conta dessa catástrofe. Infelizmente, diante de todo esse cenário, o que se observa é o silêncio cínico dos hipócritas ambientalistas de gabinete climatizados. Há poucos dias todos estavam a postos empunhando suas bandeiras encarnadas e megafones barulhentos, proferindo discursos inflamados e, como parlapatões, alardeando fake news sobre as queimadas e girafas na Amazônia. O que fez se calarem?

Talvez a explicação para o silêncio desses farsantes seja o fato das investigações confirmarem que o petróleo derramado no litoral brasileiro ser de origem venezuelana. Podem ter certeza que esses cínicos estavam com os cartazes e discursos preparados para atacar o Brasil, se esse petróleo tivesse pelo menos passado perto dos barris da PETROBRÁS. Porém, como o petróleo é originário da Venezuela, do ditador socialista Nicolás Maduro, todos se escondem calados. Na verdade, a quase totalidade das ONG’s que abrigam esses hipócritas são ideologicamente tendenciosas e, diante da menor possibilidade de associação da esquerda socialista a algum crime, logo se acovardam e fingem que nada está acontecendo. Assim aconteceu quando as feministas petistas sumiram após Lula chamá-las de “grelo duro”, ou quando nenhum movimento de esquerda cobrou punição para as lésbicas que torturaram e mataram o menino Rhuan. Agora não é diferente. Onde estão Emmanoel Macron, Angela Merkel, Papa Francisco e a manipulada Greta Thunberg? 

Resta ao governo brasileiro investigar e elucidar o que realmente aconteceu, se houve um acidente ou se um atentado premeditado por aqueles que tentam a todo custo causar transtornos e desestabilizar a nova ordem democrática capitaneada pelo atual governo. A história nos mostra que não há limites para os esquerdopatas. É só relembrarmos os casos do atentado com bombas no Aeroporto de Guararapes (1966), do assassinato de Celso Daniel (2002), do atentado contra a vida de Jair Bolsonaro (2017), dos ataques de hackers aos celulares de juízes, procuradores, ministros e outras autoridades e instituições (2018). Se não restam dúvidas que o petróleo que polui o litoral brasileiro é de origem venezuelana, só falta esclarecer se foi derramado propositalmente por algum dos “navios piratas” que partem da Venezuela e navegam pelos mares brasileiros com equipamentos de localização desligados para fugir dos radares e/ou do embargo econômico imposto pelos Estados Unidos, os quais podem, atendendo ao ditador venezuelano e seus companheiros esquerdistas, provocar a catástrofe ambiental que tanto prejuízo tem causado ao Brasil.

Não podemos viver num mundo de suspeitas e conspirações, imaginando que tudo é feito de forma proposital e contra nós, se assim agirmos estaremos nos igualando aos derrotados que a todo momento tramam e agem contra seus opositores. Mas temos que ficar atentos e sempre responder à altura as agressões que sofremos e não podemos aceitar calados, devemos denunciar o silêncio covarde de quem, tentando proteger os seus, comporta-se cinicamente se escondendo na hipocrisia que sempre caracterizou sua falta de caráter. Acredito na existência de ambientalistas sérios, só não sei onde encontrá-los, e nem por que estão tão apáticos diante de tão grave problema.

*Professor universitário, Doutor em Administração. [email protected]

O que aprendemos com os Robertos

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O que chamamos de aprendizado é só um processo de reminiscência.” (Platão)

Quando ficamos perdendo tempo com os males, esquecemos dos bens. E quando o bem aparece ficamos extasiados. Na verdade, estamos aprendendo com o que já tínhamos aprendido e não sabíamos que tínhamos. Simples pra dedéu. Tão simples que não lhe damos atenção. O que temos de
pessoas honestas por esse mundo afora, não tá no gibi. Mas não lhes damos o valor nem a atenção que elas merecem. Tenho certeza de que cada um de nós tem, pelo menos, um exemplo a contar. E rimos, quando nos lembramos.

Dona Salete está fazendo um tratamento dentário no Município de Iguape. Fica bem ali. São dez minutos de ônibus. Dia desses tomamos um táxi, para ganhar mais cinco minutos. Chegamos, descemos do carro e só quando entravamos no consultório, ela percebeu que tinha deixado o agasalho dentro do táxi. Ela ficou, pelo menos, uns quinze dias reclamando da desatenção e do prejuízo. Ontem estivemos no Boqueirão, centrão comercial da Ilha. Já de volta, ficamos no ponto, esperando o ônibus. De repente percebi que um cidadão olhava muito para nós. Logo mais, ele aproximou-se e falou:

– Eu tava ali e pensei: será que eu os conheço, ou não conheço?; será que conheço ou não conheço? Aí pensei: vou conhecê-los. Não foram vocês que foram, dia desses, comigo para Iguape, e deixaram um casaco dentro do meu carro? Rimos e fomos até ao carro, com ele. O casaco estava embalado e guardado. Conversamos até o ônibus chegar. Perguntei o nome dele e ele respondeu: Roberto!

Ano passado, o Alexandre voltava de umas compras. Com as dificuldades que ele tem para segurar objetos, só quando entrou em cada percebeu que tenha perdido a carteira. Voltou e caminhou pela rua, mas não encontrou nada. Era fim de tarde e ele convenceu-se de que não poderia fazer mais nada.

Pela manhã do dia seguinte, alguém bateu palmas ao portão. Ele atendeu, e uma senhora o cumprimentou:

– Seu Alexandre? Meu marido ia entrando em casa, ontem e encontrou essa sua carteira na calçada. Aí abrimos e vimos seu endereço e sua foto. 

Alexandre agradeceu carinhosamente e a senhora retirou-se, agradecida e sorridente. O bem gera o bem, assim como o mal gera o mal. Devemos prestar mais atenção aos bens que nos cercam, na simplicidade das ações. Cada um de nós carrega dentro de si, tanto a carga do bem quanto a do mal. Tudo depende do nosso grau de racionalidade. Que é o caminho que exploramos nas nossas caminhadas do dia a dia. Vamos nos preocupar mais com o bem. Deixemos as coisas e os momentos ruins para o baú do esquecimento. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460