Opinião

Opiniao 18 06 2019 8404

A inovação é um trabalho de pessoas inquietas – Luiz Alberto Rodrigues

Em seu livro “TED Talks”, o presidente do TED, Chris Anderson, conta uma das pequenas histórias mais fascinantes que tive a oportunidade de conhecer em muito tempo. A narrativa aborda inovação, empreendedorismo e, principalmente, criatividade. 

Ao viajar para Nairóbi, Quênia, ele e uma colega encontram um garoto de doze anos chamado Richard Turere. Sua família criava gado e um dos maiores problemas que tinham era o constante ataque de leões à noite. 

Logo, Richard percebeu que se andasse de um lado para o outro com a tocha acesa, os leões se sentiam intimidados e não apareciam. Sabendo disso, ele criou um sistema de luzes que acendiam e apagavam em sequência, produzindo uma sensação de movimento. Tudo foi produzido com sucata – painéis solares, bateria de carro e um visor e Richard, vejam só, tinha aprendido eletrônica sozinho mexendo com peças tiradas de um rádio dos pais. 

Com a invenção, os ataques dos leões cessaram. E não só isso: a notícia se espalhou e outras aldeias decidiram adotar a invenção! Ao invés de matar os felinos, eles se protegeram com a iniciativa de Richard e tanto os aldeões quanto os ambientalistas ficaram felizes. 

Esse é apenas um exemplo de como a criatividade está ligada à inovação. Como são duas coisas diferentes que, sem dúvida, se complementam. E de como a inovação precisa ser absorvida no dia a dia das empresas. Tiro dessa história ao menos três lições importantes:

1-    Identificar a necessidade deve ser sempre o início do processo. Richard e as outras aldeias tinham a mesma demanda, por isso, deu tão certo. 2-    A curiosidade e a busca pela excelência levam à real solução do problema. Ao invés de caçar os leões, ele procurou fazer com que todas as partes envolvidas na situação se mantivessem intactas. 3-    Inovação não é trabalho de gênios e, sim, de pessoas inquietas e curiosas que possuem uma necessidade.  Como criatividade e inovação são muitas vezes confundidas, as pessoas costumam assumir que não é possível impulsionar processos de inovação dentro de uma organização. 

Criatividade é a capacidade de conceber algo original ou diferente. Inovação é a implementação de algo novo. Richard criou uma forma diferente de lidar com um problema e o seu processo de inovação, já testado, foi adotado por pessoas que sofriam da mesma situação e mudou toda uma região. 

Uma diferença simples: Claro, o próprio termo “inovação” denota algo diferente, novo. Porém, um processo de inovação pode ser muito mais simples e não precisa ser criado do zero. O poder da inovação é reconhecido hoje graças a cases como os aplicativos de serviços de transporte, que criaram uma demanda nova e fizeram com que todos ficassem satisfeitos. Do meu ponto de vista, criatividade é importante no mundo corporativo atualmente, mas é apenas o começo. O que garante uma mudança real e retorno financeiro é a adoção da inovação, que de fato colocam as ideias para funcionar.

*Fundador e CEO na EICON – Inteligência em controles

Memórias do Bom Jesus

“Eu sou o Caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim…” (João 14:6)                                                   

Era o dia 18 de junho. Um dia ao contrário. Um corte no calendário pra entendermos o que significava, naquele dia, ter nascido sob o signo de gêmeos. Até porque, no dia em que se completa mais um ano de vida, há um desejo de descanso, de ser servido apenas. Mas, naquele dia, fizemos uma espécie de caminho de Santiago.

A catedral do Bom Jesus era o nosso destino final. Um caminho árduo, cheio de água, bosques e declives. Um lugar vivo, escuro, mas tomado pelo estonteante clarão da glória de Deus e suas manifestações culturalmente viáveis. Mas o caminho continuava naquele dia. Um percurso cansativo à medida que as estações surgiam no trajeto.

Ora, uma das primeiras estações nos dá conta de que Jesus foi traído, manietado e entregue a Pilatos, que, num gesto de enorme covardia, disse: eis o homem. Eis o homem em quem não vejo crime algum, pois foi entregue por vocês. A partir daí entendemos que mãos lavadas não querem dizer absolutamente nada. Apenas revelam o caráter omissivo do ser humano, a não manifestação histórica, a irresponsabilidade humana diante das escolhas, da ética da decisão.

Uma outra estação foi a da caminhada, o trajeto da via crucis, o percurso sacrificial da morte. Nessa via, entendemos um dos maiores adjetivos do ser: a solidariedade. Isso porque, havia um Nicodemos no caminho. Um indivíduo que ajudaria a carregar o instrumento de suplício, a cruz. Isso demonstra que estamos a caminho, onde não há educadores ou educados, mas, simplesmente, homens que se educam em comunhão. Aprendemos ali que ninguém caminha sozinho, que precisamos uns dos outros.

E seguimos adiante. A partir de Jesus e suas estações de martírio, passamos a entender melhor o significado da vida a caminho. Um dos mais significativos momentos dessa difícil caminhada aponta para o maior sacrifício da humanidade. A redenção, o sacrifício vicário, substitutivo, onde Jesus se deixa sacrificar, erguer entre o céu e a terra, no grande gesto de substituição de vida pela vida. A grande lição de tal estação é o fato de dar alguém a vida pelos outros, sejam eles amigos ou inimigos. Essa sim, a maior manifestação do amor entre os humanos e seus iguais.

A partir daquela estação, vimos que o cansaço era apenas um breve e leve sacrifício. As escadas em Z eram apenas um detalhe diante de todas aquelas estações sutil e misteriosamente vislumbradas. Acima de nossas cabeças, a extrema contradição: a grandeza arquitetônica diante da simplicidade de Jesus naqueles quadros pintados pela realidade observada.

Era o dia 18 de junho. Um dia de se colocar em busca, a caminho, na perspectiva de entender o existir mais profundamente e desentender a vida como a conhecemos hoje. Naquele dia em que a vida era celebrada, experimentamos o encontro com a morte. 

A partir dali a vida ganhou maior significado. Encontramos cada um consigo mesmo e nos encontramos um com o outro, à medida que encontramos o Sagrado.

Naquele dia entendemos melhor o poetinha Vinicius de Moraes: A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida…

*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected]

Tudo no corpo humano tem função – Marlene de Andrade

O apêndice em forma de um tubo mede em torno de 5 a 10 cm e fica localizado no intestino grosso. É verdade que ele já foi considerado um órgão sem função alguma dentro do nosso organismo, mas essa história acabou em 2007, desde que cientistas da universidade de Duke/EUA, descobriram que ele possui funções.

Como os cientistas acreditavam que o apêndice era um órgão sem função nenhuma, os evolucionistas aproveitaram o que a ciência, equivocadamente, estava afirmando, para então “provar” que o apêndice do corpo humano com a evolu
ção acabou perdendo a sua função e ficou fora de uso, o que não é verdade.

Nesse raciocínio, erroneamente, muitos deles até afirmam que uma bactéria se transformou em ser humano, afirmação essa totalmente absurda. Sendo assim, enganaram-se tanto os cientistas quanto os evolucionistas nessa questão do apêndice do nosso intestino. Então, como se vê, a teoria da evolução mais uma vez errou e os criacionistas estão certos ao afirmarem que não houve evolução e que tudo foi criado.

Nós cristãos cremos que todo o universo e inclusive o ser humano foram criados por Deus e que tudo tem um motivo para existir e o que era bactéria há milhares de anos e não há milhões, continuam sendo bactérias e não evoluíram, de maneira alguma, para se tornarem outros seres mais bem organizados.

Como se pode perceber esse pequenino órgão que era considerado algo sem nenhum valor e que os evolucionistas diziam ser apenas um órgão vestigial, tem importância sim e não se tornou obsoleto.

Nessa abordagem equivocada diziam os evolucionistas que o apêndice se “adaptou” à ação de novos estilos que a raça humana adquiriu. Que confusão é essa deles?! Deus é o criador de todas as coisas existentes no universo, inclusive do ser humano com apêndice, o qual é importante, pois ele coopera e muito, com a nossa saúde. Deus fez tudo com muita perfeição e isso é inegável.

Pesquisadores apontam ainda que no interior do apêndice existe uma grande concentração de linfócitos, que são células de defesa, indicando sua relação com o sistema imunológico, notícia essa extraordinária. Entretanto, deve ficar esclarecido, que se o apêndice for retirado, a sua ausência não causará grande prejuízo ao organismo, o qual sobreviverá sem ele, como pode sobreviver sem o baço, vesícula, um rim, sem os membros inferiores/superiores e, por exemplo, sem os olhos.

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT CRM-339 RQE-341

Plantando dá – Afonso Rodrigues de Oliveira

“A felicidade está onde nós a pomos, e nem sempre a pomos onde estamos.” (Vicente de Carvalho)

Nada mais simples do que entender a dificuldade em ser feliz. Só quando entendemos que é muito difícil, mas muito simples. E se prestarmos mais atenção à simplicidade, a coisa se torna fácil. Então vamos prestar mais atenção às coisas simples à nossa volta e aproveitar cada momento de nossas vidas. Amanhã já será hoje, quando hoje já será ontem. O tempo passa numa velocidade tão grande que nem percebemos. Como não percebemos que ele não passa, apenas chega, sai e nos leva com ele. E saímos numa viagem que nem percebemos. Pouquíssimas pessoas se atentam para a grandeza do que vivem no seu dia a dia.

Poucos sabem que no dia do seu aniversário ele está completando mais uma volta em volta do Sol. O que faz de cada um, um ser importante. Somos astronautas da vida. Reflita sempre sobre o que há de melhor em você, e viva a vida que você merece. Ontem à tarde eu vinha pelo calçadão da Avenida Beira Mar, e na minha frente ia uma senhora idosa, sozinha, e caminhando com dificuldade. Quando me aproximei dela, cumprimentei-a. Ela respondeu ao cumprimento com uma simpatia incomum. Foi aí que percebi que ela não estava fazendo nenhum esforço. Apenas fazia uma caminhada pelo calçadão, arrastando os pés com certa dificuldade. Sorri pra mim mesmo e segui tranquilo.

 Ainda há pouco estive ali na varanda, olhando para a Praça e desfrutando a beleza das nuvens sobre as serras, lá para o Município de Iguape. Percebi o quanto aquele cenário me faz bem. Uma beleza simples e, de certa forma, comum, mas com um encanto sobre mim, que me faz feliz. Porque a felicidade está onde estamos desde que saibamos onde estamos. É quando sabemos que estamos em nós mesmos. Preste muita atenção às coisas simples à sua volta. A maior tolice é menosprezar a simplicidade como se ela fosse parenta da fugacidade. Procure a felicidade no seu trabalho e ele o ajudará a ser feliz. Não importa o que você faz, o que importa mesmo é como você faz o que faz. 

Os dias que temos pela frente devem ser considerados um futuro breve que deve ser vivido intensamente. 

Mantenha-se feliz, seja qual for o tranco que está tentando fazer você se sentir infeliz. Lembre-se de que ninguém além de você mesmo, ou mesma, tem esse poder. Você é a única pessoa no mundo com a capacidade de se fazer feliz ou infeliz. Atente-se para isso e você será realmente uma pessoa importante, como timoneiro de sua própria vida. E você pode, se achar que pode. É uma questão de valorização pessoal. Então valorize-se no que você realmente é. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460