Opinião

Opiniao 20 06 2019 8419

Brasileiro trabalha cinco meses no ano pra pagar imposto – Flamarion Portela

“Jamais esqueça que não existe dinheiro público. Todo dinheiro arrecadado pelo Governo é tirado do orçamento doméstico, da mesa das famílias” (Margaret Thatcher)

Um estudo divulgado há duas semanas, feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), apontou que os brasileiros tiveram que trabalhar até o dia 2 de junho, somente para pagar impostos para os governos municipal, estadual e federal. 

No total, foram 153 dias só para pagar a pesada carga tributária brasileira, umas das maiores do mundo. Isso representa 41% de tudo que o brasileiro ganha durante o ano. E isso vem se repetindo desde 2017, segundo o estudo.

E ainda vem embutido aí o custo da corrupção. Desses 153 dias em que seu suado salário foi destinado aos cofres públicos, 29 deles ainda serviram para bancar os desvios e o mau uso do dinheiro público.

A taxa mais baixa já registrada pelo instituto foi em 1988, quando era necessário trabalhar apenas 73 dias para pagar os impostos. 

Segundo dados do Impostômetro, somente neste ano já foram arrecadados mais de R$ 879 bilhões em impostos. É muito dinheiro que vai e não retorna em benefício do cidadão brasileiro.

Países como a Dinamarca, por exemplo, têm uma das maiores cargas tributárias do mundo. Lá, a população precisa trabalhar 176 dias ao ano para pagar os impostos devidos. Mas, a diferença é o retorno que tem em serviços públicos de qualidade. Nos Estados Unidos, são apenas 105, mas a população também tem retorno garantido de tudo que paga em impostos.

Historicamente, desde os tempos bíblicos o povo tem de pagar impostos. Isso sempre foi uma forma de os governos garantirem a oferta de serviços públicos para as pessoas. Em tese, o povo paga ao governo para que lhe dê em retorno saúde, educação, segurança, saneamento, entre outros benefícios.

O grande problema no Brasil, assim como em vários outros países, é que essa matemática não funciona adequadamente. O dinheiro público, quando não vai para os ralos da corrupção, é mal aplicado.

E isso resulta em precariedade nos serviços de saúde, levando milhões de pessoas a enfrentarem longas filas apenas para uma simples consulta médica, milhões de crianças que não têm acesso à educação de qualidade, famílias inteiras perdendo a vida por falta de segurança nas ruas.

Isso sem falar na falta de infraestrutura adequada, que além de prejudicar a mobilidade do cidadão, também encarece os custos de produção que, por consequência, afetam o bolso da população.

E o Governo ainda quer aumentar a arrecadação para sair da crise financeira. Não me parece uma saída muito adequada com tamanha carga tributária que já recai sobre o cidadão.

Enfim, o povo brasileiro não aguenta mais pagar tão caro para não receber o equivalente em troca.

*Ex-governador de Roraima

BOLSONARO PROCURA UM PARTIDO – Luis Cláudio de Jesus Silva

Os bastidores políticos em Brasília já anunciam o descontentamento do presidente Jair Bolsonaro com seu partido, o PSL. O desconforto decorre tanto da falta de identidade doutrinária e ideológica, quanto do desalinhamento comportamental da Direção Nacional do Partido e dos seus congressistas, muitos dos quais eleitos na esteira midiática causada pelo efeito Bolsonaro. Durante o período pré-eleitoral, o então candidato Bolsonaro, decidido a lançar-se na disputa à Presidência da República, não tendo apoio do PP, seu partido há mais de uma década, lançou-se a procura de uma legenda que lhe garantisse a candidatura. Nessa via sacra, flertou e foi flertado pelo PSC, Patriota e outros tantos, vindo a escolher o PSL. Hoje, uma notória sigla de aluguel. Logo nos primeiros meses de governo o que se viu foi um presidente encurralado por integrantes do próprio partido, os quais, além de não garantirem apoio ao presidente, acumularam escândalos. Um caso emblemático é a crise que levou a demissão do então Secretário Chefe da Presidência, Gustavo Bebianno, por envolvimento nas ‘candidaturas laranjas’ em vários cantos do país. A atitude moralizante do presidente não teve ressonância no PSL, que manteve Bebianno na direção do partido. O desconforto presidencial está instalado e, a saída para um novo partido é tida como questão de tempo.

Somos carentes de uma definição clara das ideologias políticas. Os políticos nacionais preferem o conforto desta indefinição, com raras exceções, podemos dizer que esse ou aquele é de direita ou de esquerda. O melhor lugar para essa massa sem ideologia política é o centro, seja lá o que isso signifique. Nem o próprio PT pode levantar a bandeira da esquerda tradicional, basta ver os conchavos, as parcerias e outras uniões inescrupulosas que o notabilizou como alma gêmea de partidos como PMDB (MDB), PSDB, PL e etc. Por outro lado, temos um presidente da república que sempre se identificou politicamente como de direita e assim, defensor do liberalismo econômico e do conservadorismo social.

Diferente desse samba do criolo doido que é a política nacional, nos países Europeus é clara a distinção ideológica e política entre os Trabalhistas e os Conservadores e nos Estados Unidos ou você é Democrata ou Republicano, os políticos desses partidos se alternam democraticamente no poder e os eleitores tem a garantia de como se comportarão os representantes políticos que elegerem.

Como se vê, os partidos que hoje temos no cenário nacional, respeitadas as raras exceções, dividem o mesmo banquete, servindo-se uns aos outros desta ausência coletiva de cultura política e ideológica, ou se dizem de centro ou tentam enganar a população se dizendo de esquerda. Nesse caos fica evidente a existência de uma lacuna ideológica capaz de fazer o contraponto nos debates políticos, oportunizando ao povo um outro olhar sobre os temas de interesse da sociedade. É esse o campo fértil para o surgimento de um partido verdadeiramente de ideologia de Direita, que defenda o liberalismo econômico e o conservadorismo social, que tenha como principal bandeira o fortalecimento da democracia e o combate sistemático da corrupção. Nesse contexto, também é tida como certa a criação e registro da União Democrática Nacional (UDN). E este poderá ser o destino do presidente Bolsonaro.

*Professor universitário, Doutor em Administração. [email protected]

Disfunção erétil, como superar esse problema – Flávio Melo Ribeiro

Algumas pesquisas apontam que mais de 25 milhões de homens no Brasil sofrem de disfunção erétil e 70% tem como origem problemas psicológicos, como a ansiedade. Como psicólogo, vou abordar o tratamento psicológico, e há dois caminhos a seguir: 1) focar no problema, vendo as diversas causas e entender o porquê isto está ocorrendo, com o risco do paciente ficar mais ansioso, pois uma vez sabendo os detalhes, tende a reconhecê-los quando está sendo acometido pelos sintomas e tende a sofrer e perder o controle emocional; ou 2) focar no aspecto positivo, ver o que pode ser feito para viver plenamente a sexualidade, deixando para focar o problema apenas quando este realmente for algo tão arraigado na sua personalidade que não tem como ultr
apassá-lo sem resolver essas amarras do passado. Por perceber que a Psicologia Positiva traz muito mais benefícios aos pacientes do que a psicologia clínica tradicional, vou abordar nesse artigo levando esse aspecto em consideração, apontando como ultrapassar positivamente o problema da disfunção erétil de fundo emocional.

Das diversas opções em focar positivamente a vivência psicológica da sexualidade, cito a importância de focar na busca do prazer de quem você está se relacionando. Se você manteiver isto presente, sua atenção estará focada no aspecto positivo e não no fracasso, e isto já é uma diferença enorme para superar o problema emocional da disfunção erétil. Tenha presente que a sexualidade inicia horas antes do ato sexual, quando você de alguma forma pode envolver a outra pessoa no clima da sexualidade. Nesse período anterior procure imaginar as diversas possibilidades de satisfazê-la sexualmente sem penetração, pense nas diversas possibilidades de masturbação, sexo oral e outras formas que você se sente seguro para fazer e que você reconhece que terá sucesso em satisfazer.

Enquanto sua atenção estiver na outra pessoa, existe a tendência de não prestar atenção no seu próprio corpo, deixando-o relaxado e mais preparado para que tenha uma ereção. Deixe-se envolver pelo clima gostoso da relação, descubra novas formas de prazer, perceba seu corpo, o corpo de quem você se envolve. Viva a positividade da vida, do sexo, do prazer. Se gostou do texto compartilhe, ajude outras pessoas.

*Psicólogo – CRP12/00449 E-mail: [email protected] Contatos: (48) 9921-8811 (48) 3223-4386

Arte e cultura – Afonso Rodrigues de Oliveira

“Mesmo nos povos mais primitivos já existia o gosto pela arte, que se expressava nas formas mais primitivas, numa demonstração de riqueza espiritual.”

A arte é realmente uma demonstração de riqueza espiritual. E talvez por isso, ela é um fator importantíssimo para a cultura. Não há insignificância no primitivismo das pinturas primitivas nas pedras e rochas. Não buscamos a cultura no conhecimento do considerado culto. Ela, a arte, sempre está nas coisas e demonstrações mais modestas. Você pode até discordar de mim, mas isso não me preocupa. O que me deixa meio preocupado é a Educação estar meio despreocupada com a cultura. Foi o que eu quis dizer quando falei do Zé da Viola. Ele está produzindo e recapturando uma cultura que está à mercê do descaso nada cultural. 

O imortal Miguel Ângelo também nos disse: “Na arte as insignificâncias causam a perfeição. E a perfeição não é uma insignificância.” A cultura é uma força espiritual que nos leva ao passado como se ele não fosse passado. Certa vez o Papa criticou o Miguel Ângelo porque ele estava demorando muito no trabalho, na Capela Sistina. A resposta do pintor foi mais ou menos essa: “Eu não estou fazendo um trabalho para hoje, mas para a posteridade.” Valorize mais a cultura, mesmo que você ache que ela está surgindo de pontos de cultura sem cultura. Isso não existe. Um trabalho cultural que pode até parecer não ter valor nenhum, pode estar apresentando uma importância que só vai ser notada na posteridade.

Continue sua batalha na sua função artística. Não se preocupe se ela não está sendo observada. Talvez os cultos atuais não estejam tão cultos o quanto pensam que estão. Continue fazendo o melhor no que você faz, mesmo que seu trabalho não lhe pareça tão valorizado assim. O valor na grandeza virá no futuro. É quando você será lembrado pelo que fez, e não pelo que deixou de fazer. Expresse e exponha sua capacidade inspirado na sua riqueza espiritual. Porque esta é a maior riqueza que o ser humano tem, até mesmo quando não sabe que tem.

Seja sempre uma pessoa rica de espírito. É nesse cofre que está guardada uma riqueza que só você pode desfrutar. É quando você descobre que só você tem o poder e a capacidade de fazer você se sentir feliz ou infeliz. Nunca pensou nisso? Se nunca pensou, pense. “O reino de Deus está dentro de nós.” E se é assim, você não precisa sair por aí procurando o que já tem em você mesmo, ou mesma. Deposite na sua arte, sua riqueza espiritual. E sua arte está no melhor que você faz, no que faz. Ninguém é mais poderoso do que você, desde que você acredite em você mesmo. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460