Opinião

Opiniao 20 09 2018 6950

O VENENO DA MENTIRA E A EDUCAÇÃO

Percival Puggina*

“Um país se faz com homens e livros”, ensinou Monteiro Lobato ao Brasil de seu tempo, de maioria analfabeta. Por via de consequência, podemos afirmar que a construção de um país passa, também, por professores e livros didáticos. Estas verdades acacianas foram entendidas pelos totalitarismos, que sempre usaram o sistema de ensino para a indigna tarefa de moldar gerações segundo os devaneios de seus dirigentes políticos. E a missão prossegue mesmo em regimes de feição democrática, mediante infiltração, para idêntico fim, de modo militante, nas mentes dos homens e na alma dos livros.

Não é só a escola, portanto, que deve ser sem partido. Também ao material didático impõe-se essa condição. Contam-se às dezenas de milhões os livros que os governos de esquerda e centro-esquerda enviaram às escolas para transmitir aos estudantes brasileiros visões distorcidas da política, da economia, da história, da vida social, do cristianismo e da Igreja Católica.

Mas não é só por livros didáticos e professores militantes que o veneno da mentira e da ocultação da verdade a serviço da causa se infiltra no meio estudantil. Tal prática parece correr solta, também, em sites com conteúdos escolares. É o de que me adverte um leitor, diante de matéria no portal “Brasil Escola”. No meio de um texto que descreve a situação da Alemanha no período entre as duas grandes guerras e o surgimento do nazismo, o autor permitiu instalar este “jaboti”: 

“Em 1917, a Rússia, comandada pelo socialista Lênin, derrubou o governo do Czar Nicolau II e instaurou uma nova forma de governo democrático: o comunismo. Os países que baseavam suas economias no capitalismo e na exploração do trabalhador se viram ameaçados. Uma onda de movimentos antidemocráticos surgiu no cenário mundial, com o intuito de conter o crescimento do comunismo.”

Se você enxerta uma opinião pessoal em meio a um relato histórico neutro, você amplia a credibilidade da propaganda que faz. Mutretas como essa saltam de livros didáticos, sites de educação, polígrafos, provas escolares, exames do ENEM, mostrando que Escola sem Partido é uma imposição da realidade. Para dizer como os “companheiros”: é preciso problematizar essa falta de escrúpulos e de limites. O país não pode ficar refém do atraso e da perfídia de deseducadores.

*Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. 

Suicídio: um problema de saúde pública Flamarion Portela*   São números assustadores. Diariamente, 32 pessoas tiram a própria vida no Brasil. De acordo com informações da Organização Pan-Americana da Saúde, atualizadas em março deste ano, é estimado que mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão e cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano. Um suicídio é registrado no mundo a cada 40 segundos. São mais vítimas que todas as guerras, homicídios e conflitos civis somados.

O que é mais preocupante é que para cada morte por suicídio, existem outras 10 ou 20 pessoas que já tentaram fazer o mesmo, mas não consumaram o ato por algum motivo.

O suicídio é a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil. E os dados do Ministério da Saúde apontam que Roraima é um dos cinco estados brasileiros com maior índice de suicídio para cada 100 mil habitantes. No período de 2010 a 2015, foram registrados 161 suicídios e 431 tentativas em Roraima, de acordo com dados da Sesau (Secretaria Estadual de Saúde).

Um estudo recente da Unicamp (Universidade de Campinas) mostra que 17% das pessoas no País já pensaram seriamente em pôr fim à própria vida: 4,8% elaboraram algum tipo de plano para cometer suicídio e 2,8% tentaram executá-lo.

Durante muito tempo, falar sobre depressão ou suicídio era um tabu em todo o mundo. De uns tempos para cá, o assunto vem se tornando mais discutido, devido ao grande número de vítimas.

Três episódios recentes trouxeram à tona o tema do suicídio: a série “13 Reasons Why”, onde uma garota de 17 anos decide se matar e deixa 13 fitas cassetes explicando os motivos que a levaram a isso; o jogo “Baleia Azul”, que consiste em várias etapas onde o vencedor é quem cumprir a última etapa, o suicídio; e mais recentemente o “Boneca Momo”, um jogo que induz o jogador a cometer suicídio por meio de enforcamento.

Preocupada com tema, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro), passando a tratar esse expediente como uma questão de saúde pública.

Em 2015, o Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) instituíram o Setembro Amarelo, iniciativa que parte do pressuposto de que é preciso dar atenção às pessoas sujeitas a esse tipo de tragédia. Em todo o País, diversas ações de conscientização e prevenção são realizadas.

A depressão é apontada como uma das principais causas do suicídio. Mas, diversos outros fatores como falência, perda de parente, um vídeo íntimo que cai na rede, entre outros, também influenciam no aumento dos números de suicídio em todo o mundo.

É preciso que tenhamos um olhar mais atento dentro de nossa própria casa. Converse mais com seus filhos, com seus parentes. Se notar qualquer mudança de comportamento, auxilie, escute e, se for necessário, leve a um especialista. Diga sim à vida!   *Presidente do Iteraima e ex-governador de Roraima

AS “TIMELINES” ANDAM MUITO CHATAS ULTIMAMENTE

Ranior Almeida Viana*

Sendo um “bocado” nostálgico tá dando uma saudade de quatro anos atrás em que as discussões em torno das eleições eram entre “coxinhas” X “mortadelas”. Hoje com multiplicações dos partidos políticos, há muito mais candidatos, treze ao todo querendo ocupar o Palácio do Planalto em janeiro de 2019.

Escrevi neste mesmo espaço em meados de maio de 2017 o seguinte: “Portanto, essa limpeza necessária na República e as últimas revelações são importantes para que as pessoas que deixaram de se falar pelo clima de Grenal (rivalidade) instalado desde as eleições de 2014, passando pelo impeachment de 2016 e até o presente momento, se reaproximem e deixem essas intrigas fúteis de lado. Pois, segundo uma frase de autor desconhecido: “Nem coxinhas nem mortadelas! Neste caso, somos todos pamonhas!” (https://www.folhabv.com.br/coluna/Opiniao-25-05-2017/4087).

Continuo pensando dessa forma, não estou querendo “dar uma de isentão”. Afinal de contas assim como até os mais indecisos eleitores, tenho minhas preferências, porém não tenho necessidade alguma de atacar ou defender a “ferro e fogo” A, B ou Z como é feita por muitos que estão manuseando um celular ou computador agitando os ânimos desfazendoamizades por diferenças ideológicas, por este motivo o título lá em cima, “timeline” é a linha do tempo, de cada usuário das redes sociais.

Dentro desse contexto, ficou evidente como entrevistas na principal emissora do país, a linha de entrevistas dos presidenciáveis difere brutalmente sua condução, por exemplo, a dupla de apresentadores do principal jornal da faixa nobre parecia “cães raivosos”, nas perguntas capciosas e sempre interdepende os candidatos, pareciam ter o intuito em deixar os cinco candidatos (melhores colocados na pesquisa IBOPE) em situações embaraçosas/constrangedoras ao invés de perguntar a respeito de seus programas de governo. 

O contraponto destas entrevistas foifeito na mesma emissora, em entrevistas com os mesmos presidenciáveis pelo jornal que passa no final da noite, a
apresentadora conduz (nesta semana) de uma maneira elegante, deixando os candidatos à vontade em falar de suas propostas, o que é muito mais saudável em assistir.

Tem um ditado que aprendi com o meu irmão mais velho que diz o seguinte: “nunca discuta com fanáticos sobre Futebol, Religião e principalmente Política”. E faz total sentido, principalmente no que se refere à política, afinal de contas os de extrema direita e esquerda farão de tudo para lhe persuadir e se não conseguir irão lhe atacar, neste ponto se equivalem.   

*Sociólogo – CRP 040/RR. E-mail: [email protected]      

Em segundo lugar

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Prefiro ser o primeiro numa aldeia a ser o segundo em Roma.” (Júlio Cezar)

Os que sabem qual a diferença entre disputar e competir estão mais seguros quanto à competição. Quem compete respeita o valor do seu adversário. Na competição sabemos que o valor da vitória está no valor do adversário. Uma coisa é você competir com um time à altura do seu. Outra é você competir com um time de várzea. E você está sempre no gramado da vida, independentemente do que você faz. O importante é que você faça o melhor que puder fazer, porque seu adversário pode ser seu colega de trabalho. Porque é assim que os líderes são descobertos no grupo. Se você estiver numa corrida atlética ou num escritório, sua responsabilidade é com a qualidade do que você estiver fazendo. 

“Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa; e sim pela maneira de ele executá-la.” Um recado do Swami Vivecananda, para quem sabe o que quer e sabe como buscar o que quer. Já falei pra você, de exemplos notáveis que vivi, com exemplos de trabalhadores que foram reconhecidos pela empresa, pelo seu desempenho no trabalho. E cada um em missões, profissões e desempenhos diferentes. O que ratifica o pensamento de que o que importa é como você faz e não o que faz. 

A vida é um pandeiro sem fundo, para uns, e uma peça de teatro, para outros. E nas duas posições o que importa é como você toca o pandeiro ou atua no palco do teatro. O primeiro lugar depende da sua atuação. No pandeiro ou no palco quem manda é você. Se se sentir seguro na execução, você subirá no pódio central. Então, procure ser sempre o melhor. Mas seu valor está em você, no que você é, e nem sempre no que você pensa que é. A simplicidade é o esteio da importância. Seja grande e simples. Não se esqueça de que somos todos iguais nas diferenças. E só vencemos quando respeitamos a diferença no nosso adversário. 

Quando vencer a competição cumprimente seu adversário, não o menospreze. Não o julgue inferior a você. Você venceu a competição e não o adversário. E é o respeito que ele terá por você, que irá engrandecer a sua vitória. E ele só o respeitará se você merecer o respeito. E você só o merecerá se for grande o suficiente para merecer a vitória. Reflita sobre isso no seu ambiente de trabalho. Não importa o que você faz. Faça sempre o melhor que você puder fazer. Os realmente vitoriosos e de sucesso retribuem o valor da conquista com a vitória. E você pode estar sendo vitorioso a cada momento da realização. Sorria sempre no final de cada realização. Seja ela qual for; na aldeia ou na capital, não importa. O que importa é você. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460