Opinião

Opiniao 21 08 2019 8786

O comedor de pimentas – Rodrigo Alves de Carvalho*

Talvez você não conheça o Genivaldo, mas ele foi uma pessoa bastante famosa. Foi sem dúvidas uma celebridade no sofisticado e quente mundo das pimentas.

Desde muito jovem, Genivaldo, lá na roça, se acostumou a comer pimentas. “Tinha um pé de Comari ao lado de minha casinha e desde pequenino eu ficava comendo sem fazer careta”, contou Genivaldo.

Após seu padrasto observar que o menino comia pimenta sem sair desesperado querendo tomar água, resolveu levá-lo no Boteco do Durvalino para que comesse as famosas pimentas ao óleo. “Comi todas as pimentas do seu Durvalino e o pessoal ficou espantado porque eu falava que não tava ardendo nada”, comentou.

Patrocinado por um taxista da cidade, Genivaldo participou de sua primeira competição de comer pimenta na capital mineira e o rapaz não decepcionou, vencendo o torneio e se tornando campeão estadual. “Comi pimenta Malagueta, Dedo de Moça, Tabasco e nem saiu uma gotinha de lágrima dos meus olhos, enquanto que teve gente que acabou sendo internada de tanto que sofria com as ardências”, falou Genivaldo.

O próximo passo para o apreciador de pimentas era o Campeonato Nacional que aconteceria no Rio de Janeiro. “Nunca vi tanta água num lugar só e nem tanta moça bonita”, suspirou o tímido a acanhado rapaz.

Sua estadia na cidade maravilhosa não foi somente para ver o mar e garotas, Genivaldo fez bonito no campeonato e se tornou campeão brasileiro em comer pimentas.

Já com certa fama, Genivaldo queria galgar ainda mais longe e sua meta era a Inglaterra no famosíssimo Campeonato Mundial dos Comedores de Pimentas. “Quando cheguei à Inglaterra passei tanto frio porque não levei blusa”, confidenciou Genivaldo.

O Campeonato Mundial contava com competidores do mundo todo, mexicanos, indianos, americanos e muitas outras nacionalidades, entre eles o bravo e compenetrado Genivaldo. Foi uma disputa acirrada com os competidores comendo as pimentas mais ardidas dos quatro continentes. Na final teriam que comer a pimenta das pimentas, onde apenas em olhá-la já escorriam lágrimas, a temível pimenta Carolina Reaper. E para surpresa de todos, Genivaldo comeu a pimenta mais ardida do mundo como quem come um doce.

Campeão do mundo e famoso, Genivaldo poderia mais, e com certeza chegaria mais longe, porém, numa fatalidade do destino, sua carreira teve que ser interrompida drasticamente e ele nunca mais competiu novamente. “Tive que parar de comer pimenta porque fiquei com hemorroidas”, finalizou o triste Genivaldo.

*Nascido em Jacutinga (MG). Jornalista, escritor e poeta possui diversos prêmios literários em vários estados e participação em importantes coletâneas de poesia, contos e crônicas. Em 2018 lançou seu primeiro livro individual intitulado “Contos Colhidos” pela editora Clube de Autores.

QUEBRANDO O SILÊNCIO CONTRA ABUSO SEXUAL INFANTIL – Dolane Patrícia*

A campanha Quebrando o Silêncio de 2019 chegará ao seu momento mais marcante no próximo dia 24 de agosto, onde em todo Brasil haverão palestras, passeatas, distribuição de revistas para conscientização das famílias e sociedade em geral.

A campanha tem como tema o abuso sexual infantil e em Roraima serão distribuídas centenas de revistas para adultos e crianças com o objetivo de combater esse crime, pois as crianças que são vítimas desse tipo de violência levam traumas que podem perdurar por toda a vida.

Segundo a Unicef, 15 milhões de meninas foram forçadas a ter relações sexuais somente em novembro de 2017, sendo que 60% delas tinham passado por isso no ano anterior da pesquisa.

É necessário observar mudanças de comportamento para reconhecer quem está sofrendo deste mal. Há um grito de socorro que você precisa reconhecer.

Diante disso, o projeto Quebrando o Silêncio, que é de iniciativa da Igreja Adventista do 7º Dia, está apresentando formas de ajudar a quem precisa, no combate a essa violência silenciosa. 

O site www/tnonline.uol.com.br, traz informações importantes sobre o tema.  Traz inclusive o posicionamento da psicóloga Izamara Vanessa Holak Santana, de Apucarana, que atende vítimas de abuso sexual infantil há seis anos. De maneira voluntária, ela ajuda a polícia a identificar esses crimes. 

Ela explica que a violência sexual vai muito além daquilo que costumamos imaginar num primeiro momento e que os abusos podem se mostrar a princípio de maneira muito sutil. “Ele pode ser desde o verdadeiro estupro até pequenos toques, mostra de imagens, fala pornográfica e prática de atos libidinosos, como até um beijo.”

Segundo a profissional, uma criança que passa por uma situação como essa tende a se calar. Esse comportamento ainda vem acompanhado de outros sinais. 

“A criança sofre solitariamente, principalmente se for por alguém da família, até porque pra ela interpretar aquilo como violência, demora. Então os sinais podem ser um terror noturno, medo de estar sozinha, ela se torna anti-social, volta a fazer xixi na cama, tem falta de apetite, o rendimento escolar cai e deixa de ter prazer nas coisas comuns.”, pontua.

Uma questão muito importante sobre o tema é o diálogo. Por isso, a conversa com crianças sobre esse tema deve acontecer desde os primeiros anos da criança, já que o abuso ou a exploração sexual pode acontecer em todas faixas etárias. 

“Estudos mostram que informações sobre o corpo humano e a sexualidade podem tornar crianças e adolescentes menos vulneráveis à violência sexual. Além disso, fornecem habilidades para que eles procurem ajuda em situações de risco.”

Crianças que têm liberdade para falar com os pais, educadores ou responsáveis abertamente, possuem maior proteção contra eventuais perigos.

Alguns pontos devem ser levados em consideração ao se conversar com uma criança sobre o tema:

Ouça a criança atenta e exclusivamente. Use linguagem simples e clara. Se ela perceber que você reluta em empregar certas palavras, poderá também relutar em usá-las. Reitere que a criança não teve culpa, pois é bastante comum que a vítima se sinta responsável pelo ocorrido.

Diga à criança que, ao contar o que aconteceu, agiu corretamente, pergunte sobre tempo associando a eventos fáceis de lembrar, como Natal, Páscoa, férias, aniversários etc.

Informe à criança de que, se ela está sofrendo violência, você terá que contar isso a outras pessoas para protegê-la, explique o que vai acontecer em seguida, como você vai proceder, ressaltando sempre que ela estará protegida. Isso evita que ela seja surpreendida com as ações dos órgãos competentes e ajuda a criar uma relação de confiança, além de permitir que ela participe das decisões quanto aos próximos passos.

Importa salientar que você só deve expressar apoio e solidariedade por meio do contato físico com a criança se ela permitir. Algumas crianças são induzidas também a achar que é normal ser acariciada e é importante deixar clara a diferença entre carinho e abu
so. 

O site https://www.childfundbrasil.org.br relata que o abuso sexual infantil ainda é um tema complicado e difícil de ser abordado, justamente pelos tabus que o cercam, pelo preconceito e pelo silêncio das vítimas – que nem sempre compreendem exatamente o que está acontecendo com elas – e também das famílias que sentem “vergonha” ou não sabem como lidar com a situação. 

O mês de agosto está chegando ao fim, mas o problema irá persistir a não ser que nos unamos contra esse tipo de violência. Precisamos ensinar a criança que ela pode dizer não ao abuso, que pode denunciar, que não precisa ter medo de contar a alguém de sua confiança que está sofrendo abuso sexual. Aconteceu na Câmara de Vereadores do Município de Santos Dumont –MG, a entrega da premiação do 4º Concurso de Redação, Frase e Vídeo, sobre o tema Abuso e Exploração  Sexual de Crianças.

Uma das frases da Escola Municipal Osório de Azevedo, da Aluna Maria Fernanda de Araújo Rosa / Profa. Márcia Marília A. Alvim, traz o desfecho perfeito: “Não feche os olhos para a exploração sexual, pelo contrário, abra a boca e denuncie. A omissão é tão cruel quanto a prática. Vamos juntos mudar essa triste realidade.”

*Advogada, Juíza Arbitral, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Pós Graduada em Direito Processual Civil e Direito de Família, Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira – Whats 99111-3740

E você, no que pensa? – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Um político pensa na próxima eleição, um estadista pensa na próxima geração.” (James Clarke)

Alguém também já disse que “No Brasil ainda temos bons políticos, mas não temos mais estadistas.”, que é o que está faltando para o nosso desenvolvimento. Então vamos cuidar e fazer as mudanças. Mas não vamos ficar de braços cruzados, esperando que os outros façam por nós o que nós mesmos devemos fazer. E você pode. É só acreditar no seu poder de transformar nas mudanças. Henry Ford já disse: “Se você acha que pode, você está certo. Se acha que não pode, está igualmente certo.” E você pode, desde que acredite mais em você, no seu poder, do que no que os outros dizem sobre como você deve exercer seu poder. Seja seu próprio timoneiro. Não permita que ninguém dirija sua vida. Ninguém, além de você mesmo, ou mesma, sabe exatamente qual o seu rumo. O timão está na sua mão.

Valorize-se no que você é. Mas procure ser o melhor que você puder ser. E você sempre pode ser melhor fazendo melhor no que faz, independentemente do melhor que já fez. E é simples pra dedéu. E tudo começa na Educação. A tecla está enferrujando, mas tem que ser assim. A Cultura Racional nos diz que o ser humano só aprende com repetições. Mas não pense que estou querendo ensinar. A intenção é que nos despertemos para o mundo em que vivemos. Porque fazemos parte dele no seu desenvolvimento. E sendo assim, cada um de nós tem poder e dever de fazer sua parte como ela deve ser feita. E quando entendemos isso tudo fica simples. 

E vamos iniciar pela escolha dos que devem fazer a parte deles, fazendo o melhor no seu compromisso de fazer o melhor por nós. E só conseguiremos isso pensando no futuro. Trabalhando para melhorar o futuro dos que virão depois de nós. Porque é assim que pensamos das próximas gerações. E como, na política, só os estadistas pensam assim, vamos escolher, e eleger, candidatos que tenham a mente centrada no futuro. E saiba que só construiremos um futuro melhor fazendo o melhor no presente. E você pode fazer isso usando a sensatez na sua escolha com o seu voto, nas próximas eleições. E só conseguiremos isso quando acreditarmos em nosso poder de transformar. E comecemos pelos responsáveis pelo desenvolvimento dos Municípios para que, se forem realmente preparados, possam se transformar em estadistas. Reflita sobre isso e faça sua escolha com racionalidade e respeito ao futuro do nosso Município, do nosso Estado e do nosso País. E acredite você pode fazer isso com simplicidade, respeito e responsabilidade. A política é coisa séria, e dependemos dela para crescer como cidadãos. Pense nisso. 

*Articulista [email protected] 99121-1460