Opinião

Opiniao 22 11 2019 9343

O TEMPO DE UMA VIDA 

Paulo Nicholas*

Um famoso ditado árabe diz: “Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras”. Isto porque antigamente, as tamareiras levavam de 80 a 100 anos para produzirem os primeiros frutos. Atualmente, com as técnicas de produção modernas, este tempo é bastante reduzido, porém o ditado é antigo e sábio.

Um conto popular diz que certa vez um senhor de idade avançada, plantava tâmaras no deserto quando um jovem o abordou perguntando:

– Mas por que o senhor perde tempo plantando o que não vai colher?

O senhor virou a cabeça e calmamente respondeu:

– Se todos pensassem como você, ninguém colheria tâmaras.

É interessante a forma como cada um de nós olhamos o mundo e os fatos que nele ocorrem e como isso vai mudando no decorrer da idade. Sempre enxergamos a história como algo muito antigo e, sem querer, cremos que o nosso tempo, a época atual em que vivemos é o “tempo derradeiro”. Quer ver, façamos a seguinte experiência: Tente imaginar o mundo daqui a mil anos. Você será lembrado? Muito provavelmente não. Mesmo grandes pessoas, homens e mulheres dependem de uma série de fatores para serem lembrados ao longo da história, mesmo se tiverem realizado grandes feitos.

Mas, ao estudar história, temos a natural tendência de enxergar tudo o que passou julgando os personagens como se eles tivessem a obrigação e o dever para com a história, ao passo que cada um de nós pensamos em nosso bem estar pessoal e em pagar as contas no fim do mês. Olhamos o passado como um tempo imemorial e achamos que o presente é o único tempo que importa.

Digo isso porque normalmente também não olhamos o futuro com uma perspectiva muito ampla. Tendemos a olhar o futuro como o tempo de uma vida, o tempo da nossa vida. No máximo o tempo da vida de nossos netos, a depender da idade.

Encontro diariamente pessoas que dizem que as coisas não mudam. Como não se estamos no meio de uma revolução?!?! É difícil de enxergar quando estamos no meio dela, mas pense bem: Seus pais nasceram em um mundo completamente diferente. Telefone, fixo, era artigo de luxo. Televisão, no nordeste, ficava na praça para as pessoas se reunirem para assistir e as pessoas se comunicavam basicamente por carta. Esta vida não era muito diferente da vida dos seus avós.

Hoje vivemos em tempos de whatsapp, meus filhos nem se interessam pela TV, pois vivem grudados em telas com conteúdo transmitido via streaming em que pessoas comuns gravam e falam de um tudo para pessoas igualmente comuns. Políticos e pessoas importantes são presos e/ou processados, as instituições estão a cada dia mais fortes.

Mas tendemos a pensar o mundo e suas mudanças tendo como referência única o nosso tempo na terra. Para nós, se os dinossauros viveram um milhão ou cem milhões de anos na terra, é indiferente.

Reflita, as coisas estão mudando rapidamente. Tente apenas ampliar os horizontes e pensar nas coisas em uma perspectiva maior do que o tempo de sua vida. Isso com certeza nos faz pensar melhor e em plantar as sementes para as gerações futuras, ou seja, importa sim o que você vai colher, mas igualmente importante é o que você vai semear. Cultive, construa e plante ações que não sejam apenas para você, mas que possam servir para todos e para o futuro. Assim contribuímos para um mundo melhor.

*Advogado e escritor @pnicholas

A FONTE DO AMOR É FAZER O BEM A TODOS

Guilherme Costa do Nascimento*

Aos homens e mulheres que compartilham da mesma divindade sagrada, Deus pai, o todo criador, aqui neste plano terreno vivemos com certezas e incertezas, dúvidas que nos pairam a cada momento, e justamente essas pequenas sensações de hesitações é que nos tornam inseguros de muitas pessoas, coisas e sentimentos, logo somos falhos, ninguém é tão perfeito, como perfeito foi o nosso Cristo e, até sobre ele há suas dúvidas.

Assim, nesse contexto, as ilusões da vida nos tornam reféns de nossas escolhas, cotidianamente estamos cometendo erros, fazendo julgamentos e acusações, apontado os dedos em direção às falhas humanas, porque é mais fácil acusar, denegrir, diminuir, humilhar e espalhar mais fogo contra o próximo, do que estender a mão, segurar a ira, perdoar, colocar-se no lugar do outro, ajudar, conversar, orientar, verbos estes que necessitam de complementos na vida ou de um substantivo claro e verdadeiro, o AMOR. 

Alguns seres humanos se tornaram donos das suas próprias verdades, engana-se muitas vezes com seus FALSOS moralismos, valores que se deturpam com seus egos irradiados, inflado e cheio de si, não generalizando, mas existem as almas caridosas, pessoas que RESPEITAM o próximo, que admiram o SER não o TER, nos outros, que buscam a paz ao invés dos conflitos, que semeiam bondade em meio às desavenças, que trazem equilíbrio onde há injustiça, esses seres de luz estão sempre presentes, cegos são os tolos que não os veem.

É tão difícil aceitar nossas falhas, principalmente quando se vive em um ambiente tão competitivo, as pessoas ficam sujeitas a buscar e observar os erros eventuais do mais próximo, pronto a derrubá-lo no primeiro passo errado, digo isso com extrema convicção, na sociedade, nos serviços públicos, no atendimento, nas redes sociais, tantos observadores, psicanalistas, filósofos da internet, coach da vida alheia, essas entidades especializadas em manifestar sua opinião sobre os erros humanos estão tão convictas das suas certezas que desenham uma matriz dogmática sob a ótica de suas realidades distorcidas, carentes de atenção, manifestam suas palavras irônicas ao diminuir o outro, tudo isso pra obter pra si os holofotes de momentos de luz de seus expectadores, recebem aplausos dos diversos adeptos que assim como eles acreditam em sua verdade alienada.

Como combater isso? Mal com mau? Será que ser egoísta, invejoso, mau caráter, vai nos tornar melhor em alguma coisa? Plantando discórdia entre as pessoas nos tornará pessoas melhores, quais as vantagens em derrubar, diminuir, humilhar alguém? Será que vale a pena se vingar? É de se acreditar que de todas as perguntas as respostas foram Não, porque apesar de todas as maldades que existem nos seres humanos, a maioria de nós sempre se arrepende de tudo que se faz de ruim a alguém, este arrependimento, mesmo que tardio, está presente em nossa moral, inserida em nosso subconsciente, para que saibamos o que é certo e o errado, muitas vezes a emoção pode causar essa desatenção ao falar ou opinar, pois aquele que apenas transmite ao interlocutor muitas das vezes esquecer de analisar o contexto de seus argumentos e atinge seu objetivo seguindo apenas o fato acontecido e esquece de colocar-se no lugar do outro, fato esse que gera despercebido a sua própria análise comportamental, aquela velha frase, “pense, antes de falar”, como faz falta nessas horas.

Saindo da falta de atenção, da inveja, da ira, dos erros e entrando no melhor dos seres humanos, o AMOR, sentimento esse belo, harmonioso, romântico, cheio de luz, que encanta os humanos, tal dádiva nada se compara com nenhum outro sentimento, ele é motivo de bondade, devaneios, loucuras, imaginações, o que seria do amor sem a beleza da vida? Ele está presente no dia
a dia, cotidianamente, aquele que ama, vê a paz em tudo, alcança a serenidade das coisas, o universo entra em equilíbrio quântico, a alma enriquece de gratidão e exala a doçura do mais perfeito perfume.

As flores se desabrocham ao amanhecer, no peito o ar mais puro habita nos pulmões dos amantes, as chamas flamejantes dos apaixonados parecem brasas quentes dos vulcões, pássaros cantam, voam em sintonia com a natureza, ali repousam nas densas e floridas arvores, o amor é um dom nos dado de forma simples, mas perfeito.

O momento presente deve ser aproveitado com sabedoria, inteligência, emoções, percepção e caráter, todos os dias nos é oportunizada uma chance de sermos melhores, porque assim como um dia se vai, quem te garante que você terá a oportunidade de fazer novamente aquilo que ficou pra trás? O sol vai brilhar novamente porque é o sinal do Criador ao nos dizer: 

“Hoje tu terás mais uma oportunidade de fazer tudo diferente do que foi ontem, porque assim como a luz do sol se foi, amanhã a tua chama também pode se apagar, a vida é um sopro, não espere pra depois, aquilo que tu podes fazê-lo hoje”.

Não se deixe levar pela vaidade desse mundo. Ela nos corrompe a todo momento, nos bombardeando com informações constantemente, criando uma falsa ilusão de que pra ser feliz você precisa de algo material para a vida ser perfeita, que você precisa sempre ter coisas novas, objetos pra satisfazer e preencher sua vida de COISAS, coisas estas que você terá que se desfazer depois ou que não te servirá mais,a ganâncias, a astúcia e a inveja são os piores sentimentos de um ser humano, ele cega e lhe transforma em um refém deste mal que te obrigará a fazer de tudo pra se obter vantagem, do que adianta uma casa cheia de objetos, bens, e uma vida vazia de sentimento, sem razão pra viver, sem paz de espírito, sem amor? Porque há aqueles que acreditam cegamente que a riqueza é sinônimo de felicidade e de uma vida tranquila, cheia de momentos eternos de alegria e satisfação, engana-se. DEUS NO COMANDO! . *Acadêmico de direito – Faculdade Cathedral Boa Vista [email protected] (95) 981048797

O universo político

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Por favor, digam a meu filho que nunca se meta em política. Quem está na política não mais controla o seu destino.” (Adnan Menderes – Primeiro Ministro Turco)

O mundo da política é, indiscutivelmente, um mundo revolucionário. Nunca mudou nem vai mudar. Pelo menos enquanto nós não mudarmos. Ainda não fomos capazes de fazer nossa parte sem a orientação dos que não fazem a deles. Ainda vivemos um mundo político ilusório. Onde os não políticos, porque não sabem ser políticos, fazem a política que não deveriam fazer. Porque ainda não nos conscientizamos de que somos nós que mantemos a política que temos. Ainda confundimos a política com falatórios vazios, respostas ocas e desatenção à política. E não seremos civilizados enquanto não construirmos a política verdadeira. 

O Gaston Bouthoul já nos disse: “Reconhece-se um país subdesenvolvido pelo fato de nele ser a política a maior fonte de riqueza.” E, por exemplo, não é esse o pensamento da, infelizmente, maioria dos nossos políticos? E não sairemos desse balaio de caranguejos enquanto não nos valorizarmos como cidadãos. Precisamos sair do ridículo da obrigatoriedade. E só há uma arma competente para se vencer essa batalha que não deveria existir. A única arma competente para vencermos é a Educação. Enquanto não formos um povo realmente educado, não seremos políticos de verdade.

Vamos fazer nossa parte na salvação da Pátria. Porque ainda somos marionetes de políticos que não são políticos e nos fazem títeres. Que é o que somos e continuaremos sendo enquanto não amadurecermos politicamente. Alphonse Doudet também disse: “Os homens sempre envelhecem, mas raramente amadurecem.” E, infelizmente, ainda continuamos nesse círculo de elefante de circo. Ainda não percebemos que não somos mais do que marionetes de políticos que nem são políticos. 

Vamos fazer nossa parte, fazendo o que devemos fazer como deve ser feito. Vamos nos educar politicamente para que possamos ser respeitados como cidadãos. Porque é o que ainda não somos. Ainda somos obrigados a fazer o que deveríamos fazer por dever, e não por obrigação. Enquanto formos obrigados e forçados a votar, não seremos dignos de cidadania. Ainda continuaremos no ridículo de perdermos nossos direitos de cidadãos, porque não imprimimos nossa impressão digital, onde os políticos querem que imprimamos. Deu pra sacar? Vamos nos educar para que possamos reclamar pelos nossos direitos de cidadãos. Mas não conseguiremos isso enquanto não formos politicamente educados. O cidadão não deixa de votar, apenas escolhe, civilizadamente, quem realmente merece seu voto. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460