Opinião

Opiniao 23 07 2019 8607

Mar calmo nunca fez bom marinheiro: o que eu aprendi sobre superar a crise – Samuel Leite*

Passei parte da minha infância na tranquila Laguna, uma cidade litorânea a cerca de 120 quilômetros de Florianópolis. A hoje aprazível Laguna já foi palco de importantes batalhas e teve em sua habitante mais famosa, Anita Garibaldi, um símbolo pela luta e independência de seu povo.

Uma das lembranças mais vivas que tenho da cidade é de uma frase na parede central de um velho estaleiro, em que se lia gravado “Mar calmo nunca fez bom marinheiro”.

Nestes últimos meses de incerteza no mercado, e sobretudo de algumas tempestades e mar revolto, as memórias da infância e a metáfora do aprendizado no mar voltaram mais vivas do que nunca.

Tanto no mar quanto na vida de um empreendedor, o planejamento da jornada é fundamental. Entretanto, estar preparado para as adversidades e mudanças de rota é o que torna você diferente. Agir com velocidade, tomar as decisões corretas na pressão, o cuidado na escolha da tripulação e a delegação correta das atividades são fundamentais em momentos de dólar descontrolado, inflação em alta e muita incerteza e pessimismo.

Entendo que, muitas vezes, em razão dos inevitáveis desvios, não chegaremos exatamente onde havíamos planejado. Porém, ao perceber as variáveis, podemos diminuir a incerteza e nos aproximarmos do alvo desenhado.

As mudanças significativas da política econômica brasileira, que abandonou a visão mais ortodoxa para um caminho de maior intervenção do Estado, linha muitas vezes pautada no assistencialismo e no estímulo excessivo ao consumo, somados à instabilidade internacional, são a representação da tempestade que nos assombra nos últimos meses e segue sem previsão de calmaria.

Ao contrário do navio estatal, inoperante, lento e carcomido, o empreendedor brasileiro segue remando uma vez e navegando outras, mas sempre enfrentando as adversidades do tempo, sempre superando a crise do dia.

Por falar em crise, na vasta coleção de usos que o Aurélio traz do verbete, ele define crise em economia da seguinte maneira: ponto de transição entre uma época de prosperidade e outra de depressão; em sentido mais geral, crise é o que sabemos: fase difícil, grave, na evolução das coisas, dos sentimentos, dos fatos; colapso.

Chamo atenção para a primeira definição: ponto de transição.

Voltando para a frase na parede do velho estaleiro, não há melhor maneira de formar bons navegantes que enfrentar o mar revolto. É em tempos como este que muitas empresas e empreendedores se reinventam. Em meio as maiores tempestades é que conseguimos realizar coisas extraordinárias. Foi sempre assim.

A mudança começa no exato momento em que decidimos agir sobre as adversidades, encontrando de maneira criativa novas rotas para o nosso negócio. Portanto, tome o leme da sua vida. Saiba que os ventos estão em constante mudança… sempre.

*Proprietário da agência Digitale e diretor da Associação dos Profissionais de Propaganda – APP Campinas

O emprego em um ambiente com alto desemprego – Agostinho Celso Pascalicchio* – Luiz Antonio de Lima**

A produção depende da forma de alocar capital e mão de obra em uma sociedade. Os impostos podem colaborar na alocação ou realocação dos recursos entre os diferentes fatores de produção, por diferentes regiões ou entre os diferentes setores.

Quanto mais altos são os impostos, ou maior a tributação, os recursos da sociedade são sistematicamente transferidos para segmentos de baixa tributação. Da mesma forma, quando um desconto sobre um imposto é oferecido, ele poderá incentivar a alocação de recursos em favor do desenvolvimento de indústrias nascentes. Pode haver uma realocação de recursos de regiões altamente tributadas para as regiões com baixa tributação.

Os impostos podem mudar o padrão de produção em uma economia. A produção de bens de luxo pode ser restringida e a de bens de primeira necessidade melhorada. Um elevado imposto sobre bens de consumo luxuosos tem um impacto benéfico, uma vez que os recursos da produção desses bens serão desviados para bens essenciais ou de primeira necessidade, com a baixa tributação atuando como força estimuladora.

Alguns impostos, no entanto, podem provocar uma má alocação de recursos, mudando o padrão de produção de alguns setores de uma maneira socialmente indesejável. Assim, tributos e encargos incidentes sobre o emprego, se forem elevados, a geração de emprego é desestimulada e cresce o desemprego.

Os altos tributos e encargos – gerando ônus elevados sobre a geração do emprego – desestimulam a geração de novas contratações ou posições de trabalho. O aumento do emprego formal é desestimulado. 

As empresas contratarão apenas em situações em que a mão de obra apresentar grande eficiência produtiva. A alta tributação e os encargos geram uma alocação eficiente da mão de obra na empresa, ou seja, o trabalhador é contratado por estas empresas apenas quando extremamente necessário.

Alguns tributos podem promover uma realocação desejável de recursos se forem reduzidos e no caso das taxas e encargos sobre salários, a sua diminuição ou a eliminação de alguns dos ônus pode causar melhorias sociais. Pode gerar o esperado aumento do emprego.

Assim, não podemos negligenciar as implicações sistêmicas de longo prazo, quando os excessos tributários incidem sobre a mão de obra para as empresas que estão nascendo, para as “startups”, ao desestímulo intrínseco ao empreendedorismo, levando empresas a reduzirem as contratações ao mínimo, reduzindo a quantidade e a formação de novos empresários, gerando ciclicamente um freio ao desenvolvimento e à desejada redução do desemprego.

*Coordenador do curso de Engenharia de Produção da Universidade Presbiteriana Mackenzie, professor de economia, doutor em Ciências pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo. 

**Professor de planejamento estratégico e logística da Universidade Presbiteriana Mackenzie, mestrado e doutorando em Administração pelo Mackenzie.

Filhos em situação de risco – Marlene de Andrade

“Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.” (Efésios 6:4)

Como estão vivendo as crianças, hoje em dia, em relação aos bons costumes, à ética e à moral? Para a criançada está tudo bem, principalmente quando não lhes faltam um celular que as pluguem às redes sociais, as quais vêm, na maioria das vezes, para matar, roubar e destruir os princípios cristãos. Infelizmente, muitos pais entendem que é melhor seus filhos estarem plugados às Redes Sociais do que em más companhias, mas tal ponto de vista é equivocado. Evidentemente que a internet também tem seu lado positivo, mas os pais precisam, saber o que os filhos estão assistindo no seu dia a dia, nas mídias, visto que a situação das crianças e adolescentes, principalmente nas cidades grandes, é muito preocupante, pois elas sofrem diariamente, inclusive na escola, pressões intensas para que Deus seja excluído
de suas vidas.

Nesse viés, elas têm sido doutrinadas no sentido de que o materialismo e o humanismo estão acima de tudo, ou seja, que o ateísmo é o melhor caminho a se seguir. Reina entre elas uma grande pressão psicológica, sexual e social permeada de vãs filosofias destrutivas, apagando assim todo o senso de moralidade, o qual é propagado a todo instante nas bancas de jornal, na televisão, nos cartazes das ruas e entre outros, nos encontros com os “amiguinhos”.

Não fosse tudo isso suficiente, as crianças têm acesso aos vídeos de games destrutivos, filmes infantis cheios de mensagens mundanas e, entre outros, doutrinações de cunho perverso e malicioso. Orientação às crianças e adolescentes no sentido de ensiná-las se tornarem homens e mulheres de bem está acabando cada vez mais, e o que até mesmo os pais cristãos têm feito para ajudar seus filhos que estão aprendendo que a diversão é o que há de melhor e que estudar não serve para nada? E nesse ritmo elas vão crescendo sendo dominadas pela atração que o mundo traz, tornando-as consumistas, frias e desobedientes. Devido à realidade em que as crianças e até mesmo os adolescentes estão vivendo, o número de suicídios vem aumentando consideravelmente entre elas, e isso não se ouvia falar anos atrás.

Vivemos num mundo extremamente perverso, cujas transformações dos valores éticos e morais estão mudando a passos gigantescos para pior e por isso a criançada tem se tornado arredia, consumista, presunçosa, com dificuldades de obedecer às regras, que devem norteá-las aos bons princípios da ética e da moral. Diante dessa realidade, as crianças têm sido vítimas da família, da escola e da sociedade. Infelizmente, estamos caminhando para o caos dia após dia, levando a família à decadência total.

Médica Especialista em Medicina do Trabalho- ANAMT/AMB/CFM CRM-RR 339 RQE 431

Quem aprende mais? – Afonso Rodrigues de Oliveira

“As pessoas inteligentes aprendem mais dos tolos do que os tolos das pessoas inteligentes.” (Marcos Cato)

De nada adianta ficar falando muito para o tolo que não está a fim de aprender. Aliás, já sabemos que o bom conversador não é o que fala mais, mas o que ouve mais. O importante é que passemos a mensagem de maneira positiva. E para tal não há necessidade de falar tanto. Importante também é ser capaz de perceber quando a conversa está sendo positiva e produtiva. E nunca se aborreça com o tolo porque ele está falando demais. Porque é assim que aprendemos com ele. Caso contrário, seríamos tão tolos quanto ele. 

O importante é que aprendamos. E não aprenderemos se não dermos importância ao que ouvimos, não importa de quem. Não deixe de ser você. Porque se você ficar se aborrecendo com a inferioridade dos outros, você estará se igualando. E estará deixando de lado a importância do conhecimento de que somos todos iguais nas diferenças. Então vamos considerar e respeitar as diferenças. É assim que aprendemos a viver e conviver com as outras pessoas. Cada um de nós está no seu grau de evolução racional. E isso porque viemos todos do mesmo Universo Racional. E como lá não existe unidade de tempo, o tempo que passarmos por aqui vai depender da evolução de cada um. 

Sinta-se superior, mas não se julgue superior a ninguém. Porque é assim que respeitamos as diferenças em cada um. Porque se fossemos todos iguais não haveria progresso. Não haveria mudanças e sem mudanças não há evolução. 

Ontem fui ao Banco saber por que nunca tenho saldo na continha. Enquanto esperava a vez de minha senha, um cidadão, ao meu lado iniciou uma conversa extraordinária. O cara falou mais do que a boca. E o assunto era política. Ele estava revoltado pelo que não consegui entender o que era. Olhei para os lados e vi algumas caras carrancudas pelo que ouviam. Felizmente pareceu que ninguém concordava com ele. Senão o papo teria rolado até que a senha dele fosse chamada. Tentei segurar o sorriso quando ele, atendido, despediu-se e retirou-se. Fiquei me lembrando dos que entendem realmente da política. Alguém já disse que: “Pena que todos os que sabem governar o país estejam ocupados, cortando cabelos ou dirigindo táxi.”

O importante é que você se sinta livre para expressar seus pensamentos, sejam eles quais forem. E nada mais gratificante do que se sentir ouvido e respeitado no pensar. Respeite sempre os pensamentos das outras pessoas. Com certeza, quando ela necessitar de sua opinião, ela a pedirá. Mas enquanto não, fique na sua e apenas sorria, mas com muito respeito. Pense nisso.

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