Opinião

Opiniao 24 05 2019 8254

Como as novas tecnologias apoiam o combate à corrupção nas empresas – Cassiano Machado

Atos de corrupção e outros desvios são cada vez mais difíceis de serem perpetuados sem deixar rastros digitais. Os avanços na tecnologia ampliaram a capacidade das empresas prospectarem cada vez mais informações sobre a ocorrência de atos ilícitos em seu ambiente e interfaces, potencializando a descoberta destas irregularidades e a condução efetiva das investigações.

Estas tecnologias processam e analisam dados capturados de diferentes origens, tornando-se uma rica fonte para o desenvolvimento de análises preditivas e correlações, além de trazerem ganhos para a eficácia dos esforços de apuração das irregularidades.

Assim como o mapeamento de dados na internet, por meio de buscas automáticas ou manuais de conteúdos disponíveis nas redes sociais, marketplaces, como o Mercado Livre, e órgãos públicos e privados de informação, permitem o entendimento de diversos aspectos, dentre eles, o perfil comportamental e o estilo de vida do investigado fora do ambiente corporativo. É possível analisar suas redes de relacionamentos, situação patrimonial, posição societária, histórico judicial e até sua presença em listas de restrições financeiras ou governamentais.

Logs de acesso físico, varredura de arquivos em rede, análise forense de discos rígidos e celulares, além da análise de imagens de circuito interno de TV são também outras fontes de dados digitais disponíveis que ajudam as organizações a detectarem o ato ilícito de seus colaboradores. Inclusive contando com a ação de denunciantes, de dentro ou fora do ambiente de trabalho, que podem encaminhar ao canal de denúncias da empresa evidências em formato digital, como gravações de áudio, vídeo e fotos.

Por falar em canal de denúncia, a ferramenta pode ser o primeiro passo das companhias no combate à corrupção. Com o apoio da internet, dos smartphones e das conexões globais de dados e telefonia, o canal interliga o denunciante com a estrutura especializada de captação de denúncia, agilizando a etapa de investigação sem risco de exposição do denunciante. A Odebrecht, por exemplo, reforçou o seu compliance ao terceirizar o Linha de Ética, um canal dedicado a receber relatos e denúncias de comportamentos não éticos e violações às políticas internas, regras e legislações.

Todas estas tecnologias já estão disponíveis e outras estão em plena evolução. Quando empregadas com inteligência, expandem a capacidade de combate à corrupção e outras irregularidades nas empresas, promovendo inibição, maior segurança e facilidade para o registro de denúncias e para a detecção de sinais suspeitos e coleta de evidências. Tudo isso maximiza a capacidade de gestão e atuação preventiva e investigativa das organizações.

*Sócio-diretor da ICTS Outsourcing, empresa de serviços relacionados à gestão de riscos e compliance

O PREJUÍZO DE PENSAR POUCO E FALAR MUITO – Wender de Souza Ciricio

O fim da Idade Média contribuiu para o surgimento de uma nova classe social, a burguesia. Nobres donos de extensas terras e falidos concederam cartas de franquia a comerciantes que em suas terras vendiam mercadorias e criavam uma nova conjuntura socioeconômica. Por meio desse novo sistema, surgiram novas composições demográficas como as vilas, sendo algumas chamadas de burgos, fluindo daí a burguesia.

A burguesia, sendo a partir de sua criação a bola da vez, elaborou mecanismos para sua ascensão, seu status e seu prestígio. Desse meio surgiram os mecenas, ou seja, burgueses ricos que encontraram na arte renascentista meios de ganhar notoriedade e poder. Entretanto o que melhor ressoou foi a criação de uma nova cultura, a chamada cultura erudita. Burgueses concordaram que precisavam muito mais do que do comércio. Precisavam de seres pensantes, de intelectuais, de pessoas que fossem acima da maioria, é isso que sugere a cultura erudita. Não é cabível nesse tipo de cultura pensamentos e falas toscas, insossas, banais e destituídas de profundidade intelectual. Daí então a burguesia faz uso do passado greco-romano resgatando de lá o teatro, a filosofia e arquitetura, criando também universidades. Esses novos ricos reconheceram que pensar é a base para falar e falar de forma inteligente. E foi com essa inteligência que fortaleceram o Estado, a economia e a democracia. Uma coisa puxa a outra coisa.

Toda essa construção histórica nos leva para uma situação sensível e complexa: Pensamos pouco e falamos muito. Falar sem pensar é oneroso demais para uma sociedade que quer crescer e ser respeitada. A burguesia pensou para crescer e nós falamos muito antes de pensar. Isso é perigoso demais porque falar muito e falar sem qualidade de pensamento produz uma cultura pobre, pífia e inócua. Jovens e adultos presos ao poder da mídia assistem um “youtuber”, ouvem um comentário televisivo, aproveitam de pequenas falas do facebook e whatsaap e se acham prontos para questionar, debater e impor ideias. Mas que ideias? Outros se ajoelham aos pés de alguém eleito como ídolo e aderem tudo que é discursado por esse sem análise crítica, reproduzindo tudo com toda veemência.

Esse Brasil não tem maturidade racional e nem maturidade emocional para debater ideias. Primeiro é que racionalmente não crescemos, pois não tem como crescer ficando 1 a 10 anos sem sequer ler um livro, sem levar a sério estudos e sem bater na porta da inteligência. Como debater com um ignorante? Como trocar ideias com um refém da escola do achismo? Como conversar profundidade com alguém preso ao famoso “senso comum”? Não existe maturidade racional porque não há interesse em dela fazer uso. 

Segundo é que não existe maturidade emocional para conversarmos sobre pensamentos, conceitos e comportamentos. O nosso estado emocional não permite conversar as diferenças sem que isso cause prejuízo relacional. Quando expomos algo diferente do outro, isso ganha contornos diferentes do esperado, torna-se um demanda pessoal, relações são rompidas e impera a antipatia. Tente discutir, por exemplo, sobre aborto e homossexualidade e prepare-se, sendo contra ou a favor, para fazer vários inimigos. Comenta-se muito sobre pluralidade de ideias, porém isso é válido somente quando nos favorece. Pensar diferente é correr riscos de ganhar rótulos, apelidos, ser difamado e de sofrer bullying. Complicado e evasivo demais nosso Brasil.

Precisa-se enxergar que só é promissor aquele que busca uma base de pensamento. Ao estagnado e parado na linha do tempo resta-lhe a possibilidade de permanecer no mundo pobre e medíocre das ideias tolas e sem sentido histórico, científico e intelectual. Acorda homem, acorda mulher, vamos crescer, ler, estudar e estudar de verdade para alicerçar nossos pensamentos e depois falar e falar com propriedade e consistência.

*Psicopedagogo, historiador e teólogo [email protected] (95) 98112.6086

Seja seu próprio destino – Flavio Melo Ribeiro 

Tenha o controle da sua vida nas mãos. Ela é muito importante e muito curta para não ser você o guia de si próprio. É claro que a vida é complexa e pouco se faz sozinho, mas não é porque os outros seguirão a jornada da vida ao seu lado, que você delegará as suas escolhas. Tenha coragem para enfrentar os desafios, e paciência para retomar a luta quando a derrota acontece.

Os casos clínicos mais tristes que atendi foram das pessoas idosas, as quais se deram conta que poderiam ter vivido de outra forma. Essas pessoas só conseguiram avaliar que as dificuldades de outrora não eram tão grandes que não pudessem ser enfrentadas, no último quarto do ciclo das suas vidas. Em função do pouco tempo que lhes restava, pouco poderiam fazer para alterar seu destino. Porém, a grande maioria da população está entre 20 e 60 anos de idade, quer dizer, no segundo e terceiro ciclo de vida, pelos índices atuais de expectativa de vida. Então muito podem fazer para construir seus projetos. Mas para isso é preciso deixar a preguiça de lado, ultrapassar seus medos e, principalmente, se autoconhecer para identificar suas qualidades e investir no que tem de melhor.

Procure conviver com pessoas que são positivas, que lhe ajudem a compreender melhor o mundo ao seu redor, e que lhes inspire para alcançar os projetos. Essas pessoas provavelmente não irão fazer por você, pois estão focadas em construir suas próprias vidas. Elas também não deixarão sua vida mais fácil, pois irão mostrar o caminho para você trilhar com vista a construir seu próprio sonho, o que na maioria das vezes é trabalhoso e árduo. Mas são essas as pessoas que estarão torcendo para o teu sucesso e ficarão verdadeiramente alegres com as tuas vitórias. Essas são as pessoas que você deve escolher para estar ao seu lado. 

Evite as mágoas e lamentações dos caminhos que não deram certo. Aprenda com os erros e foque, principalmente, na positividade das suas ações. Seja objetivo e agudo para alcançar os projetos. Seja seu próprio destino. 

*Psicólogo – CRP12/00449

Decida e faça – Afonso Rodrigues de Oliveira

“Quando você luta pela igualdade é porque se sente inferior. Quando nos sabemos superiores, não disputamos; fazemos o que devemos fazer como deve ser feito.”

A ranzinzice é uma demonstração de inferioridade. Então pare de ranzinzar. Por que ficar lutando para mostrar o que você é, quando você sabe que é? Mostre o que você é, em você mesmo, ou mesma. Simples pra dedéu. Nunca seremos superiores enquanto ficarmos arengando com os inferiores que nos consideram inferiores. “Dize-me com quem andas e te direi quem és.” Quando você se preocupa ou se aborrece com o inferior, está se igualando a ele. Marque sua presença com sua simplicidade. E ser simples não é ser inferior. Faça o que você deve fazer como ele deve ser feito. E isso já é suficiente para mostrar quem, e o que, você é.

Você é a única pessoa, sobre a Terra, com capacidade para fazer você ser o que você realmente quer ser. Ninguém mais tem o poder de fazer isso por você. O que já indica que você tem o poder de que necessita para ser superior. Respeitar as diferença é uma política de superioridade. Nunca discuta. Ouça com atenção, mesmo quando você não estiver concordando com o seu interlocutor. Você não pode mudar os pensamentos dele, nem ele os seus. Quando muito, um e outro podem apenas estar acordando-o do cochilo.

Seja feliz com e em você mesmo, ou mesma. Sentir-se superior não significa julgar os outros como inferiores. Sentir-se superior é saber o valor que tem. E só saberemos, quando soubermos julgar os outros no que eles são, mas respeitando a igualdade nas diferenças. Pare de ficar armazenando inferioridades no seu interior, provocadas por pessoas inferiores. Valorize-se no que você é, e não no que você quer mostrar que é. Vá em frente. O universo é todo seu. As veredas estão sempre abertas para os que sabem para onde vão. Onde você está é apenas uma estação, no processo da evolução humana. E só você é capaz de saber do que você necessita para progredir. E aposto que não é discutindo, reclamando, nem protestando. A evolução está no fazer. Então faça o melhor no que você faz.

Nunca perca seu precioso tempo com aborrecimentos causados pela inferioridade dos que julgam você como inferior. Porque se você se aborrecer estará ratificando o pensamento inferior, do inferior. Sorria sempre. Mire-se sempre no seu espelho interior. Ele vai mostrar quem você realmente é. Mire-se e verá o que você realmente é. A responsabilidade por você é sua e de mais ninguém. O que indica que você é dono, ou dona, de você mesmo. Seja seu timoneiro. Ninguém mais tem esse poder por você, se você se sentir superior. Pensa nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460