Opinião

Opiniao 25 06 2019 8445

O Brincar como ferramenta para o desenvolvimento integral das crianças – Mariângela Carocci

A Primeira Infância é reconhecida como uma etapa crítica para o desenvolvimento humano, segundo as evidências e contribuições da Neurociência e de acordo com o Núcleo de Ciência pela Infância. Essa fase, que refere-se aos seis primeiros anos de vida, é responsável pela formação de 700 conexões neurais por segundo. Nos primeiros anos de vida, a arquitetura básica do cérebro é construída através de um processo contínuo, que se inicia antes do nascimento e continua até a maturidade.

O brincar também ajuda a criança a desenvolver habilidades que são as bases de todo o aprendizado. É brincando que a criança estimula a fala, a leitura, a escrita entre outros. Leia livros infantis com e para as crianças com as quais tem contato.

Ao brincar com o adulto, a criança gosta de imitá-lo, dessa forma amplia o seu repertório de experiências e aprendizados. É essencial também, que ela possa vivenciar momentos de um brincar livre, para que faça as próprias escolhas e descobertas. Brinque com seu filho, sobrinho, neto e outras crianças em parques. Vivências na natureza são ótimas para estimular os sentidos delas.

As crianças de até três anos gostam de brincar de esconde esconde, de explorar os objetos, de empilhar coisas e desmontar. Entre 4 a 6 anos, é a fase do faz de conta e as relações com seus pares são potencializadas através das brincadeiras.

No entanto é preciso criar espaços lúdicos seguros e adequados para esse brincar, que não se restrinja à escola, à casa da criança ou a parques infantis. Unidades básicas de saúde, hospitais, centros de assistência social e qualquer lugar frequentado pela criança. É preciso pensar no brincar como uma maneira de também favorecer o bem-estar dos pequenos. 

O ambiente dever ser estimulante com blocos de construção, por exemplo, que possibilita o exercício da criatividade e imaginação da criança. A brincadeira no chão é muito mais segura e possibilita o desenvolvimento motor principalmente nos primeiros anos de vida. 

O brincar antes de tudo é um direito de todas as crianças que está definido no artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Marco Legal da Primeira Infância. Portanto, estamos falando de direitos humanos e o brincar é, antes de tudo, um direito da criança! Portanto, brinque com as crianças todos os dias, durante todo o ano e por quantos anos for possível. Assim, teremos jovens e adultos cada vez mais fortes, inteligentes e conscientes de seu papel na sociedade.   *Especialista em Primeira Infância da Plan International Brasil e Gerente do projeto “Famílias que Cuidam”

Memórias do Barão – Walber Aguiar

“Meninos viram homens, mas sempre serão meninos.”

Eram os idos de 70. Meninos e meninas desfilavam os uniformes escolares pelas ruas largas e verdes de Boa Vista. Alunos do velho colégio São Francisco, do Monteiro Lobato, do GEC, do São José, o colégio das madres e do velho Barão de Parima, que em 1966 era chamado de GOT, Ginásio Orientado para o Trabalho.

E que trabalho. Eram centenas de adolescentes que atravessavam a cidade debaixo de muito sol. Um verdadeiro Deus nos acuda no momento de atravessar a velha ponte de madeira sob o Igarapé do Caxangá, pois balançava e sempre tinha um menino mais afoito querendo derrubar os outros só pra ver a queda. 

Todo mundo usava um jalecão bege, pois era preciso mexer com artes gráficas, tinta, terra, flores, frutas e verduras. Além disso, também tínhamos contato com propaganda, madeira e técnicas comerciais.

Brincar na quadra, comer coco babão e paquerar as meninas fazia parte do currículo extraclasse, pois ali naqueles corredores quase assombrados, o vento nos açoitava feito os cavalos selvagens do Maruai, na terra de Macunaíma. 

Era lindo viver e aprender a ser gente, a ser menino, a ser homem de bem, com ética, alegria e uma leve responsabilidade. Aprender com o professor Catossi e o velho Jaceguai as técnicas de alguma profissão, junto com os segredos da vida e a ser possuidor de uma alma extremamente sensível.

Ora, temos que preservar os velhos grupos escolares da infância, dos jogos escolares, da disputa entre GEC e Monteiro Lobato, das tradições sadias e cheias de ludicidade. Afrânio Peixoto não existe mais. Barão de Parima, a lendária escola do Calungá, vizinha de Raimundo Nonato da Conceição, o famoso Canguru, da banda de música, e dona Áurea, professora, pais do carismático professor Laulimã, já figurou na lista das escolas extintas. Graças ao bom senso e à grandeza dos moradores do bairro, a Escola Estadual Barão de Parima continua a existir com ensino de qualidade.

Não poderia ter sido extinta mesmo, pois Barão de Parima é o nome dado ao tenente coronel Francisco Lopes Xavier de Araújo, o bravo que chefiou uma expedição até o Monte Roraima. Um bravo nunca pode cair, pois como dizia o poeta negro Paulo Colina: “resistir nunca será um equívoco”.

Ainda vejo aqueles meninos e meninas indo para o GOT, com o desejo de que a vida seja sempre uma espécie de passeio, uma inesquecível brincadeira de criança, onde o caminho da escola é o caminho da liberdade e do conhecimento, da cidadania e da esperança.  Meninos, eu vi…

*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected]

A Bíblia não cai em contradição – Marlene de Andrade

Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. (Salmo 19:1)

Quanto mais eu leio a Bíblia mais fico perplexa pela clara evidência de que ela não contém erros e é escrita sob uma lógica surpreendente. Eu já ouvi alguém questionar que Deus criou o mundo vegetal antes de criar os luzeiros no firmamento, sendo assim, afirmam alguns, não seria possível ocorrer a fotossíntese, porém o que nos diz Gênesis 1:3? Lá está muito claro que antes de Deus criar a relva, as ervas e as árvores frutíferas, Ele criou primeiro a luz, vejamos: “Disse Deus: haja luz, e houve luz”, sendo assim, os seres vegetais, quando foram criados, podiam fazer sua fotossíntese, porque já havia luz.

Já em Gênesis 1:14, Deus nos afirma através de Sua Palavra que Ele criou luzeiros no firmamento para fazerem separação entre o dia e a noite. Como se vê não há contradição nenhuma como querem afirmar alguns, pois os vegetais podiam viver muito bem porque já havia luz, então cadê a contradição?

Muitos professores até com doutorado gostam de falar em salas de aula que o homem veio do macaco. Que bobeira é essa? A teoria de Darwin não declara que seres humanos teriam evoluído dos macacos, mas, infelizmente, existem muitos professores que ensinam isso para seus alunos. E afinal o que Darvin, segundo sua interpretação também errônea explicou? Ele asseverou erradamente, que tanto o homem como o macaco evoluiu de um ancestral comum. Nossa, mas que confusão, hein? Se viemos do macaco, por que ainda existem macacos e nem todos evoluíram para se transformar em ser humano? Ih, essa pergunta está tão batida, não é mesmo? Então vou perguntar difere
nte: por que o ser humano não continua evoluindo? Se houve evolução por que as pessoas, além de poder andarem, não passam também a voar? Quer dizer que a evolução parou? Macaco não evolui mais para nada, muito menos ser humano? Então a evolução parou aí, é isso?

Caro leitor, ser humano vai sempre gerar ser humano, jacaré vai continuar gerando jacarés e por aí afora e não me venham com a história das mutações, pois elas nada têm a ver com evolução, mas sabe de uma coisa? Por aqui vou parando eu e tornando a repetir: quanto mais leio a Bíblia, graças a Deus, mais fico perplexa pela clara evidência de que ela não contém erros e é escrita em cima de uma lógica que só pode ser mesmo divina.

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT/AMB/CFM – CRM-339 RQE-431    

Desencontro no encontro – Afonso Rodrigues de Oliveira

“A intensidade das paixões diferem no homem e na mulher, e é por isso que homem e mulher não param de se desentender.” (Nietzsche)

Dificilmente vamos encontrar um lugar mais apropriado para as briguinhas comadrescas, do que no casal. E o ciúme está em todos eles. E tudo depende, e continua dependendo, do tipo ou grau do ciúme. E quem é mais ciumento ninguém sabe. Tudo vai depender do grau do ciúme. Há ciúmes que nem podem ser classificados, pela sua insignificância. Embora eu acredite que todo ciúme é insignificante. Mas deixemos isso pra lá. O que importa é que nos atentemos, e apenas por curiosidade, nas diferenças de gestos e motivos que causam o ciúme. Mas não saiamos pelas calçadas. Vamos nos ater ao ciúme caseiro. O que, na verdade, parece muito divertido. São ciúmes que nem são considerados ciúme. 

Por que será que homens e mulheres sempre se desencontram, mesmo quando se encontram? Já prestou atenção quando sua mulher lhe pergunta algo que você não tem como responder, pela simplicidade da pergunta? E é aí que a jiripoca pia. Porque se você não responder com a resposta que ela espera, aí o ciúme marca presença. E você só tem duas saídas, ou fica sério e finge não dar atenção, ou sorri e cai na dela. Um desencontro que não desencontra se você for maduro. E amadureça prestando atenção a esses momentos corriqueiros, mas que merecem atenção. 

Esse desencontro natural pode se tornar perigoso. Que é quando lhe damos muita atenção, sem considerar a diferença entre o homem e a mulher. E ambos estão certos, porque estão nos seus devidos lugares naturais, no desenvolvimento racional de cada um. Então vamos mudar o rumo da prosa, de acordo com meu pensamento sobre o caso. Mas é apenas meu pensamento. É o que penso sobre o assunto “ciúme”. Já falei pra você, mais de uma vez, sobre o que penso, sobre o quarteto que compõe a nossa vida de seres humanos sobre a Terra. Ele é composto de quatro elementos: amor, sexo, paixão e ciúme. Todo ser humano depende desse quarteto para viver. O amor é indefinível. Não há como defini-lo; o sexo é vida e sem ele não existiríamos; a paixão é um mero descontrole emocional, e o ciúme é um descontrole mental. É o único no quarteto que só causa prejuízo. E quanto maior o ciúme, mais prejuízo ele causa no descontrole mental. 

Você nunca vai ver um ciumento mentalmente controlado, nem um mentalmente controlado, e ciumento. Reflita sobre isso e pare de ficar ranzinzando seu marido, ou sua esposa. Mantenha a harmonia no lar com o controle mental dentro da racionalidade. A felicidade está no seu controle sobre sua mente. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460