Opinião

Opiniao 27 12 2019 9536

Tempo de refletir!

Flamarion Portela *

Ainda estamos no clima natalino, mas já na expectativa da chegada de um novo ano.

É tempo de voltarmos nossos pensamentos para tudo aquilo que fizemos ao longo do ano. Tempo de refletirmos sobre nossas ações, nossas atitudes com relação às pessoas que nos rodeiam.

É hora de reacender as chamas da vida, agradecer a Deus por tudo que nos aconteceu neste ano único na nossa vida. 

É tempo de reflexão. E nessa reflexão nos surgem muitos questionamentos.

Será que fizemos tudo aquilo que planejamos? Será que atingimos todas as nossas metas e objetivos? Será que agimos corretamente com nossa família, com nossos amigos? Será que fomos solidários com quem precisou de nossa ajuda?

É comum que todo início de ano façamos algum planejamento, algumas “promessas”, tracemos algumas metas.

Mas, em sua maioria, são planos ligados à nossa vida material. Poucos pensam ou planejam situações ligadas à sua vida espiritual ou mesmo sobre coisas que poderiam fazer pelo bem comum, pelo próximo.

Quantas vezes você ajudou um necessitado em 2019? Quantas vezes foi voluntário em alguma ação em prol de outras pessoas? Quantas vezes você sentou para ouvir um desabafo de um amigo ou familiar que, naquele momento, só precisava de alguém para ouvi-lo?

As pessoas estão cada vez mais individualistas, egoístas, mais centradas no seu próprio mundo e no seu próprio sucesso. Não se preocupam com o mundo ao seu redor. Se está tudo bem com elas, os outros que se virem para conquistar seu espaço, seus objetivos. Estão se transformando em verdadeiros ermitões, trancadas em seu próprio ego. 

Vivemos um paradoxo. Se por um lado o mundo parece estar cada vez mais globalizado, mais conectado, as fronteiras abertas pelas tecnologias, as pessoas parecem estar se fechando em seus mundos particulares. 

Observe uma reunião entre amigos no final de semana e veja como se comportam. Vai ver que a maioria estará conectada ao celular, vendo suas redes sociais, postando fotos, interagindo em grupos de whats app com pessoas que sequer conhece pessoalmente, sem dar a mínima atenção a quem está ali do seu lado.

Precisamos mudar esse quadro. E, como vocês, amigos e amigas leitores, sabem, toda mudança tem de começar de dentro de nós.

Que em 2020 possamos ser mais “nós” do que “eu”. Que aprendamos que aquilo que fazemos em prol de alguém não fará bem só a quem foi beneficiado, mas a nós também. 

Que sejamos mais humildes e mais solidários e nos espelhemos nos ensinamentos de Jesus Cristo.

Um 2020 de muita paz e sucesso a todos!

*Ex-governador de Roraima

Deus entre nós Antonio de Souza Matos*

Celebramos nestes dias o Natal. Há festa e diversão por toda parte, mas pouca reflexão sobre o real significado dessa data. O nascimento de Jesus, numa humilde manjedoura, em Belém, da Judeia, há mais de dois mil anos, marcou a encarnação de Deus entre nós, pecadores. 

O apóstolo Mateus, ao narrar o nascimento de Jesus, afirma: “Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: ‘Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)’ (Mt 1.22-23)”. Como se pode observar, Jesus, ao nascer, cumpriu a profecia de que Deus viria habitar entre nós. Aquela indefesa criança não era um simples menino. Era Deus em carne. 

De acordo com o apóstolo João, no Evangelho escrito por ele, Jesus não passou a existir quando nasceu na cidade de Davi. Ele já existia. Assim declara o evangelista: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Prossegue João dizendo: “Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1.2-3). Nota-se que Jesus é reconhecido pelo apóstolo como o Deus eterno e criador de todas as coisas. 

Essa afirmaçãode que Jesus é Deus é ratificada pelos demais escritores do Novo Testamento. Paulo, por exemplo, diz: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subiste” (Cl 1.13-17). 

Já o autor do livro de Hebreus confirma a divindade de Jesus Cristo citando uma passagem do Antigo Testamento: “E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: ‘E todos os anjos de Deus o adorem’. Ainda, quanto aos anjos, diz: ‘Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labaredas de fogo’; mas acerca do Filho: ‘O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre’(Hb. 1.6-8)”. 

Em sua primeira carta, o apóstolo João reitera essa verdade com as seguintes palavras: “Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jó 5.20). 

Deus, o Deus de toda a glória e majestade, em Jesus Cristo, se tornou como um de nós, exceto pecador. Ele fez isso por nos amar, pois um justo teria de sacrificar-se pelos injustos, a fim de satisfazer toda a justiça de Deus, trazendo redenção aos que nele creem. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jó 3.16).”

*Professor e revisor de textos. E-mail:[email protected]

A GRAÇA DE JESUS CRISTO NO NATAL TEOLÓGICO

Wender de Souza Ciricio*

Muitas situações na vida são péssimas. Algumas são boas e poucas são excelentes. Das poucas excelentes cito a que dá sentido e norte para nossas vidas. Creia nisso. Me refiro à maravilhosa graça de Jesus Cristo, especialmente quando ela ganha força e realce no ambiente do natal. 

O Jesus Cristo histórico, como aquele que existiu, construiu uma trajetória com fundamentos históricos, princípios éticos e morais, é inegável que tenha existido. Somente aquele que rejeita a história baseada em fatos verídicos duvida da existência plena de Jesus. Uma prova cabal de sua existência são os valores sobre o que é certo e errado fundamentado em seus discursos encontrados no Novo Testamento da Bíblia e absorvido pela cultura ocidental.

A ênfase, porém, é que Jesus Cristo, além de histórico é sobrenatural, tremendo, maravilhoso e extremamente apaixonado pelo homem, pela mulher e por todo e qualquer ser humano. Uma das provas dessa imensa e ilimitada paixão é estampada no natal. Essa data simplesmente nos leva para uma manjedoura, um lugar simples, sem re
quinte, despido de pompa, sem glamour e sem luxo, um lugar de vacas e bois. A preocupação de Jesus e seus pais, José e Maria, nunca foi com coisas, coisas se enferrujam e acabam. Jesus lida com o eterno. Seu nascimento em um lugar rústico, fora das paredes de um castelo ou mansão, é uma prova nítida de que Jesus vê pessoas e não estruturas materiais. Pessoas, humanos, homens e mulheres são a causa de Jesus, são o foco e a razão de Jesus ter nascido numa manjedoura, longe dos holofotes e da massa humana. Nascer nessas condições, nesse lugar e tendo como fator motivador o ser humano, tem uma explicação, uma razão teológica, uma razão divina, sobrenatural e maravilhosa. Jesus Cristo foi movido pela graça. A graça de Deus.

A palavra graça aparece diversas vezes na Bíblia. Não se refere ao humor ou a situações que nos fazem rir, refere-se aquilo que Jesus fez por nós sem que houvesse de nossa parte qualquer merecimento pelo que Ele fez. Teologicamente explicando: Primeiro, graça significa que não há nada que você ou eu possamos fazer para Deus nos amar mais. Podemos levar cesta básica para os pobres, atravessar a velhinha na avenida perigosa, frequentar assiduamente qualquer igreja, dar esmola para o mendigo ou qualquer outra boa ação que não fará Deus nosso devedor ou obrigará que o mesmo no ame mais. Segundo, graça significa que não há nada que possamos fazer para Deus nos amar menos. Mesmo que alguém tenha sido ríspido contra outro, tenha mentido, falado mal do alheio e, embora tenha que acertar com a lei dos homens, outras atitudes horríveis não fará que Deus te ame menos. A Bíblia, maior instrumento da teologia cristã, diz que Deus é amor. Deus nos ama pelo que Ele é e não pelo que fazemos ou deixamos de fazer. Não temos cacife ou recursos suficientes para obrigar Deus nos amar. Deus não vê motivos suficientes para nos amar. O amor de Deus vem de quem Ele é e inevitavelmente Ele nos ama. Isso é graça.

O natal nos leva para o trono da graça de Deus manifestada na pessoa de Jesus Cristo que nasceu, viveu e morreu. Nele, e por meio dele, chegamos ao Pai, a Deus. Natal é graça, é tempo de recordar sobre o amor de Deus. Natal é possiblidade de encontro com Deus. É a certeza de um amor legítimo e único. Deus ama, através de Jesus, não “por causa de” e sim “apesar de”. Será inútil passar por essa data fazendo vistas grossas da essência que é Jesus Cristo. Parabéns a Jesus é mais que justo, é fundamental, é gratidão e prova de comunhão e amizade com o aniversariante da data. Felicidades Jesus por seu aniversário.

*Teólogo, historiador e psicopedagogo [email protected]

As revoluções

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Aqueles que impedem as revoluções pacíficas preparam as revoluções sangrentas.” (John Kennedy)

A humanidade sempre cresceu alimentada pelas revoluções sangrentas. Então vamos parar e criar as revoluções pacíficas. E isso nunca será possível sem a revolução na educação. O que ainda estamos vendo, e fazendo, é primitivo. Vamos renovar, revolucionando as revoluções. Talvez assim daremos um passo na evolução de que necessitamos. Vamos revolucionar. Comecemos pelo respeito. E como é difícil entender o que é respeitar. Estamos assistindo a uma correria vexatória, para registrar as impressões digitais. Coisa do arco da velha. Mas o pior não é ir registrar, é não ir. Porque se não for, será punido. Não seria mais fácil, e mais racional, educar o eleitor para ele saber do dever da obrigação para consigo mesmo? Porque o cidadão só será cidadão quando tiver consciência do seu dever de cidadão, e não da sua obrigação para com os que ainda não são cidadãos. E fim de papo.

Ainda vivemos uma política escravagista. Ainda mantêm nossas mentes acorrentadas, como se fossemos escravos dos mandatários. Vamos começar nossa revolução civilizada. Vamos fazer nossa parte para que mereçamos a Educação de que precisamos para sermos cidadãos. Como podemos respeitar as leis se elas nos obrigam, em vez de nos apoiar? Por que terei que ser castigado porque não votei no candidato em quem não votaria se não fosse obrigado a votar? Porque enquanto não formos livres para votar, não haverá candidatos dignos de nossos votos. Vamos fazer nossa revolução cidadã. Vamos lutar pela nossa educação. Mas só poderemos fazer isso com educação. E quando formos educados não precisaremos sair pelas ruas esperneando, gritando, e fazendo baderna. 

Valorize-se e entenderá tal pensamento. Não podemos vencer sem lutarmos. Mas as lutas para a civilidade não devem ser renhidas. Têm que ser lutas civilizadas para que a vitória seja digna da cidadania. Vá refletindo sobre isso e verá que não é tão embrulhado assim. Só requer um pouco de reflexão e desenvolvimento do raciocínio. Vamos lutar pela nossa liberdade no voto. Porque enquanto o voto não for livre não seremos livres. Lute pelos seus direitos, respeitando os direitos dos que discordam de você. Não tema, porque a racionalidade sempre vence. E é com ela que você deve vencer essa luta secular que nos tortura sem percebermos que estamos sendo torturados. Que é quando saímos de nossas casas para votar como uma obrigação que não é de cidadão, mas de títere. Porque é assim que você será visto enquanto não for livre para votar por dever e não por obrigação. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460