Opinião

Opiniao 28 02 2020 9847

Comece, termine

Paulo Nicholas*

E a dieta, você perdeu peso? Juntou dinheiro? Vai firme na atividade física? Está mais feliz? Estamos apontando para o último terço do ano e a maioria de nós já esqueceu (ou desistiu) daquelas promessas feitas com tanto vigor em primeiro de janeiro.

Datas e eventos são marcos que tendemos a nos impor como o início de uma nova vida, de um primeiro passo. As dietas sempre começam nas segundas, os novos planos de felicidade individual sempre vêm no ano novo, ou depois do divórcio. Metas são autoimpostas depois que algum evento importante e, como sempre, começamos.

Aí começam as desculpas que insistimos em procurar para nos desviar do caminho e a autossabotagem que insistentemente acabamos por cometer para, ao final, não poder olhar para trás e assumir para nós mesmos que desistimos.

Isso já começa na infância: Queremos fazer violão só para descobrir que não temos jeito e deixar aquele trambolho em casa (pior é quem tenta o piano). O balé ou o inglês, a natação… Começamos bem. Antes da primeira aula a empolgação é enorme, mas quando nos damos conta que temos que praticar, que exercitar, que dedicar, aí o bicho pega!

E levamos isso para a juventude e vida adulta. Sempre começamos algo que imaginamos ser bom para a gente, mas largamos mão ainda na primeira dificuldade. Não seria um grande problema se a maioria das pessoas não levasse isso para as outras esferas da vida.

É que, com o tempo, fazemos disso uma constante. Lembra da empolgação no começo do namoro? Como ela anda agora? E no trabalho, ainda feliz e produtivo como no início? Vimos na imprensa recentemente um promotor se lamentando por ganhar “apenas R$ 24.000,00” por mês.

Há que lembrar que tudo na vida tem começo, meio e fim. A própria vida é assim! Logo, esse é o modus operandi do bem viver. Começar algo, aproveitar cada momento e sorver até o final.

Comece com as coisas básicas, retome a dieta HOJE, volte suas atenções novamente àquele projeto, assuma suas metas e desejos do começo do ano e, se na virada de 2020 você não alcançou o que queria, vai poder bater no peito com orgulho e dizer para si mesmo que está no caminho certo.

Terminar o que começou, cumprir objetivos é uma das sensações mais gratificantes e estimulantes que podemos sentir. A satisfação pessoal em terminar qualquer coisa que nos prontificamos a começar faz a gente ver a vida com outros olhos e outro sentido. E, quando estivermos próximos do nosso inescapável fim, poderemos olhar para trás e dizer: Comecei, terminei.

*Advogado e escritor

@pnicholas

O coronavírus e as vulnerabilidades de Roraima

Édio Lopes*

Com a confirmação do primeiro diagnóstico de coronavírus (covid-19) no Brasil, aumenta o alerta com a doença no país. O surgimento de novos casos ao redor do mundo tem assustado a todos. Há vários motivos para nos preocuparmos com a situação em Roraima.

No início do mês, protocolei um ofício solicitando esforços do Ministério da Saúde para redobrar a atenção com o nosso Estado, levando em conta principalmente a fragilidade do nosso sistema de saúde e as vulnerabilidades das nossas fronteiras com a Guiana e Venezuela. Já naquele momento fui um dos primeiros parlamentares da região norte a fazer esse alerta.

A saúde na Venezuela vive um colapso, em situação de emergência humanitária. As condições sanitárias lá são terríveis e há piora de vários indicadores. E Roraima é que tem sofrido com as consequências, visto que grande parte dos venezuelanos que deixam o país, sobretudo com destino ao nosso Estado, são pessoas carentes e doentes, que se deslocam justamente em busca de assistência de saúde.

Já a preocupação da fronteira com a Guiana, se deve ao intenso trânsito de estrangeiros, principalmente de chineses, que vivem dos negócios existentes na região. Além disso, por ali entram no Brasil, estrangeiros de várias nacionalidades que utilizam Roraima como trânsito para o resto do país. É só verificar a quantidade de estrangeiros não venezuelanos que deixam a rodoviária ou o aeroporto de Boa Vista.

Não bastassem os problemas sociais da imigração e a fragilidade de nossas fronteiras, enfrentamos sérios problemas na saúde pública em Roraima. Não é de hoje que o setor vem passando por dificuldades. Apesar de todos os investimentos nos últimos anos, ainda não há estrutura suficiente sequer para atender as demandas básicas.

A cada semana se repetem notícias e casos negativos sobre o caos na saúde que o nosso Estado enfrenta, e que nos deixam ainda mais preocupados com a situação. Roraima não tem condições de atender e combater a disseminação de doenças. Não existem leitos suficientes, faltam medicamentos, há deficiências no atendimento primário e especializado e o Estado, geograficamente, está distante dos grandes centros de referência.

Mesmo nos países mais desenvolvidos, e cito a Itália como exemplo, estamos acompanhando a dificuldade no controle e combate ao coronavírus. E no Brasil, apenas os principais estados brasileiros, que tem mais estruturas na saúde, é que se preocupam com medidas e ações de prevenção. Se para os outros é preocupação, para nós, em Roraima, pode ser uma tragédia, visto que sequer temos as condições mínimas para atender a população no dia a dia.

Já citei outras vezes e reforcei também ao Ministério da Saúde, sobre a fragilidade da saúde dos indígenas. Como se dizia antigamente em tom de brincadeira, para nós brancos, “gripe era uma doença de rico”. Já para os índios de toda a Amazônia, uma simples gripe pode ser uma diferença entre viver e não viver. Imagine o tão trágico pode ser esse novo vírus para os nossos índios, principalmente para os Yanomami, cuja resistência orgânica ao vírus de um simples resfriado já pode ser letal.

Conforme já venho afirmando, a chegada do coronavírus ao Brasil era inevitável; e
por todos esses motivos que argumentamos aqui, temos o receio com a situação em Roraima. Como está ocorrendo ao redor do mundo, nas condições que temos, é um prosseguimento do alastramento da doença. Não queremos incentivar pânico na sociedade sobre a questão, mas é nosso dever como parlamentar fazer os devidos alertas para as autoridades, conforme fizemos no início do ano e continuaremos a fazer.

Os governos Federal e Estadual precisam tomar providências e colocar em prática, com urgência, medidas saneadoras e oferecerem estruturas preventivas efetivas. E os municípios do interior necessitam de atenção especial, visto que apenas Boa Vista tem condições de intensificar essas ações.

*Deputado Federal (PL/RR)

Você está se achando?

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O tolo tem uma grande vantagem sobre o homem inteligente: está sempre satisfeito consigo mesmo.” (Napoleão Bonaparte)

Você se sente seguro consigo mesmo? Está se achando o dono da cocada preta? É aí que a jiripoca pia. Pessoas inteligentes nunca se sentem no patamar superior. Os inteligentes sabem que até chegar ao pódio, há uma escada. E escada tem degraus. A Terra é redonda, e por isso o horizonte é inatingível. Mas os inteligentes sabem que o pote está no final do arco-íris. E o arco-íris circula a Terra. O que significa que é impossível atingir, tanto o arco-íris quanto o horizonte. Então vamos pensar com racionalidade para que possamos ser racionais. E na racionalidade todo o poder de que necessitamos para ser o que queremos ser está dentro de nós mesmos.

O melhor que você fizer hoje é apenas um ensaio para o melhor que você deverá fazer amanhã. Procure ser sempre o melhor no que você faz de melhor. Valorize-se no que você é aperfeiçoando-se para ser o melhor amanhã. E nos aprimoramos na medica em que consideramos o nosso potencial para ser melhor amanhã. É quando aprendemos a competir em vez de disputar. E quando competimos sabemos que nossa vitória tem o valor do nosso adversário. E é por isso que ele deve ser considerado adversário, e não inimigo. As guerras não levam a lugar nenhum. Os bens que podemos até conseguir com elas não são mais do que resultados de barbáries. E não é com barbáries que crescemos.

Busque na simplicidade das relações humanas, o caminho para a felicidade. É nas relações humanas que nos entendemos na convivência com a harmonia. E essa convivência está no respeito que devemos ter pelo nosso próximo, considerando-se as diferenças que podem estar no relacionamento. É no amor ao próximo que nos amamos. E só quando nos amamos somos capaz de amar. E quando nos amamos não nos sentimos superiores a ninguém, mas como modelo para o aprimoramento. Então vamos ser um exemplo para podermos construir o exemplo. “O bom exemplo sempre foi e sempre será a melhor didática.” Então vamos ser os professores, educando com nossos bons exemplos. E é simples pra dedéu. É só você se valorizar no que você é, e não no que você pensa que é. Porque somos o que pensamos, e não o que pensamos que somos.

Olhe-se sempre no seu espelho interior. Olhe-se no que você é e verá que há sempre algo para melhorar em você. E só você tem o poder de fazer isso por você mesmo, ou mesma. Então comece o treinamento para o seu aprimoramento racional. A caminhada é estafante. Mas você pode chegar lá, se achar que pode. E você sempre pode. Vá em frente. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460