Opinião

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A revolução na relação banco-cliente e no acesso ao mercado financeiro Lucas Thaislo *

No atual cenário de acelerada transformação digital e atualização das regulamentações, é possível afirmar que, desde a última grande mudança realizada no Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB), em 2002, não se observava uma movimentação tão expressiva no setor financeiro do Brasil. Naquele período, entre as diversas novidades, houve a implantação do Sistema de Transferência de Reservas (STR), que colocou o país entre as nações que liquidam as transações interbancárias em tempo real. Agora, quase 20 anos depois, o segmento experimenta inovações que prometem, de fato, revolucionar a relação entre os bancos e seus clientes e a forma de acesso ao mercado, com ganhos, principalmente, para a competividade e a inclusão. 

Quatro fatores são responsáveis diretamente por esse processo: PIX, open banking, cadastro positivo e LGPD. O PIX (Pagamento Instantâneo do Banco Central) entrou em operação no final do ano passado e, em pouco tempo, se tornou a principal ferramenta de transferência de recursos. Mais que isso, hoje existe uma agenda do Bacen que agrega, quase que semanalmente, novas funcionalidades ao mecanismo, fomentando, assim, a inovação e ampliando sua usabilidade e sua segurança. Nos próximos meses, muitas novidades ainda estão por vir, como o PIX Saque, PIX Troco, PIX Offline, entre outras. 

Já a implantação – em curso – do open banking abre inúmeras possibilidades para o mercado financeiro. Em especial, diminui assimetrias entre pequenas, médias e grandes instituições e aumenta a democratização do setor. Trata-se, em síntese, da implementação de uma rede de conexão, que permite o compartilhamento, pelas entidades vinculadas ao Banco Central, dos dados bancários e do histórico de relacionamento dos usuários. Claro, mediante consentimento das pessoas. Isso permite que as empresas tenham informações suficientes para oferecer produtos, serviços, taxas e juros mais aderentes ao perfil de cada cliente. 

Nessa mesma lógica está o cadastro positivo. Abastecido automaticamente com informações dos pagamentos regulares dos consumidores, ele contribui para ampliar o acesso ao crédito e para reduzir juros, uma vez que é possível avaliar o histórico do cliente, sem que eventuais atrasos na quitação das contas prejudiquem essa análise. É uma inversão na lógica adotada pelo sistema financeiro anteriormente, pois os gestores tinham disponíveis apenas dados de inadimplência, utilizados para a negativação do cidadão. Agora podem trabalhar com uma lista dos bons pagadores. 

Diante desse contexto, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) aparece como um contraponto às novas ações regulatórias. Ao mesmo tempo em que se autoriza a abertura de mais dados ao mercado, a LGPD determina responsabilidades para a tratativa desses cadastros pelas instituições financeiras. Isso garante o poder de decisão, a privacidade e a segurança dos clientes. No início de agosto, entrou em vigor a aplicação das sanções para as empresas que descumprirem as regras de coleta, uso, armazenamento e compartilhamento de informações dos cidadãos. 

Assim, todas essas iniciativas de disrupção que envolvem o setor financeiro estão relacionadas ao interesse do Banco Central em ampliar a competitividade, abrir mais o mercado e facilitar a entrada de novos players, além de aumentar a liberdade do cliente e a disponibilidade de crédito, com ofertas mais justas. A adaptação é um desafio para os bancos e exige rápidas transformações, tanto operacionais, tecnológicas e culturais, quanto comerciais e no relacionamento com o público. O cliente, cada vez mais, terá autonomia e poder de escolha. Então, é essencial se mostrar flexível, a fim de oferecer produtos e serviços sob medida, que agreguem valor e atendam aos seus interesses e às suas necessidades prioritárias.  

Enfim, as mudanças estão apenas começando, e ainda é difícil prever quais serão os novos modelos de negócio. No entanto, é certo que esse momento exige, também, a aceleração da educação financeira. Atualmente, cerca de 10% da população do país continua desbancarizada, de acordo com levantamento do Instituto Locomotiva, referente a janeiro de 2021. São, aproximadamente, 34 milhões de pessoas que não têm conta em banco ou a utilizam bem pouco, mesmo após o crescimento registrado após o início da pandemia. Agora, terão mais possibilidades de acessar o sistema bancário. Outros milhões não se enquadram nesse indicador, porém engrossam a lista dos brasileiros que não possuem uma relação saudável com o crédito ou sequer conhecem os produtos e serviços financeiros, para que possam tomar decisões conscientes.  

* Lucas Thaislo é diretor de Tecnologia e Inovação do Banco SEMEAR, único banco mineiro especialista no varejo de eletromóveis, presente em todo o território nacional. 

Somos os únicos

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Somos o único caso de democracia que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram”. (Joaquim Barbosa)

Se se analisar direitinho, veremos que nossa democracia é a única. As leis vêm por ordem de autoridades penduradas pela corda da justiça. Até quando iremos continuar como marionetes, títeres e fantoches de uma democracia corrompida? Simples pra dedéu. Uma democracia não se corrompe. Então ainda não somos uma. Vamos nos respeitar para podermos ser cidadãos. E vamos iniciar a tarefa parando de gritar, mostrando nossa incompetência, nas lutas ridículas.

Para de espernear, cara. Procure se educar para poder decidir que governante devemos ter. E nunca seremos capaz de fazer isso, enquanto não nos educarmos politicamente. E para ser educado politicamente não precisamos estar na política. Basta que a entendamos para saber vivê-la. E nunca seremos educados enquanto continuarmos vendo a política como meio de enriquecimento. Vamos ser o que deveríamos ser e ainda não somos. E nunca seremos enquanto não nos atentarmos para o nosso dever, e obrigação de fazer o melhor pelo nosso País: “Brasil, esse colosso imenso. Gigante de coração de ouro e músculos de aço. Que apoia os pés nas regiões Antárticas. E que aquece a cabeleira flamejante na fogueira dos Trópicos. Colosso que se estendesse um pouco mais os braços, iria buscar as neves dos Andes, para com elas brincar nas praias do Atlântico”.     

Este é o Brasil que devemos honrar e fazer o melhor para que possamos nos orgulhar de ser bra
sileiros. E você nunca vai demonstrar seu orgulho com arruaças e vandalismos nas ruas de um Brasil que deveria ser respeitado e não vilipendiado. Vamos respirar e viver melhor. E a felicidade está no amor. E quem ama não destrói. Você nem imagina a força que estou fazendo para moderar o assunto. Mas você pode me ajudar, procurando fazer sua parte, na caminhada da democracia. E esta exige muita educação. Então vamos nos educar. Vamos acabar com os balcões de vendas, disfarçados de partidos políticos.

Vamos lutar pela nossa cidadania. E esta não chegará enquanto não estivermos preparados para vivê-la. E a preparação está na educação. Então vamos nos educar. E nunca nos educaremos enquanto não aprendermos a respeitar o próximo. E nunca o respeitaremos enquanto não respeitarmos o seu direito de votar em quem ele quiser. Afinal somos responsáveis pelas nossas atitudes, e não pelas atitudes dos outros. Um princípio de respeito. Mas só ficaremos calmos quando soubermos que somos todos educados, para tomar as decisões certas, nas urnas. Somos iguais nas diferenças. Pense nisso.

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