Opinião

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AUTOESTIMA

O Abismo entre o Belo e o Exagerado

Por Jamilly Braga*

Muita gente se pergunta quais os limites entre a harmonização facial bem feita e a exagerada ou artificial, que muda aspectos da face do paciente de modo a fazê-lo parecer até outra pessoa? O “EU” sempre luta contra si mesmo. Nunca estamos satisfeitos com nosso corpo ou nosso rosto. Vale lembrar que melhorar a aparência também é estado de espírito que trava batalha homéricas que, muitas vezes, causam até depressão, estado de ansiedade e isolamento social voluntário. Se sentir bem e ter o espelho como aliado é tentar gostar de si em cada novo amanhecer. Para se sentir lindo ou linda vale começar a questionar-se o que posso ou deveria fazer para ser uma nova pessoa ou melhorar o que já tenho.

Atitudes simples começam pelos cuidados com a pele, o rosto, comer, dormir bem, ser feliz ao lado da família, amigos e do love ou buscar experiencias legais para experimentar. Isso faz bem à alma e ao espírito. Mas não é somente isso. Caso tenha preocupações com algo que acha que não está legal em seu corpo, chegou a hora de procurar o profissional. Exatamente! Ele vai indicar o que pode ser feito para pequenas intervenções para diminuir a distância e o abismo entre o ser belo sem exagerar. Somente ele para te dizer cientificamente o que pode ser melhorado. Nesse sentido o Visagismo – conjunto de técnicas usadas para valorizar a beleza de do rosto naturalmente, é a melhor opção. Acredito até que você em algum momento já usou: maquiagem, cosméticos, tintura e corte de cabelo e design de sobrancelhas, entre outras. Pois, isso faz a diferença também quando o profissional usa a abordagem e estudo do que acentuar a beleza usando as técnicas de harmonização facial.

Eu sempre respondo aos que me procuram por conselhos a mesma coisa: a escolha do bom profissional é o segredo. Não adianta apenas ter o melhor produto, é preciso ter olhar crítico e isso se constrói com muita prática, estudo e bom senso.

Tenho pacientes mulheres que fazem, periodicamente, de três a cinco procedimentos no rosto e sequer revelam os segredinhos de beleza. Seguem satisfeitas com a autoestima nas alturas. Tenho outras que fazem procedimentos e gostam de mostrar, comentar o que mudaram, pedir opiniões. Mas certamente isso é decisão pessoal.

Mas como escolher o bom profissional? A primeira coisa, precisa ser discreto e respeitar de forma ética o que pede o cliente quanto ao sigilo no atendimento. Entre os profissionais da saúde isso é até óbvio, mas enfatizo aqui por ouvir muito a frase: “doutora, não conta para ninguém”. Claro que não conto!

Outro ponto importante é saber conversar sobre o tipo de beleza, os perigos do exagero, os cuidados no pós-procedimento. Ter bom senso e transmitir de forma enfática o quanto é importante ter consciência corporal e facial. Esse sem dúvida é um dos nossos papeis, pois a harmonização não pode ser uniformização da beleza na adoção de alguns padrões. Mesmo diante da tendência mundial do chamado “bocão”, por exemplo, cada pessoa tem traços e formas únicas, que não devem ser modificados radicalmente, assim como os seios, aplicações de botox e etc. Existe limites estéticos e éticos, que precisam ser respeitados.

Por isso a avaliação é tão fundamental. É nela o primeiro olhar mais atento à face e aquela conversa que eu amo, para conhecer os gostos e expectativas de cada um. Em seguida vem as sugestões como feedback às demandas levantadas. Nesse contato acontece aquele olhar de confiança, que ainda bem, se transforma em um sorriso depois do resultado. É sempre esse novo objetivo. Portanto, se quer diminuir o abismo do que é ser belo, não exagere e consulte sempre o profissional adequado para te fazer bela princesa ou um elegante príncipe.

*Doutoranda em Ciências Biomédicas, mestre em Harmonização Orofacial (European Face Institute), cirurgiã-dentista e especialista em Harmonização.

Pontos de cultura

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Os pontos de cultura são a bolsa-família das entidades, dos valores, dos significados e da imaginação criativa dos que são maioria, mas tinham se tornado minoria silenciosa”. (Emir Sader)

Todos os que vivemos aqueles momentos extraordinários dos Pontos de Cultura, com a Teia-2008, sabemos o que sentimos. Vivemos, atualmente, um sentimento de desprezo, abandono e desrespeito. O movimento cultural, Brasil afora, naqueles dias enriquecedores enriqueceu-nos culturalmente. O que descobrimos por todos esses interiores brasileiros, sobre o recurso e a riqueza da cultura brasileira, não se mede. Pena que por ser cultura tudo foi jogado para o baú do esquecimento.

Entristece-me ficar ouvindo balelas nas discussões, tanto políticas quanto intelectuais. Um vazio cultural entontece os pensadores que não têm condições nem oportunidades para externar, expressando sua riqueza intelectual, mesmo nos sertões mais remotos. O que estão fazendo as Secretarias de Cultura criadas com o movimento dos Pontos de Cultura? Mas tudo bem. Senti saudade daqueles dias, da felicidade que senti na participação ativa no movimento cultural.

Espero e desejo que todos os que viveram aqueles dias, um dia sinta o impulso que sinto neste momento, e jogue para fora seu desejo de reativar. Mas enquanto os dos poderes não acordarem, vamos fazer nossa parte, não nos escondendo detrás da cortina da desilusão. Vamos nos preparar para o futuro, mesmo sabendo, pelo que vemos, que ele vai demorar um pouco. Mas o mais importante é que nos preparemos. Que quando o futuro chegar tenhamos as malas cheias da arte que nos enriquece. Não vamos depender desses “cabeças-de-camarão”.

Meu papo está parecendo mais uma bronca. Mas não é. É só um derramamento de saudade
daqueles dias maravilhosos que vivemos naquele movimento cultural que não deve ser esquecido. Fiquei aqui, alguns minutos, querendo mencionar nomes de muitos dos que me orgulharam na participação da Teia-2008. Mas não vai dar. São tantos que não há espaço suficiente aqui na página. Mas vai daqui um abração quebra-costela para todos os que participaram do evento.

Espero que cada um sinta a saudade que sinto neste momento. E que incentivado pela saudade, faça sua parte. E esta deve estar nos estudos para ver como um dia poderemos ativar movimentos que deem sequência ao que foi parado por irresponsabilidade. Movimentos culturais não devem ser vetados. É neles que são descobertos valores que sempre estiveram escondidos pelo desprezo. Vamos fazer nossa parte. Aproveitemos a volta da covid para o lugar dela, e retornemos às atividades. Pense nisso.

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