Opinião

Opiniao 12750

É melhor prevenir do que remediar

Marlene de Andrade

  

“Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?” (1ª Coríntios 6:19).  

  

O sedentarismo é considerado como sendo a doença do século e é caracterizado pela ausência de atividades físicas. Tal fato acaba provocando um processo de destruição do nosso organismo, levando-o a perdas, muitas vezes, irreversíveis. Ele ocorre, principalmente, em pessoas que ficam muito sentadas e não praticam nenhuma atividade física. Sendo assim, temos que mudar o nosso modo de viver, cuidando bem de nossa alimentação e nunca deixando de movimentar o nosso corpo como, por exemplo, através de pilates, caminhadas, natação e, entre outros, treinar em academia. Mas, há que ficar esclarecido que tudo deve ser feito com ordem e tranquilidade.   

A vida sedentária vai aos pouquinhos nos matando, pois esse modo de viver abre as portas para o desencadeamento de inúmeras doenças, as quais poderiam ser evitadas se tivéssemos um estilo de vida mais pautado na nossa saúde. Ocorre que a preguiça vai nos tirando a responsabilidade que devemos ter com a nossa vida, a fim de que não venhamos colher consequências desastrosas, como: artrose; osteófitos (bico de papagaio); perda da flexibilidade articular; hipotrofia de fibras musculares; perda do sono; morte súbita; varizes; obesidade; infarto do miocárdio; osteoporose; diabetes Mellitus; aumento do colesterol, hipertensão arterial; Acidente Vascular Cerebral/AVC; perda da memória; câncer e, entre outros transtornos de saúde, dificuldade cognitiva que tem a ver com o processamento de informações do nosso cérebro, nos levando a falta de atenção, dificuldade, raciocínio e perda de memória.  

Para combater o sedentarismo se faz necessário a chancela de um médico, o qual solicitará um check-up geral, pois, assim, ele poderá detectar a presença de alguma doença e indicar se a pessoa pode ou não praticar atividades físicas e se pode quais atividades e em que frequência elas deverão ser realizadas. Há que ficar bem esclarecido que no início a atividade deve ser bem moderada com caminhadas curtas e poucos impactos.  

Devemos ter em mente que o sedentarismo dá sinais e sintomas, a saber: dor nas articulações; cansaço; perda da força muscular; obesidade; aumento do peso, entre outros, roncos. Nesse caso, é hora de pular da cadeira e ir à luta.  

  

Marlene de Andrade  

Médica Especialista em Medicina do Trabalho – ANAMT/AMB/CFM  

Pós-Graduada em Pericias Médicas – Fundação UNIMED  

Médica do Trabalho Concursada pelo Estado/RR  

Técnica de Segurança no Trabalho – SENAI/IEL  

CRM-RR 339 RQE-341  

O pingado e a cocada

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Para que levar a vida tão a sério, se a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos”. (Bob Marley)

Antes das implosões de prédios, para a construção do metrô, em São Paulo, o ambiente ali na Sé era bem gostoso. O conjunto de Praças era composto pela Praça da Sé, Praça Clovis Beviláqua, e Praça João Mendes. Hoje, praticamente é um bloco só. No início da década dos cinquentas, havia um bar na esquina da Sé com a Beviláqua. Há uma crônica daquela época, que conta a historiazinha de um garoto que todos os dias passava por ali, a caminha da escola. Sempre que ele passava ouvia o garçom gritar: Sai um pingado. O garoto apaixonou-se pelo pingado, sem saber do que se tratava. Mas ele ia sempre acompanhado pelo criado da família e não podia fazer nada. Até que um dia ele ia sozinho e aproveitou, entrou no bar e pediu um pingado. O garçom chegou, colocou o café no copo e pingou um pouco de leite, formando o pingado. O garoto decepcionou-se e começou a chorar.

Logo mais encontrarei o livro que contém a crônica sobre o pingado e citarei o autor, pra você. Mas vamos a outro causo. Ainda no início da década dos cinquentas, o número de nordestinos ali pela Praça era bem considerável. E havia muitas brincadeiras dos paulistanos com os nordestinos, em função das diferenças nos vocabulários. Por isso eu acho que foi uma brincadeira feita com aquele nordestino. Mas vamos lá.

Certo dia eu estava naquele bar saboreando um bolinho. De repente entrou um cidadão com aparência nordestina. Ele pôs as mãos sobre o balcão e perguntou para a atendente:

– A senhora tem cocada de laranja?

A mulher olhou para ele, com os olhos arregalados e respondeu lentamente, como se estivesse analisando se seria uma brincadeira:

– Não senhor. Nós não temos cocada de laranja, não senhor!

Já se mostrando encabulado, o homem saiu devagarzinho. Todos sorrimos. Ninguém se atreveu a rir. Só depois que o homem já estava afastado. Mas não houve comentários. Todos já sabíamos das brincadeiras que os paulistanos faziam com os nordestinos. Mas tudo era levado numa boa.

Já no governo do Costa e Silva, dizem que um dia ele visitou as obras do metrô, em Sampa. E quando voltou, a Brasília, chamou os ministros e mandou que eles descobrissem que empresa era a tal Emobras, que tinha placas em todos os cantos da obra do metrô. Os ministros se retiraram e logo um deles voltou e falou para o Costa e Silva:

– Presidente, as placas que o senhor leu não são Emobras, são placas de aviso: “Em Obras”.

É claro que não passou de uma brincadeira. Mas o pingado e a cocada, são verídicos. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460