Opinião

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Doses de Brasis nas telas do cinema Drive-in em Roraima

Éder Santos*

 

O dia do Cinema Brasileiro é duplamente comemorado: no dia 19 de junho e no dia cinco de novembro. A primeira data é reconhecida pela Agência Nacional de Cinema (ANCINE) em alusão ao dia em que o cinegrafista Afonso Segreto registrou as primeiras imagens em movimento no território brasileiro, no ano de 1898. Dois anos antes, no mês de novembro, no Rio de Janeiro, foram projetados oito pequenos filmes, fato que motivou outras pessoas a comemorarem o dia do cinema no dia cinco de novembro.

Controvérsias à parte, o cinema nacional é orgulho para quem conhece os dramas da história da indústria cinematográfica brasileira, com seus altos e baixos. O professor Arthur Sá Neto, em sua tese intitulada: “O pensamento industrial cinematográfico brasileiro” (2004), já sinalizava que o estudo da arte cinematográfica é impossível sem consideramos a dimensão industrial. E esta indústria do cinema nacional sempre esteve em transe ao longo de sua existência.

Desde as iniciativas institucionais da era Vargas, limitadas à propaganda e ao didatismo; passando pelo regime militar com a alienação da pornochanchada; a contribuição do cinema crítico – leia-se o Cinema Novo; a frieza da era Collor que extinguiu  a Embrafilme; chegando à retomada do cinema em meados dos anos de 1990, até os dias atuais, quando as políticas culturas sofrem com outro regime conservador – o cinema que chega às telas alternativas ou comerciais é uma arte que resiste e que precisa ser valorizada pelo público.

Não é fácil para cineastas e produtores nacionais driblarem a falta de incentivo e a escassez de espaços para exibição. Contribuição contemporânea decisiva para a afirmação das “maiorias minorizadas” na sétima arte vem do Cinema Negro, movimento que tem em sua dimensão pedagógica e telúrica, a força imagética do íbero-ásio-afro-ameríndio na desconstrução do cinema de alienação, como preceitua o professor e antropólogo, Celso Luiz Prudente.

E por quê prestigiar o cinema nacional? O corte recente em mais de 40% do Fundo Setorial Audiovisual enfraquece um setor que movimenta R$ 20 bilhões ao ano e que gera mais de 400 mil empregos. O longa Marighella (2019), de Wagner Moura, que enfrentou a burocracia da ANCINE, adiando várias vezes a estreia no Brasil fez com que a classe artística suspeitasse de censura – um exemplo de retrocesso nas políticas públicas no Brasil de 2021. O filme foi exibido nos principais festivais de cinema no mundo, sendo aplaudido no Festival de Berlim. E também ocupou os pequenos cineclubes em exibições de sucesso com público e crítica qualificados, notadamente, os movimentos sociais e populares.

Neste contexto, a Mostra Sesc de Cinema – Panorama Brasil – tem proporcionado em todo a unidades da entidade um mosaico da diversidade sociocultural do nosso país. As telas do cinema autoral, por meio dos curtas-metragens, são espelhos que permitem vislumbrar os dramas, as conquistas, amores e os desafetos da vida concreta brasileira. São muitos Brasis reunidos em um projeto inovador que ocupa um espaço importante no incentivo ao cinema independente. Tal fomento é exemplo de promoção cultural, uma prática histórica do SESC em todo o Brasil. Em Roraima não é diferente.

E a Amazônia? Nas exibições proporcionadas pelo SESC em Roraima, a Amazônia fez-se representada com a imagem positiva daqueles que atualmente sofrem o maior ataque, desde a escravidão em seus territórios: os indígenas. As sessões gratuitas da Mostra do Sesc, em sua quarta edição foram realizadas no sistema Drive-In, em frente à sede administrativa do Sesc/Senac, no centro de Boa Vista. Oportunizou a exibição de obras de todo o Brasil compondo um espaço de reflexão e apreciação audiovisual ao ar livre.

As sessões foram marcadas com exibições musicais, com destaque para o quarteto “Fusion Jazz”, grupo musical instrumental de jazz local. Uma experiência sonora sublime e ao mesmo tempo monumental pela qualidade técnica que marca as apresentações do grupo. Um mergulho musical irretocável, que tem na perspectiva da composição do contra-baixo seus solos, tappings, slaps e pizzicatos, traços afros de Charles Mingus, Jaco Pastorius, Speranza Spalding ou ainda de John Patitucci, lembrando a colossal Chick Corea Elektric Band e a Dave Weckl Band.

O curta produzido na Raposa Serra do Sol, “Maikan – A Terra da Raposa” (Éder Santos e Enoque Raposo), abriu as exibições em Roraima, com a potência imagética do território preservado há milênios por seus habitantes no extremo norte do Brasil. Tradição e tradução. Hoje, a Raposa é exemplo de etnoturismo para o país. Roraima também brilhou com o curta “A inacreditável história do milho gigante”, de Aldenor Pimentel, animação premiada em outros festivais, considerando as possibilidades metafóricas da crítica social autoral.

O curta “A tradicional família brasileira Katu”, de Rodrigo de Sena, traz o indígena Potiguar, habitante de áreas do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco para o primeiro plano da cena social. É o xamã quem ensina, nas margens dos rios, que a violência física e cultural não podem roubar a ontologia do indígena na sua relação com a natureza. Aulas de brasilidade. Doses de Brasis. Espaços de imagem e som que orgulham sua gente.

* Jornalista, sociólogo e documentarista, realizador do Filme Maikan – A Terra da Raposa, dirigido em parceria com a liderança indígena Macuxi, Enoque Raposo (RR).

Transforme sempre

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Transforme seus momentos difíceis em oportunidade. Seja criativo (a), buscando alternativas e apresentando soluções ao invés de problemas, veja o lado positivo das coisas e assim você tornará seu otimismo uma realidade”. (Aristóteles Onassis)

Estamos iniciando mais um fim. Apenas final de ano. O que nos mantém alegres e felizes. É mais um período que se vai, dando lugar para um novo que vai chegar. E quando comemoramos nem imaginamos se comemoramos a saída ou a chegada. Sempre nos despedimos do que c
hamamos de ano velho. Faça isso, mas com respeito ao velho que nos deu tanta alegria. Tudo bem, vamos viver o mês que chega, com carinho e atividades positivas para a despedia.

As dificuldades sempre estiveram presentes na evolução. Já sabemos que nada cai do céu. Até mesmo quando subimos da terra, na verdade estamos caindo no espaço. Mas vamos parar de brincar com coisas sérias e levá-las a sério. E quando entendemos a vida, a vivemos como ela deve ser vivida. Mas é uma tarefa muito difícil de ser entendida. E por isso é difícil de ser vivida. Mas vamos vivê-la. É muito simples. É só não se preocupar com o que não mereça nossa preocupação. E o que é bom não causa preocupação.

Vamos ver sempre o lado positivo das coisas. A caminhada da vida só é cansativa para quem não sabe caminhar. Somos todos astronautas da vida e não damos atenção a isso. Ainda no início do século vinte o Gibran Khalil nos disse que devemos prestar atenção ao fato de que no dia do nosso aniversário nós estamos completando mais uma volta em volta do Sol. Afinal, estamos todos no espaço, viajando numa nave chamada Terra, em volta do Sol. E no dia do nosso aniversário completamos mais uma volta. Lembre-se disso no dia do seu aniversário e sinta-se no que você realmente é. Procure ser sempre o melhor que você puder ser. E você sempre pode ser melhor do que o melhor que você já foi.

Torne seu otimismo positivo. Não permita que ele seja abatido pelo pessimismo que não levará você a lugar nenhum. Há sempre uma maneira de se sair do fundo do poço. É só acreditar, tentar e sair. O Henry Ford já nos disse: “Se você acha que pode, você está certo. Se acha que não pode, está igualmente certo”. Tudo vai depender do que você pensa em relação a você. Nunca baixe sua cabeça para ninguém. Mas não seja arrogante, apenas positivo. Não perca seu tempo olhando para o bico do seu sapato. Levante a cabeça, seja qual for o problema, e o enfrente. Você pode, se achar que pode. E todo seu poder está na sua mente. E seu instrumento maior é seu subconsciente. Mantenha contato permanente com ele. Pense isso.

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