Opinião

Opiniao 12928

Crise migratória em Roraima

Marlene de Andrade

  

“Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.” (Gálatas 6:8)   

  

  

Pacaraima era tranquila e hoje se tornou um local perigosíssimo para os moradores daquela cidade atraente, inclusive pelo seu clima bastante ameno. E agora mais essa, um cidadão de bem, além de ser assaltado foi barbaramente assassinado por um venezuelano com arma branca. Aonde iremos parar com tamanha e incrível crueldade dessa migração desordenada, a qual vem se tornando tão violenta, principalmente no BV 8?  

Roraima não tem estrutura para continuar recebendo imigrantes venezuelanos, mas o pior é que o número deles só vem aumentando. É preciso que percebamos que em nosso estado, a criminalidade vem avolumando cada vez mais. As autoridades têm que fazer algo para organizar essa avalanche de pessoas que entram no Brasil, visto que muitas delas são bandidos perigosos.  

Evidentemente, que temos que ser generosos com aqueles que sofrem, mas não há mais suporte para aguentar tanta gente entrando em nosso país, a não ser que fosse realizado, aqui dentro do Brasil, um trabalho, o qual treinasse os imigrantes numa profissão e os ajudassem abrir seus próprios negócios, em vez de ficar oferecendo somente ajuda de custo. Aliás, esse projeto deveria ser também expandido para os brasileiros.   

A imigração venezuelana no Brasil foi motivada por conta do caos político, econômico e institucional, no qual a Venezuela vive nos dias atuais. O sistema de esquerda, que assumiu o poder daquele país, faz com que o povo não consiga suportar as atrocidades cometidas pelos mandatários daquela ditadura e por isso buscam outros locais para viver. Porém, não podemos aceitar que a criminalidade aumente em Roraima por causa de venezuelanos que aqui chegam totalmente desestruturados. Evidentemente, que muitos deles são honestos e trabalhadores, mas infelizmente já existem até facções daquele país, espalhadas em nosso Estado e isso precisa ter um fim. Além do mais, o número de nascimento de pais imigrantes cresce a cada dia mais e aí, o que vai ser dessas crianças?  

É verdade que a população venezuelana, em seu país, vive numa constante situação de risco, humilhação e ultraje. Porém, devemos entender que não dá mais para o Estado de Roraima suportar tantas pessoas que aqui chegam sem que as autoridades saibam quem são esses imigrantes. Alguma coisa tem que ser feita sim, para ajudá-los, porém dentro de um contexto que os permitam se organizarem nos padrões do viver bem em sociedade, almejando sempre as perspectivas de um porvir melhor.  

  

Marlene de Andrade  

Título de Especialista em Medicina do Trabalho-ANAMT  

Técnica de Segurança do Trabalho-Senai/IEL  

 

Adeus, Manduca

Walber Aguiar*

As pequenas coisas, no geral, são as de maior significado

 

E lá vinha ele em sua monark. E lá vinha ele montado na simplicidade e na simpatia inconfundível. Gente da mais fina estirpe, um caboco cheio de firmeza, galhardia e fé. Assim era seu “Manduca”, um chefe sério e brincalhão, sóbrio e bonachão, menino e homem da mais profunda competência, lealdade e dom de aconselhar.

Ali, naquele salão da oficina da Imprensa oficial, aconteceram coisas inimagináveis, sob os auspícios do “seu Manduca”. Milamar e Mário Gil, Cabeça e Jessé, Chaguinha e José Artegnan, além de “Camelo” e “Calouro”, Paulo Pitu e Chicão. Ali, naquele espaço lúdico, todos batiam uma bolinha de papel, acompanhados de longe pelo chefe da oficina, que de vez em quando se aventurava a fazer uns pezinhos com o objeto redondo de papel que deslizava no peito e no pé dos craques da oficina. Ainda lembro do dia em que chutei a bola no quadro de Ottomar de Souza Pinto, vindo este a espatifar-se completamente no chão cinzento do parque gráfico. Todos correram, enquanto “mão branca”, o diretor,  acompanhava a tudo com um olhar de enorme reprovação. Seu “Manduca” ainda quis consertar a situação, mas os cacos da molecagem não podiam ser colados àquela altura.

Manuel Rocha dos Santos era chefe com decreto, um homem que pegava nas mãos do aprendiz quando se tratava de ensinar a arte da tipografia, da distribuição, dos nomes que constavam no manual do tipógrafo, de Antônio Neto e Fausto “Dídimo”, passado aos mais novos artífices da elaboração e arte gráfica.

Almir, Val, Chiquinho e Solismar faziam parte daquela turma, acompanhada de perto pela grandeza e sabedoria de “Manduca”. O simples caboco amazônida, que tinha a seu lado a guerreira Cleonice Andrade, mulher de fibra e graça, que dispensou ao pequeno funcionário público um amor cuidadoso até quase os cem anos de idade. Até Pablo Sérgio fez parte da história desse menino homem, que amava andar de bicicleta, pescar, “jogar conversa fora e brincar com todos, “tirando a pagode” qualquer um que viesse de gozação pra cima dele.

Assim era Manuel Rocha dos Santos, uma rocha no caráter, um caimbé na resistência. Lembro que um dia um gaiato trocou as letras do nome do governador, nos anos 80. Em vez de Ottomar lia -se Totomar, no dia em que o chefe do executivo visitaria o novo prédio da Imprensa Oficial. Foi um corre corre, até seu “Manduca” estava com a borracha na mão apagando o erro proposital de um moleque que não tinha o que fazer.

Agora seu “Manduca” vai pescar matrinxãs na eternidade, encontrar Mário do Violão, conversar com o Eterno e nos esperar com o manual da grandeza e da sobriedade, da simplicidade e do ser bonachão que era. Vai, meu chefe, vai pedalar sua velha monark no infinito, onde não há choro, nem pranto nem dor. Um dia construiremos a alegria
da imensidão, com os tipos da velha tipografia celestial. Um abraço…

*Advogado, aprendiz de tipógrafo, poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de Letras

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Seja sério no riso

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Para que levar a vida tão sério, se a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos”. (Bob Marley)

Por que ficar procurando aborrecimentos durante o dia? Procure viver os momentos mais agradáveis durante todo o dia. Afinal de contas nós só vivemos o dia de hoje. Ontem já vivemos, amanhã viveremos. Então vamos juntar bons momentos, hoje, para brincar com eles amanhã. Simples pra dedéu. Nada de ranzinzice. O que nos aconselha a não ficar dando atenção nem importância, ao que não valha. Não sei como será seu dia hoje, mesmo porque tudo depende de você. Então viva o dia como ele deve ser vivido.

Sempre que falamos neste assunto, alguém torce o nariz. Mas isso é uma tolice do tamanho do tempo. E o assunto é o relacionamento das pessoas com as pessoas, independentemente do local, da amizade, seja lá o que for. O importante é que nos respeitemos como seres racionais. O que fica difícil, quando não sabemos quem realmente somos. Como é que queremos conhecer alguém quando não nos conhecemos a nós mesmos? E quando nos conhecemos não há como não respeitar o outro. Porque se nos conhecemos, sabemos que somos todos iguais nas diferenças.

Esse aparente blá-blá-blá é o indicativo para as relações humanas. E esta tem que estar onde estivermos. Lembre-se, já lhe falei, recentemente, da fala do Emerson: “Você é tão pobre ou tão rico quanto o seu vizinho. Senão não seria vizinho dele”. Quando nos atentamos para essa verdade, somos iguais, respeitando as diferenças. E quando respeitamos, não vilipendiamos. E só quando entendermos isso acabaremos com o ridículo a que estamos assistindo, nos preconceitos.

Seja dono do seu destino. Mas primeiro terá que se preparar para isso. E inicie a tarefa acreditando que ninguém, além de você mesmo, tem o poder de fazer isso por você. Nunca permita que ninguém lhe diga o que você deve ser. Seu futuro vai depender do valor que você se der hoje. Você é que vai dar a você mesmo, o valor que merece. Vamos repetir uma do Bob Marley, que usei, aqui, bem recentemente: “Não viva para que sua presença seja notada, mas para que sua falta seja sentida”. E ninguém irá sentir falta de você, se você não valorizou sua presença.

Tudo bem, numa boa. Ame para ser amado. Nada de perder tempo. Porque quando somos felizes não há por que perder tempo. O tempo só passa para quem não vive. Porque na verdade, ele, o tempo, está levando você. E se está levando não está passando. No dia do seu aniversário lembre-se de que nesse dia você está completando mais uma volta, em volta do Sol. Somos todos astronautas da vida, e não sabemos. Pense nisso.

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