Parabólica

Parabolica 01 03 2019 7773

Bom dia,

Os números divulgados pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2018 deveriam ser mais bem discutidos e refletidos pelos brasileiros, que nesses tempos de lixo em redes sociais adoram debater sobre políticas de gênero, comportamentos individuais, fofoquinhas de segunda classe, entre outros enjoativos penduricalhos de mediocridade nacional. As discussões mais sérias, felizmente, já tocam em pontos fundamentais da vida nacional que é essa necessidade dos brasileiros e das brasileiras enfrentarem algumas reformas, e, entre elas, a da Previdência Social.

De qualquer forma, quase ninguém se assusta quando os números mostram que o crescimento da riqueza produzida no Brasil, o chamado PIB, patinou em 2018 com crescimento ridículo de 1,1%, tão pequeno que nem sequer foi capaz de melhorar os índices de desemprego que hoje se situam imoralmente na faixa dos 12%. É um dos menores crescimentos de economias nacionais do mundo. Na América Latina, só ganhamos mesmo da destroçada Venezuela de Nicolás Maduro e seus generais. Estamos tão mal que este PIB/2018 de R$ 6,8 trilhões é menor, corrigida a inflação, que aquele conseguido pelos brasileiros em 2012. Do ponto de vista do PIB per capita, estamos crescendo para baixo, tipo rabo de cavalo.

Quem está um pouquinho mais por dentro desses números divulgados pelo IBGE, fica ainda mais desalentado quando olha para o futuro do País. Quem puxou este fraco crescimento da economia brasileira ano passado foi o setor de serviços, de baixa qualificação. Já faz algumas décadas, o Brasil vem se desindustrializando, o que significa perda de produtividade e um aumento da dependência externa do País. O mais assustador disso é que, envolvido com sua crise moral e política, o País está sem qualquer política para enfrentar essa perda de qualidade na geração de nossas riquezas. Até quando?

MULTAS 1

Durante a campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se dizia indignado com a indústria de multas ambientais que nalguns casos alcançavam valores impagáveis e imorais. É claro, o novo governo ainda tem um aparelho estatal dominado por ambientalistas que criaram essa indústria de multas e outra indústria fortíssima que gera muita grana para os chamados “analistas ambientais”. Vai demorar muito tempo para que o novo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, possa fazer as mudanças em sua equipe que possam implementar uma nova mentalidade nos órgãos públicos federais envolvidos com o setor.

MULTAS 2

O ministro Ricardo Salles deveria, por exemplo, ter conhecimento sobre uma relação a que a Parabólica teve acesso em que constam multas aplicadas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) local contra produtores do Estado acusados de crimes ambientais. Por estranha coincidência, na relação estão quase todos os produtores de arroz irrigado que lutaram contra o governo federal por ocasião de suas expulsões das propriedades que tinham na região da Raposa/Serra do Sol. Somadas essas multas, atualizadas, passam dos R$ 120 milhões, o que, se a cobrança for concretizada, vai levar à falência todos esses produtores. O pior é que essas multas já estão em processo de cobrança judicial.

FEIJÃO

Infelizmente, Roraima, que já virou Estado faz mais de 30 anos, ainda não tem estatísticas confiáveis. Por aqui, o que prevalece é o achismo sem qualquer base numérica ou científica. Inflação em Roraima que ninguém tem informação de quanto é, embora todos a sintamos no bolso. Uma dona de casa, que é leitora da Parabólica, mandou uma mensagem dizendo-se alarmada com o aumento exponencial do preço do feijão nos supermercados boa-vistenses. “No começo de janeiro deste ano, eu comprava o quilo com preço situado ao derredor de três reais na maioria dos supermercados. Hoje, o preço do feijão da mesma qualidade não sai por menos de sete reais por quilo. Nalguns casos, já passa de oito reais”, disse a leitora. Tem razão.

CUIM

E por falar em preço, os criadores de frangos, galinhas caipiras e porcos, e que por motivo de economia, produzem sua própria ração, andam assustados com o aumento do preço do cuim, um subproduto do arroz, que entra na composição da ração. Até o meio do ano passado, a saca de 30 kg de cuim podia ser comprada por R$ 12, na maioria das indústrias locais. Hoje, nas usinas que vendem mais barato, a saca do cuim custa simplesmente o dobro do preço, isto é, R$ 24. Isto equivale ao mesmo preço por quilo do milho. Como entender?

IMPRENSA

Ontem, quinta-feira (28.02), o presidente Jair Bolsonaro chamou toda a imprensa nacional credenciada no Palácio do Planalto para uma reunião. Confessou que daqui para frente vai utilizar menos redes sociais e muito mais da imprensa tradicional para se comunicar com a população brasileira. Parece que o presidente está ouvindo também mais o seu porta-voz, o general Otávio Santana do Rêgo Barros, que sabe que redes sociais são essencialmente versões muitas vezes sem credibilidade. Rêgo Barros sempre disse respeitar o papel da imprensa profissional na formação da opinião pública.

É CARNAVAL

E apesar da frustração com o crescimento ridículo da economia brasileira ano passado, os brasileiros e as brasileiras começaram a curtir o carnaval, nalgumas cidades, desde o começo da semana. Nas empresas privadas, ainda se trabalha hoje e segunda-feira, mas o governo em todos os níveis só volta depois do meio-dia da Quarta-feira de Cinzas. Tomara que, pelo menos, tudo seja feito em paz.