Parabólica

Parabolica 21 01 2020 9649

Bom dia,

A cena é a mesma, faz muito tempo. Ontem, segunda-feira (20.01), enquanto os órgãos públicos, em sua esmagadora maioria, estiveram sem funcionar, a quase totalidade das empresas privadas estavam de portas abertas, funcionando normalmente, especialmente pela manhã. Enquanto os servidores públicos feriam, os empresários e os trabalhadores da iniciativa privada precisam produzir para pagar impostos necessários para o pagamento do ócio chapa-branca. As empresas precisam faturar para pagar seus compromissos com fornecedores e arranjar dinheiro para pagar o salário de seus trabalhadores; e que contados desde o final de dezembro e início deste mês de janeiro chega uma folha e meia (salários de dezembro e metade do 13º Salário).

O movimento da economia em janeiro é normalmente bem menor quando comparado a dezembro, pela fadiga do consumidor depois das compras de final de ano e dos compromissos de impostos e taxas que aparecem todo começo de ano. Por conta disso, mesmo pagando salário dobrado, os empresários decidem abrir nos feriados para evitar uma queda maior de seu faturamento. Os políticos não sabem disso. Seus gordos salários são depositados até quando estão de recesso; e muitos deles sem complementação por vias transversas (propina), por isso criam feriados por qualquer motivo, mesmo religioso, num país constitucionalmente laico. Que fazer?

ASSALTO

Ontem, enquanto as repartições públicas estavam fechadas, inclusive algumas unidades policiais, uma auxiliar de limpeza de uma empresa privada localizada no Centro de Boa Vista – região bastante movimentada – foi depositar o lixo da empresa numa lixeira externa e quando atendeu ao telefone celular dois assaltantes transportados por uma motocicleta a abordaram anunciando um assalto. Enquanto um apontava um revólver para sua cabeça, o outro tomou-lhe o aparelho das mãos e foram embora em alta velocidade. Esta é a triste realidade da população boa-vistense: enquanto policiais brigam entre si e as unidades policiais estão feriando, as pessoas que precisam trabalhar estão a mercê dos larápios que infestam a capital roraimense.

ARROMBAMENTOS

A situação não é diferente dos fiéis católicos de algumas igrejas situadas em bairros centrais de Boa Vista. Em quase todas as igrejas é comum ouvir o relato de proprietários de veículos que os estacionam para assistir às missas e quando retornam os encontram arrombados, com objetos eventualmente deixados no interior deles surrupiados pelos larápios. Alguns párocos, além de orientar os fiéis a não deixarem nada no interior dos veículos estacionados em área externa aos templos, para minimizar os arrombamentos também têm mantido pessoas vigiando os veículos nos estacionamentos internos, apesar de eles não comportarem a totalidade dos frequentadores proprietários de carros.

CONVITE

O ministro da Defesa, o general de Exército Fernando de Azevedo e Silva, já mandou expedir os convites para a passagem de cargo de Comandante a Força-Tarefa Logística Humanitária, do general de Divisão Eduardo Pazuello para o general de Divisão Antônio Manoel de Barros. A solenidade está marcada para a próxima quinta-feira (23.01), às 10h da manhã, no auditório do Centro de Atividades de Fronteiras (CAF), da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Pelo que dá a entender o conteúdo do convite, o próprio ministro da Defesa deverá presidir a cerimônia, o que denota, mais uma vez, a importância que esta missão representa para as organizações militares.  

DE FORA

Sobre os comentários feitos aqui na Coluna sobre a contratação de empresas do Amazonas com órgãos públicos locais, um empresário –vamos omitir a identidade por razões óbvias – trouxe para exemplificar a veracidade de nossas fontes. “E essa prática nefasta não acontece só com órgãos públicos. Empresas de fora, quando precisam contratar fornecedores de serviço, vão buscar, não só em Manaus, mas em outros centros mais longínquos, como o Rio de Janeiro, empresas também de fora. Tudo isso é um crime de lesa-Roraima patrocinado por muitos políticos e administradores locais que não têm o menor interesse que o estado se desenvolva.

EXEMPLO

A Parabólica decide contar uma história para dizer que existe muita diferença entre os políticos e governantes: numas das vezes que governou o estado do Amazonas, o governador Amazonino Mendes ficou aborrecido quando descobriu as indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM) compravam de São Paulo toda a embalagem de seus produtos e mandava imprimir nas gráficas paulistas todos os manuais dos produtos ali produzidos. Amazonino não perdeu tempo. Chamou os dirigentes das empresas instaladas no Distrito Industrial de Manaus e deu um recado curto e grosso: se dentro de seis meses as indústrias do PIM não passassem a comprar embalagens e manuais impressos por empresas locais, o governo estadual cortaria todos os incentivos dessas indústrias. Resultado? Manaus tem hoje um poderoso parque de indústria de embalagens e uma também vigorosa indústria gráfica.