Parabólica

Parabolica 22 10 2018 7115

Bom dia,

A primeira edição da Folha de Boa Vista circulou no dia 21 de outubro de 1983, quando Roraima ainda era Território Federal. Fez ontem, domingo, exatos 35 anos de circulação ininterrupta, uma trajetória inédita na imprensa de Roraima. Temos orgulho de ser, em certa medida, uma instituição registradora, e ao mesmo tempo, protagonista nessas três décadas e meia da história do estado. Não foi uma caminhada fácil, tivemos que enfrentar o poder econômico, financiado com dinheiro da corrupção, e não foram raras as vezes que efêmeros ocupantes do poder tentaram calar nossa voz.

Conseguimos vencer quase todos eles, e aquela ideia original de um grupo de jornalistas idealistas, que um dia decidiu criar um jornal independente, pela primeira vez na história de Roraima, frutificou. Do jornal, nasceram filhotes que transformaram uma editora jornalística num Grupo de Comunicação, sem nunca perder a natureza de empresa familiar. Primeiro, em decorrência das profundas transformações das comunicações, principalmente por conta da internet foi criada a Folha Web, a versão eletrônica do jornal. Como seu irmão mais velho – edição impressa –, a edição eletrônica da Folha já nasceu liderando o mercado local, e assim tem permanecido com o dobro de acessos do mais próximo concorrente.

Depois veio a Rádio Folha, uma emissora que também completou ontem, 15 anos de transmissão sem interrupção. Enfrentamos o desafio de conseguir audiência através de uma emissora AM (Amplitude Modulada), que como todos sabem sofre a interferência de tudo que é som emitido por redes elétricas, telefonia e outros. Conquistamos nosso espaço na radiodifusão roraimense com o apoio de ouvintes, sobretudo das classes mais pobres da população local, que decerto constitui a maioria da população deste estado, flagrantemente marcado pela concentração de riqueza.

Quando o governo brasileiro, obediente ao lobby de centenas de parlamentares proprietários de rádios – mesmo que a prática seja criminosa –, abriu mão de digitalizar as rádios AM/OM, que as tornariam muito superiores em alcance relativamente às FM, e abriu a possibilidade dessas rádios migrarem para Frequência Modulada, fomos uma das primeiras rádios do Brasil a requerer a migração. Foram seis anos desde então, onde o processo de migração da Rádio Folha sofreu retardamento intencional por forças políticas que todos em Roraima conhecem.

Embora a empresa tivesse pagado todos os custos da migração, e apresentado toda a documentação necessária, a tramitação do processo atravessou todos os dois governos de Dilma Rousseff (PT) e quase metade do governo tampão de Michel Temer (MDB), só chegou a bom termo por conta do apoio de parlamentares – entre os quais, por dever de justiça, o deputado federal Remídio Monai (PR) –, que sempre valorizaram a imprensa livre e sem vinculação partidária. Eles fizeram o governo entender que não fazia sentido prejudicar uma empresa familiar, por caprichos de políticos que parecem querer dominar o estado.

Foi assim, que ontem, também iniciamos a transmissão da Rádio Folha FM 100.3. Como todos os demais veículos do Grupo Folha de Comunicação, e em respeito à credibilidade que nos tem sido tributada por leitores, anunciantes e ouvintes, a nova emissora, que será a mais potente do estado, veio para servir a todos os roraimenses, aqui nascidos, ou que vieram para Roraima com o desejo de melhorar suas próprias vidas através do trabalho digno e honrado, e com isso construir uma sociedade próspera e mais justa. A Rádio Folha FM 100.3 vai estar a serviço da democracia, abrindo sempre que for necessário um canal para dar voz a todos, sem distinção de credo, posição ideológica, de gênero e de raça.

E como estamos falando de nossa história, e das conquistas que nossos leitores e ouvintes nos permitiram antecipar outra conquista que está prestes a acontecer. Até a primeira quinzena de novembro, o Grupo Folha de Comunicação estará colocando no ar, a Rádio Folha de Bonfim, também em Frequência Modulada (FM), uma emissora que vai acreditar no futuro daquele município fronteiriço com a República Cooperativista da Guiana. Ficamos felizes de poder dar boas notícias, quando quase todos só falam em crise. Nós continuamos a acreditar em Roraima e no seu povo.

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