Parabólica

Parabolica 23 01 2020 9661

Bom dia,

Ontem, dissemos neste espaço que o candidato Jair Bolsonaro (sem partido) não avaliara corretamente a resistência que encontraria para cumprir suas promessas de campanha. De qualquer forma, o exercício do poder tem efeito pedagógico e aos poucos vai ensinando o governante a governar sob pressão e que, por mais tenha absoluta convicção de suas ideias, tem de ceder quando essas pressões são legítimas, ou tenham fundamentos racionais.

AMAZÔNIA

Este é o caso da política ambiental do governo Bolsonaro em relação à Amazônia. Desde o começo, o presidente da República e seus ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foram precisos no diagnóstico, ao dizerem em claro e bom tom que a política ambiental dos governos passados sobre a Amazônia era ditada de fora para dentro; e que atendia aos interesses do regime internacional de meio ambiente e de direitos humanos. A tomada de braços importantes do Estado brasileiro por agentes desse ambientalismo internacional reagiu furiosamente à decisão de um novo olhar governamental sobre a região.

DESTRUIR

A reação desse aparato foi mais impactante por conta da falta de apresentação pelo governo Bolsonaro de uma proposta clara da nova política ambiental a ser proposta pelo governo. Logo, os adversários do governo instalado pelo voto popular passaram a acusar Bolsonaro e sua equipe de quererem destruir a Amazônia, entregando-a à sanha de grileiros, madeireiros e ao agronegócio. É claro, só poucos seguidores de Bolsonaro concordam com a exploração irracional da Amazônia, mas quase todos são unânimes na defesa de que a política de preservação da região tenha de levar em conta o bem-estar da população amazônica.

BANDEIRA

Embora muita gente acredite que esse ambientalismo extremado seja uma bandeira da esquerda após o fracasso do socialismo empírico –desmantelamento do regime soviético e de seus países satélites – na  verdade, os objetivos de evitar o aproveitamento dos recursos naturais de países da periferia é claramente do interesse do grande capital, que está convencido da insustentabilidade de manter suas margens de lucros, e do bem-estar das população dos países desenvolvidos, se a população mundial continuar a crescer e do crescimento do produto per capta da população que vive nos países pobres, detentores de abundante capital natural.

RESPOSTA

É nesse sentido que no recente – ainda não terminou – Fórum Econômico de Davos, a questão ambiental virou pauta importante. E o governo brasileiro percebeu isso. Para dar uma resposta oportuna e rápida à questão e para mostrar que o atual governo não tem a intenção de destruir a região, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a criação do Conselho da Amazônia, que será presidido pelo vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão. O novo órgão coordenará a propositura e execução de toda a ação dos órgãos federais para a região.

DEFINIÇÃO

A rapidez com que foi criado o Conselho da Amazônia e a indicação do vice-presidente para coordená-lo parece indicar que o governo Bolsonaro vai, finalmente, definir a política ambiental e de desenvolvimento para a região, que venha substituir com sucesso essa atual política de preservação, que seguramente vem sendo ditada de fora para dentro, sob a ótica do interesse dos países desenvolvidos.

MANUAL

A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Saúde (Sesau), enviou nota à imprensa orientando como os jornalistas devem se conduzir para conseguir informações do referido órgão. Segundo as orientações que buscam ‘facilitar o desenrolar dos trabalhos da assessoria’, o jornalista deve solicitar dados estatísticos com 48 horas de antecedência. Se o pedido for feito no final da tarde de sexta-feira, ou no fim de semana, só será atendido na segunda-feira, pois a assessoria não funciona nos finais de semana. A nota também afirma que as solicitações de entrevista devem ser encaminhadas com pelo menos um dia de antecedência, em razão da agenda de atividades dos especialistas e titulares de coordenação.

RÁPIDAS

Coisas da democracia tupiniquim: 513 deputados e 81 senadores eleitos pelo voto popular aprovam uma lei que cria o juiz de garantias. O presidente da República, eleito com mais de 56 milhões de votos, sanciona a lei. E um ministro sem qualquer voto popular suspende a vigência da lei. ### Em grupos de WhatsApp, a guerra entre delegados e outras categorias da Polícia Civil continua aumentando de tom. Tem gente que vaza as conversas entre o mesmo grupo e elas caem no domínio público. ### Será hoje, daqui a pouco, às 10h, no Centro de Atividades de Fronteira (CAF) da Universidade Federal de Roraima (UFRR), a troca de comando da Operação Acolhida. Sai o general de Divisão Eduardo Pazuello e assume o general de Divisão Antônio Manoel de Barros. ### Pode até dar errado, mas o ministro Paulo Guedes foi bastante convincente aos interlocutores no Fórum Econômico de Davos.