Parabólica

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Bom dia

Hoje é segunda-feira (25.01). Reiteradas vezes temos ouvido que o Brasil tem a melhor experiência mundial em vacinação em massa de sua população. É por isso  que assusta a todos nós as confusões geradas em todo o país por conta desses poucos mais de nove milhões de doses de vacinas – sete milhões de doses da Coronavac e dois milhões da de Oxford-, que com a necessidade de aplicação de duas doses reduz o alcance de apenas 4,5 milhões e meio de pessoas possíveis de alcançar o benefício nesta primeira etapa. E com um universo tão pequeno, e inacreditável, as denúncias de incúria, privilegiamento e demora com que se está vacinado este primeiro grupo, que é mínimo em relação população total do país.

Não bastasse as exageradas demonstrações midiáticas do recebimento das vacinas e das primeiras vacinações, os brasileiros e as brasileiras ainda têm de conviver com a incerteza quanto ao calendário, e mesmo, a continuidade do processo de vacinação do restante da população por conta da incerteza de quanto e quando, poderemos contar com vacinas suficientes para tanto. E neste quesito o desastre é total. O governo federal, até pela idas e vindas com que encarou o combate à pandemia, saiu atrás nas encomendas junto aos laboratórios que realmente produzem, ou a vacina, ou a matéria-prima necessária para produzi-la, por isso está no fim da fila. É um imbróglio, que neste momento, não parece de fácil resolução.

 AQUI

Nem mesmo o pessoal que está trabalhando diretamente com pacientes infectados com a Covid19, está encontrando condições para se vacinar. Na sexta-feira, 22, três médicos que estavam programados para receberem a primeira dose da vacina ao encontro da equipe de vacinação. Quando chegaram ao local, apenas um deles constava na lista em poder da equipe, e por isso apenas ele foi vacinado. Os outros dois -e um deles já idoso-, foram aconselhados a aguardarem ser chamados de novo. E nalguns casos, segundo fonte da Parabólica, alguns profissionais de saúde, inclusive, médicos só conseguiram se vacinar “no grito”, isto é, depois de exigir com veemência seu direito à vacinação. É o fim da picada.

CONTINGENCIAMENTO

A Lei Orçamentária Anual (LOA) do estado para o exercício fiscal de 2021 já foi sancionada pelo governador Antônio Denárium (sem partido) e publicada o Diário Oficial do Estado. Isto significa que ainda nesta semana o orçamento estará aberto para execução, mas no caso, do Poder Executivo, o governador deverá assinar decreto contingenciando quase um bilhão de reais das despesas autorizadas de R$ 4,1 bilhões, cerca de 18%. Ou seja, na prática, por enquanto, parte das verbas aprovadas para as unidades orçamentárias não pode ser empenhada. Esse cortes são provisórios e podem ser revistos caso as receitas demonstrem bom desempenho.

DECISÃO

A Defensoria Pública do Estado (DPE) encaminhou recomendação à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) para que o Teste de Aptidão Física (TAF), que faz parte do concurso para agente penais, seja suspenso. São 1.800 candidatos selecionados, que farão o teste divididos em três turmas de 600. A DPE, em resposta ao pedido de vários candidatos, entende que a realização do TAF agora pode servir como oportunidade para que vários deles possam se contaminar com a Covid19. Em entrevista, concedida ontem, à Radio Folha FM 100.3, o defensor-Geral, Stélio Dener, disse que hoje reúne os defensores para, possivelmente, ajuizar uma Ação Civil Pública caso a Sejuc não atenda a recomendação da DPE.

INFERNO ASTRAL

O ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, segundo parte da imprensa nacional vai começar a viver seu “inferno astral”. O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a abertura de um processo de apuração de responsabilidade contra Pazzuelo por conta da situação caótica da saúde em Manaus. Observadores de bastidores da política de Brasília dizem que o Centrão vai aproveitar da oportunidade, para pedir a Bolsonaro a cabeça do ministro logo depois da eleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. E já têm até o nome para substituí-lo: Ricardo Barros (PP), deputado federal, do Paraná, e que foi ministro da mesma pasta no governo do emedebista Michel Temer.

NEM TANTO

O senador Mecias de Jesus (Republicanos) fez circular pelas redes sociais vídeo onde informa que a Fundação Nacional do Índio (Funai), finalmente, entregou às lideranças dos índios Wamiri-Atroari o plano de impacto ambiental, traduzido para a língua daquela etnia, da construção do Linhão de Tucuruí. Muitos podem acreditar que em curto prazo teremos o início das obras, mas não é bem assim. Edson Damas, procurador de Justiça do Ministério Público do Estado (MPE), respeitado acadêmico em matéria de indigenismo e ambientalismo, disse ontem, em entrevista a Rádio Folha FM 100.3, que o governo federal levou três anos para produzir o documento, com mais de mil páginas, e não é razoável exigir que os indígenas consigam lê-lo, e decidirem em poucas semanas. “Eles precisam de tempo, no tempo deles”, disse Damas.