Parabólica

Parabolica 02 09 2019 8856

Bom dia,

Noutro dia, a Folha publicou uma matéria sobre denúncias de alguns pais que desconfiavam da existência de maus tratos a crianças numa creche privada, localizada no Centro de Boa Vista. Foi o suficiente para que alguns dirigentes da escola, com a ajuda de alguns pais irresponsáveis que não acompanham o comportamento dos filhos, iniciassem uma campanha por redes sociais, especialmente por grupos de WhatsApp tentando desqualificar o jornalismo de quase 40 anos da Folha, acusando o jornal de publicar Fakes News. Foi uma campanha sórdida, de quem pratica crime e não quer vê-los chegar ao conhecimento da população.

Pois bem, semana passada, por solicitação do Ministério Público Estadual (MPE) – que investigou a fundo o que se praticava naquela escola infantil –, a justiça estadual mandou fechá-la; e seguramente seus responsáveis deverão responder aos respectivos processos criminais por violência contra seres indefesos. Segundo as revelações do Ministério Público Estadual, há indícios de que crianças eram trancadas em ambientes escuros; e em seguidas torturadas psicologicamente. Ninguém pode avaliar, em toda a extensão, as sequelas que podem marcar por toda a vida essas crianças. 

Sinceramente, não nos dá qualquer alegria saber que as denúncias publicadas nas páginas da Folha restaram comprovadas pela investigação do MPE-RR. O fato foi tratado com toda responsabilidade possível, como sempre pautamos nossa linha editorial. De qualquer forma, resta a satisfação do jornal, e dos profissionais que o fazem, de ter contribuído, em parte, para que crianças inocentes não continuassem vítima de algozes cruéis. E tem sido assim, ao longo dos quase 40 anos de existência da Folha; enfrentando poderosos e bandidos que querem continuar suas práticas criminosas; usando o recurso de tentar desacreditar o jornalismo que praticamos.

BRONCA

De uma leitora que não quis ser identificada, recebemos e publicamos a seguinte mensagem, encaminhada via e-mail: “O Poder Judiciário custou R$ 93,7 bilhões em 2018. R$ 93,7 bilhões!!!!!! É 1,4% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. 1,4% do PIB! E pra que? Pra sentar em processo que pretende esperar caducar, julgar uma centena de habeas corpus de bandidos com urgência, com prioridade; soltar todo bandido que consegue pra usufruir em casa do fruto da roubalheira e legislar sempre que pode. Eles também têm uma adega maravilhosa e servem banquetes dignos de reis, que eles acreditam mesmo ser!”. Pode até haver exagero, mas o judiciário brasileiro bem que tem dado motivo para esse tipo de avaliação.

COMO SEMPRE

Já estamos em setembro, iniciando o terceiro quadrimestre da primeira quarta parte do mandato do atual governador do estado, Antonio Denarium (PSL). Movido pelo PSDB e pelo Democratas, ele está respondendo a dois processos de investigação por crimes de abuso de poder econômico na eleição de 2018. O tempo vai passando e sequer a Justiça Eleitoral conseguiu ouvir o restante das testemunhas de defesa do governador e de seu vice, todas pessoas conhecidíssimas no meio empresarial roraimense, com endereço certo e sabido por todo mundo. Alguém explica essa demora?

TALENTOS 1

O empresário e professor universitário Jaumar Pereira foi um potiguar que veio para Roraima para iniciar o plantio comercial de caju no estado, entre o final do Século XX e início deste Século XXI. Inconformado com o resultado de uma eleição no começo da primeira década deste início de século, ele resolveu vender tudo e voltar para seu Rio Grande do Norte. A um dos pouco amigos que fez por aqui, ele desabafou: “Vou tomar um bom vinho, ouvir pela última vez ‘La Cumparsita’ em solo roraimense e bater em retirada. Fiquei triste ao constatar que os leitores de Roraima não conseguem enxergar seus talentos. Em vez de reconhecê-los, se aliam aos picaretas para destruí-los”. E assim, fez.

TALENTOS 2

La Cumparsita, que tem mais de 100 anos de história, é um tango de um compositor uruguaio, Geraldo Matos Rodríguez, considerado um dos mais tocados do mundo em todos os tempos. E a lembrança dessa história do potiguar Jaumar Pereira vem à propósito das críticas que estão sendo feitas aos jovens empresários que tentam realizar a Roraima AgroShow, como parte das comemorações do início da colheita de soja da presente safra 2019-2020. Em vez de serem reconhecidos por tentarem mostrar que nem tudo está perdido em Roraima, tem gente que deseja criticar o governo estadual e tenta desqualificar o trabalho que esses jovens estão fazendo. É uma lástima.

AMAPÁ

Em entrevista concedida, ontem, domingo (01.09), ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, o secretário estadual de Justiça e Cidadania, André Fernandes, disse que o único estado brasileiro que utiliza o mesmo tipo de jornada de trabalho para agentes penitenciários (plantão de 24h por 96h de descanso) é o Amapá. Os demais utilizam a escala de 12h de trabalho por 36h de folga. O secretário reconheceu, porém, que a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda a jornada utilizada em Roraima (24h por 96h), que os deputados estaduais resolveram mudar.

SEM NOTÍCIA

Apesar do decreto presidencial que a considerou estratégica para o desenvolvimento e segurança nacional, a obra do Linhão de Tucuruí, que vai ligar o sistema energético de Roraima ao sistema nacional, ainda está sem data para iniciar. E por alguma razão, que se desconhece, ninguém do governo federal quer falar do assunto. O presidente Jair Bolsonaro chegou a reunir a bancada federal de Roraima e prometeu que ela seria iniciada antes determinar o primeiro semestre de 2019. A bancada federal continua otimista, não se sabe por quais razões.