Parabólica

Parabolica 03 07 2019 8488

Bom dia,

A princípio parece desvario, mas fontes da Parabólica garantem que tem gente apostando todas as fichas que isso pode acontecer. É o seguinte: estaria sendo preparado um ambiente de ingovernabilidade e de agravamento da situação socioeconômica, com reflexos especialmente na insegurança pública e na desarrumação absoluta no sistema público estadual de saúde, capazes de justificar uma intervenção federal total em Roraima, com afastamento do governador do estado e fechamento dos poderes estaduais constituídos. Um interventor, provavelmente militar, ficaria encarregado de resgatar a governabilidade do estado; e um mínimo de resgate de serviços públicos essenciais.

INÉRCIA

A justificativa para tanto seria a inércia da administração estadual, que após mais de meio ano, não conseguiu encaminhar soluções para os graves problemas do estado. E o argumento dos estrategistas dessa intervenção federal total está estribado na ineficácia dos governos locais (estadual e municipal) frente ao grave problema da migração de venezuelanos que a cada dia resta mais agravada pela falta de vontade política dos governos locais de enfrentar os problemas decorrentes dessa migração desenfreada; e pelo esgotamento das possibilidades da Operação Acolhida em receber os migrantes. O pano de fundo para tudo isso, parte do argumento de que um estado fronteiriço com um país, a Venezuela, em franco processo de desintegração, não pode ser tão mal administrado.

AMPARO

Essa possibilidade de intervenção federal total em Roraima, garante um especialista ouvido pela Parabólica, pode parecer um ato de extrema exceção, mas tem amparo legal quando se cruzam as normas constitucionais com a legislação de Segurança Nacional e de Faixa de Fronteira. Aliás, depois de quase 30 anos da promulgação da Constituição de 1988, o governo de Michel Temer (MDB) decretou intervenção na Segurança Pública do Rio de Janeiro; e após mais de 30 anos, o ex-presidente emedebista fez intervenção total, no dia 10 de dezembro de 2018, no governo estadual de Roraima, afastando a governadora Suely Campos, constitucionalmente eleita para exercer o mandato até 31.12.18.

ESTUPRO

E ninguém reclamou daquele estupro constitucional e de violência contra a legitimidade. A maioria até aplaudiu, afinal, Temer e seus correligionários locais, de alguma forma, quase explícita, “compraram” as consciências com o envio de R$ 225 milhões para pagar salários e contas atrasadas pela administração Suely Campos. Um episódio triste que vai envergonhar a história política de Roraima, algo muito parecido com aquele episódio envolvendo o ex-ministro Jarbas Passarinho, que para concordar com a edição do Ato Institucional Nº 5, disse ao final da reunião ministerial que resultou na assinatura daquele ato excepcional pelo presidente-general Costa e Silva: “Ás favas os escrúpulos da consciência”.

BOIADA 

“Porteira que passa um boi, passa uma boiada”, diz um velho adágio popular. Aquela malfadada intervenção federal no governo do estado de Roraima, sem qualquer reação de juristas, estudiosos, políticos e de intelectuais; é essa porteira pela qual pode passar este desvario de fazer uma intervenção total em Roraima nos próximos meses. Em tempo: para que os incautos não pensem que essa ideia é maluquice de nossos redatores, este assunto foi tratado indiretamente durante um convescote regado a boa cerveja e fartura de uísque, de boa qualidade.

ÚNICA

A Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV) gasta todos os meses mais de meio milhão de reais com o pagamento de despesas indenizadas aos vereadores que a compõem. Só nos primeiros cinco meses deste ano de 2019, foram gastos com estas despesas indenizadas cerca de R$ 2,75 milhões. Cada um, dos 20 vereadores, recebe em torno de R$ 28.300,00. Dissemos 20, porque a vereadora Aline Rezende foi a única que desde que reassumiu o mandato – ela foi secretária estadual de administração até dezembro passado –, não quis receber aquela verba. E fez isso sem qualquer alarde, apenas por questão de consciência.

LOBBY

Sobre uma nota divulgada aqui na Parabólica, dando conta de uma audiência com o ministro do Desenvolvimento Regional, feita em companhia do ex-senador Romero Jucá (MDB); o deputado federal Édio Vieira Lopes (PR) telefonou para nossa redação esclarecendo que uma das emendas, cuja liberação estava sendo solicitada – de recursos para construção de vicinais no município de Mucajaí, cuja primeira parcela já fora liberada – é de autoria de Jucá. Essa emenda é do orçamento de 2017, sendo normal que ex-parlamentares continuem trabalhando para liberar emendas das quais foram os autores.

REAGINDO

A Associação dos Povos Yanomami de Roraima não quer o major do Exército do Rio de Janeiro, Francisco Dias Nascimento Filho, nomeado para o cargo de Coordenador Distrital de Saúde. Em nota de protesto, os indígenas dizem que não foram consultados e que a coordenadora do SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), a indígena Silvia Waiãpi, é a responsável pela mudança. Os Yanomami querem manter o atual coordenador do DSEI Yanomami, Rousicler de Jesus Oliveira.

BITCOIN 

De acordo com o Coin Telegraph, Roraima lidera o ranking no Brasil de pesquisas sobre Bitcoin, estando à frente de estados como São Paulo. O interesse é justificado: O rendimento do bitcoin, a criptomoeda criada em 2008 e que ganhou popularidade a ponto de receber a alcunha de “moeda do futuro”, é significativo. A Atlas Quantum informou que quem investiu em Bitcon teve um ganho de 62,3% em 2018, índice que garantiu ao sistema a primeira colocação no item rentabilidade entre as opções listadas no Yubb, buscador online de investimentos.