Parabólica

Parabolica 06 04 2020 10024

Bom dia,

Hoje é segunda-feira e estamos iniciando mais uma semana com a mesma dúvida das últimas: onde a pandemia da Covid19 vai chegar? Quantas pessoas ele vai matar no Brasil? E em Roraima? Quando tempo teremos que manter o isolamento social para evitar que a enorme capacidade de propagação deste vírus desconhecido possa levar tantos infectados à rede hospitalar, que leve ao colapso das UTI’s nos vários estados brasileiros? Quanto tempo teremos que esperar por alguma boa notícia em matéria de terapêutica, que alivie todos, ou quase todos, da iminência da morte, nos casos mais graves da Covid19? São perguntas que os especialistas e as autoridades públicas respondem quase sempre com hipóteses e muita pouca precisão.  No campo das consequências trazidas pela pandemia estamos vivendo igualmente sob o mundo de incertezas, que só geram angústias, formando um cenário que só prenuncia crises. E se do ponto de vista médico só temos incertezas, nos outros aspectos da vida cotidiana e do futuro próximo, a história não é diferente. Para milhões de brasileiros e brasileiras o fantasma do desemprego e da fome é uma realidade que já chegou, que sequer a promessa de transferência de rendas mitigadora anunciada pelos agentes públicos da situação consegue chegar. Empresários têm apenas uma certeza: a situação é insustentável! Apenas, ninguém sabe por quanto tempo as atividades econômicas podem continuar neste nível minguante. Enfim, tenhamos coragem e determinação para enfrentar mais uma semana tateando na busca de uma saída para sair deste quadra tão difícil, sem paralelo na história moderna de civilização.

RECLAMAÇÃO Quem acompanha aqui em Roraima programas de rádio, comparticipação de ouvintes, tem a nítida impressão, que boa parte da população espera mais contundência das autoridades locais, estadual e municipal, no enfrentamento da Covid19. Não basta proibir funcionamento de empresas e ambulantes, é preciso criar alternativas para tornar menos dolorosa a tarefa de enfrentar a situação de pasmaceira, de desemprego e de fome que estamos atravessando. Nenhuma autoridade local, por exemplo, anunciou qualquer medida efetiva de transferência de renda mitigadora que possa complementar aquelas já definidas pelo governo federal. Até agora, os gestores locais, só anunciam medidas restritivas e estatísticas de infectados e mortos.

SEMEANDO Existe muita demonstração de oportunismo nesta quadra triste de enfrentamento da Covid19, no Brasil, e em Roraima não é diferente. As redes sociais estão infestadas de gente querendo aproveitar da situação para fazer pregação ideológica semeando, com o ódio próprio dos fanáticos, a contradição de interesses que é real, entre empresas e trabalhadores. Esta gente fanatizada ainda acredita na possibilidade de existência do Estado totalitário, que a experiência empírica demonstrou inviabilidade ainda antes do final do Século XX. No fundo, não existe empresas sem trabalhadores, como é impensável empregos sem a existência de empresas e empresários empregadores. Simples, assim.

ADIAMENTO Alguns políticos locais consultados pela Parabólica já falam abertamente na possibilidade de adiamento das eleições municipais, ainda previstas para o próximo 4 de outubro. O Progressistas, por exemplo, da deputado federal Hiran Gonçalves, tem defendido publicamente o adiamento, e até já entrou com pedido de liminar na justiça eleitoral para que os prazos do calendário eleitoral fossem adiados. Até agora, pelo menos, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), têm descartado a hipótese de adiamento do pelito. O que ainda não se sabe é o tipo de adiamento, inclusive, se os atuais mandatos de prefeitos e vereadores, serão esticados.

PESSOAL O deputado Federal, Hiran Gonçalves, que é médico e preside a Frente Parlamentar de Defesa da Saúde, da Câmara Federal, disse a Parabólica que pessoalmente é favorável ao adiamento das eleições municipais. Para ele o processo eleitoral envolve abraços, confraternização, convenções, reuniões, e conversas ao pé de ouvido. “Nós não temos máscaras -para o povo e para os profissionais de saúde-, não temos leitos de UTI suficientes, não temos luvas; e não sabemos até mesmo a forma eficiente de combater a Covid19. Como imaginar fazer um pleito nestas circunstâncias? Por isso, estou pessoalmente convencido de que o adiamento das eleições é um questão que deveria ser discutida”, disse.

MÁSCARAS O ex-deputado estadual Joaquim Ruiz enviou para a Parabólica um vídeo dando o exemplo de um município pernambucano onde existe um polo de confecção totalmente parado por determinação do governador daquele estado nordestino, e que poderia estar sendo utilizado para produzir máscaras, em vez de importá-las da China. “Aqui, eu estou sugerindo isso faz mais de um mês, para o governo e para as prefeituras, e até agora, as autoridades não tomaram qualquer iniciativa nesta direção”, disse. É verdade, dizemos nós.