Parabólica

Parabolica 06 09 2018 6876

Bom dia,

PESQUISA Uma leitora da Parabólica ligou para dizer que foi abordada, ontem (quarta-feira), via telefone, por uma pessoa que dizia estar fazendo uma suposta pesquisa de intenção de votos: “Pelo ruído, e sotaque da entrevistadora, tive a impressão que o telefonema partia de outra cidade. Ela queria saber minha opinião sobre a influência que poderia ter sobre meu voto um eventual apoio da prefeita Teresa Surita (MDB) e do senador Romero Jucá (MDB). Também fez três perguntas sobre a questão da migração de venezuelanos para Roraima, especialmente se eu atribuía a responsabilidade desse problema a algum político especificamente”, disse.

PATRIMÔNIO Na correspondência que encaminhou para a Folha, a Oliveira S.A., que comprou junto com a Atem – uma empresa dona de uma rede de postos em Roraima e no Amazonas –, a Boa Vista Energia, disse que o patrimônio da empresa comprada continuaria como da União Federal. Ora, se o patrimônio continuar de propriedade da União, como o consórcio comprador vai gerar e distribuir a energia, uma vez que só dispõe de duas ou três usinas termoelétricas, e nem um palmo de rede de transmissão – inclusive, estações rebaixadoras –, e de rede de distribuição, quase tudo patrimônio que veio – e ainda não pagos –, da Companhia Energética de Roraima (Cerr), ou da própria Boa Vista Energia.

PAGARÁ? Caso seja mesmo verdadeira a informação de que o patrimônio da Boa Vista Energia continuará como bens da União, e na hipótese, disso tudo vir a ser utilizado pelo consórcio, que agora é o concessionário único para gerar e distribuir energia elétrica para todo o estado, como ficará o pagamento por essa utilização? Por quanto tempo essa utilização vai continuar, e o que acontecerá depois com esse patrimônio bilionário? A cessão será feita graciosamente? Ou o consórcio comprará tal patrimônio, após alguns anos de uso do patrimônio?

OPERADORAS Todas essas perguntas têm uma razão, quando se sabe que já existem precedentes nesta matéria. Quando foram vendidas as estatais do setor de telecomunicações, no governo Fernando Henrique Cardoso, o patrimônio das estatais vendidas foi cedido em comodato para as empresas adquirentes, com promessa de que o compraria após 20 anos. Terminado esse prazo, o Tribunal de Contas da União (TCU) fez um minucioso levantamento do patrimônio que deveria ser pago pelas operadoras (são cinco ao todo), estimando-o em R$ 100 bilhões. Uma montanha de dinheiro que daria para revolucionar nossa educação.

DOAÇÃO Pois, como eles já não se escondem – só para lembrar os geniais versos do poeta paraibano Eduardo Alves da Costa –, tem gente no Senado Federal coletando assinaturas para dar regime de urgência a um Projeto de Lei, que modifica a Lei Geral de Telecomunicações. E sabem, nossos leitores, qual é o interesse nessa aprovação rápida, antes que termine o atual governo Michel Temer (MDB)? É que dentre os novos dispositivos foram incluídos alguns que, simplesmente doa aqueles R$ 100 bilhões às cinco gigantes que dominam o mercado de telefonia, fixa e móvel, do Brasil. Uma pergunta final: esses operadores no Senado Federal fariam esse trabalho de graça?

BOATOS E esta semana o subterrâneo das eleições locais está tomado por boatos de rompimento entre candidatos de uma mesma coligação, que ameaçam debandar – mesmo que isso não seja possível juridicamente –, como forma de protestar contra o tratamento que vêm recebendo da coligação. E a boataria não poupa sequer – como nos velhos tempos da Revista do Rádio, e sua famosa colunista Candinha – a vida pessoal e privada dos candidatos. Nada provado, mas tudo muito comentado.

COMO AQUI E esta vem diretamente do vizinho estado do Amazonas. Por lá, diz-se que uma empresa que cresceu tipo foguete, no setor aparentemente muito competitivo, pertence a um poderoso político amazonense, que governou o Estado faz pouco tempo. Esse mesmo político, que também é denunciado em alguns processos da Lava Jato, foi igualmente ministro nos governos petistas. Como aqui, eles são sempre os mesmos.

MUSEU Na onda, infelizmente muito triste, da destruição do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, consumido pelo fogo, no último domingo (02.09), a imprensa local lembrou que temos também o nosso museu: o Museu Integrado de Roraima (MIR). Construído na década de 80, do século passado, pelo ex-governador Ottomar Pinto, com utilização de madeira, sem tratamento adequado, o prédio sofreu infestação de cupins – situação comum na região amazônica devido à elevada umidade do ar –, e está, hoje, literalmente destruído.

MATERIAL  O que parece ser razoável é entender que D. João VI tenha adquirido junto a um traficante de escravos, naquele começo de Século XIX, uma construção onde foi utilizada muita madeira na confecção de suas estruturas, primeiro para servir de residência, e depois para abrigar o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. Mas, não parece compreensível é a opção de material (madeira sem tratamento) para a construção do Museu Integrado de Roraima, já no final do Século XX. 

PESQUISA Os comentaristas políticos de uma poderosa mídia da imprensa nacional já não conseguem esconder suas simpatias e antipatias dentro do atual cenário eleitoral. Chegam mesmo a atentar contra a lógica, expressa nos números das mais recentes pesquisas: não querem Bolsonaro (líder em todos os cenários) e preferem dizer que Fernando Haddad (PT) chegará ao segundo turno devido ao apoio de Lula. E, desprezam, o crescimento de Ciro Gomes (PDT), o maior entre as duas pesquisas feitas pelo IBOPE.