Parabólica

Parabolica 09 09 2019 8898

Bom dia,

No sábado à noite, no intervalo da transmissão que a Rádio Folha FM 100.3 realizava dentro do nosso stand montado no Parque de Exposições Dandãzinho e depois de conceder entrevista à emissora, o governador Antonio Denarium (PSL) reclamou da linha editorial da Folha; e especialmente da Parabólica. Entre outras coisas, Denarium afirmou que o jornal tem preferência em publicar fatos negativos sobre o estado, omitindo aquilo que de bom está acontecendo em Roraima. Citou que faz alguns dias, o governo promoveu uma solenidade para anunciar boas novidades, e que no dia seguinte a Coluna não citou essas coisas positivas.

Denarium lembrou que na oportunidade em que o governo estadual inaugurou a reforma de uma das alas de Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), a Parabólica não deu nenhuma nota; ao contrário, dois dias depois, a Folha deu como manchete estatísticas sobre a criminalidade em Roraima. É bom lembrar que essa reforma da penitenciária é financiada com recursos do Fundo Penitenciário Nacional (FPN), sob o comando de André Fernandes, o interventor federal no sistema penitenciário estadual, que virou secretário estadual de Justiça e Cidadania, vontade e conveniência do governador. Os que levaram o fuxico para o governador esquecerem, com certeza de má-fé, de dizer que a notícia dava conta de que Roraima era um dos 10 estados brasileiros onde houvera redução de homicídios. 

PREFERÊNCIA

Sobre essas reclamações é possível fazer algumas considerações, relevando que, como cidadão, sempre aceitamos críticas ao nosso jornalismo, mesmo que delas discordemos frontalmente. O governador de certo, nunca experimentou viver o cotidiano de uma redação, de órgãos verdadeiramente comprometidos com a sociedade na qual estão inseridos. Se tivesse, nalguma vez, essa oportunidade, seguramente saberia que os editores do jornal – na versão impressa, digital e da rádio – que é o nosso caso, estão menos preocupados em agradar poderosos de plantão, e muito mais focados naquilo que leitores e ouvintes querem ler e ouvir. Tem sempre preferência a notícia de interesse social e comum.

NÃO É NOVIDADE

De qualquer forma, os queixumes do atual governador não são uma novidade para o Grupo Folha. Quase todos os seus antecessores – exceção para nós honrosa do ex-governador Flamarion Portela, hoje nosso comentarista político – fizeram e disseram a mesma coisa nesses quase 36 anos de história da Folha e 15 anos de Rádio Folha. Alguns deles passaram da palavra à ação, financiando o aparecimento de jornais, rádios e televisões, com dinheiro desviado dos cofres públicos, numa tentativa, quase sempre infrutífera, de calar, especialmente a Folha. Quem acompanhou a história de Roraima nestas três últimas décadas, ainda lembra dessas tristes e impunes tentativas.

CONTINUA

E não se pense que tais tentativas de calar a imprensa livre são coisas do passado. A emergência das redes sociais e o território livre da internet têm sido utilizados às escâncaras pelos poderosos de plantão, e seus pseudo magos de comunicação, para difundir suas versões; e cantar em prosa e verso. Eles acreditam piamente que isso é o suficiente para torná-los bem avaliados pela opinião pública, mesmo que na ponta a população esteja longe de sentir o que eles desejam que ela sinta. Na verdade, o pressuposto é de que a população é um amontoado de idiotas, incapazes de separar o joio do trigo. Afinal, versão é versão. E nada mais.

“CATANDO”

De novo, quem conhece bem o trabalho na redação dos nossos veículos de comunicação sabe que todas as manhãs gastamos algumas poucas horas “catando” a possibilidade de dar boas notícias todos os dias. E quando alcançamos encontrar essas boas notícias procuramos dar a maior cobertura possível. Exemplo disso foi a cobertura total que o jornal e a Rádio Folha dedicaram à Roraima Agro Show, organizada por um grupo de dedicados empresários para mostrar aos locais e aos visitantes as possibilidades de Roraima. Embora com alguns poucos senões, a avaliação de nossos profissionais foi a de que valeu a pena.

FALTOU POVÃO

Aliás, quem esteve no Parque de Exposição Dandãzinho notou que faltou povão nos shows artísticos, apesar da qualidade dos artistas contratados. Mais uma vez, fica assinalado que ainda continuamos como economia do contracheque; e que a crise do desemprego; do aperto fiscal; e das compras e contratações com empresas de fora esvaziam o meio circulante no estado. O povão parece estar decididamente “liso”. Falta fazer circular renda no estado; e essa é uma lição que já deveria ter sido aprendida pelos governantes locais.

DE TODOS

Ah! Sim. Com ou sem razão, continua percebível para quem ouve os clamores das ruas, a ideia de que, para a população mais pobre, o atual governo precisa mostrar que governa para todos, não para uma minoria. E não se venha responsabilizar a imprensa por tal sentimento. O que falta, sem dúvida, são políticas públicas para enfrentar nossa realidade de um estado com mais de 33% da população vivendo abaixo da linha de pobreza.

APOIO

As forças de esquerda, quase sempre com o apoio da igreja católica, aproveitam a aglomeração de pessoas para assistir ao desfile de 7 de Setembro para protestar contra a ordem vigente. É só lembrar do “Grito dos Excluídos”. A novidade de sábado, na Avenida Ene Garcez, durante o desfile cívico militar, foi a presença de militantes de direita, que com cartazes de apoio a Bolsonaro e Moro pediam também apoio à recriação da União Democrática Nacional (UDN). Segundo o professor e sindicalista Luís Cláudio Silva, coordenador estadual da UDN, a receptividade da população foi muito boa.