Parabólica

Parabolica 11 06 2019 8361

Bom dia,

São dias difíceis viver no Brasil para quem tem um mínimo de visão crítica. Nas redes sociais é penoso ter de conviver com os hipócritas, cretinos e outras categorias de gente absolutamente abominável. É uma gente que nos conduz para a conclusão de que este país parece definitivamente ter entrado no caso do sem jeito. Essas redes sociais são reveladoras de que, infelizmente, nosso país está sendo dominado por uma maioria formada por imbecis malformados, desinformados e com nítida vertente de cretinice explícita.

POLICIAL

Desde semana passada, grande parte da imprensa tupiniquim deu ampla e total cobertura, para o imbróglio envolvendo a jogador de futebol Neymar Jr e uma desconhecida modelo que o acusa de tê-la estuprado num quarto de hotel em Paris, cidade onde ele mora e trabalha. Desde o começo parece ter ficado claro ser um caso de polícia de fácil elucidação. Apesar disso, a imprensa e as redes sociais exploraram até a exaustão o caso, que virou cansativo para quem no Brasil tem algo mais importante para fazer. É uma pena que num país com quase trinta milhões de brasileiros e brasileiras vivendo na, ou quase na miséria, gasta-se tanto tempo com um assunto policial e individual.

FULMINAR

E esta semana, para variar, começou com a revelação de conversas gravadas entre o ex-juiz Sérgio Moro, hoje um ministro da Justiça preocupado em combater a corrupção, como já o fazia nos tempos da magistratura, e membros do Ministério Público Federal do Paraná, principal palco da operação Lava Jato. Foi o suficiente para que a enorme legião de canalhas, espalhados nas redes sociais, e mesmo nas redações da imprensa tradicional, exultassem com a possibilidade de fulminar a Lava Jato, tendo como ponto de partida o questionamento da condenação do ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT).

RECONFIRMADA

Lula foi condenado, segundo eles e elas, para não ser eleito presidente da República, e foi só por isso. Pouco importa se contra ele foi juntado um imenso arsenal de provas, que vão desde o enriquecimento ilícito, recebimento de propina e conluio com políticos e empresários para roubar bilhões de dinheiro público. Pouco importa se ele teve a condenação exarada por um juiz, Sérgio Moro (no caso do triplex do Guarujá-SP), e depois teve confirmada a pena pelos desembargadores federais do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-04) e reconfirmada pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça. Pouco importa se Lula tenha sido também condenado por outra juíza federal, sem ligações com Moro.

PODEROSOS

Para esse mundo povoado por canalhas, não tem a menor importância se a Lava Jato mandou para a cadeia, em Curitiba e no Rio de Janeiro, mais de 200 corruptos, entre empresários, políticos, servidores públicos de estatais e tantos outros. Para eles e elas, o que importa é Lula livre. E entre essa canalhada que quer estancar a sangria provocada pela Lava a Jato estão os canalhas que ainda não foram alcançados pelos braços da lei. Eles estão esfregando as mãos de satisfação, torcendo para que a publicação desses áudios possa paralisar as investigações do Ministério Público Federal/Polícia Federal e intimidar a ação dos magistrados com coragem para enfrentar ladrões poderosos. É uma pena que essa gente abominável esteja conseguindo aprofundar ainda mais a crise moral e econômica que já afundou o Brasil na maior e mais longa recessão da história do país. 

REFORMA

Em 2017, o Congresso Nacional aprovou uma reforma política, cuja relatora foi a deputada federal roraimense Shéridan de Oliveira (PSDB), que entre suas melhores coisas estava o fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais a partir da eleição municipal de 2020. A mesma reforma estabeleceu uma cláusula de barreira, isto é, um mínimo de votos que cada partido deveria conseguir na eleição de 2018 para continuar a existir. Este último dispositivo fez com que vários partidos nanicos, verdadeiras siglas de aluguel, acabassem, ou fossem obrigados a fundir-se com outros. É o começo de uma assepsia necessária ao fortalecimento da democracia brasileira.

COLIGAÇÕES

A higienização da vida partidária brasileira tende a prosseguir nas eleições municipais do próximo ano devido à proibição atual de realização de coligações nas eleições proporcionais (vereadores) entre os partidos. Isso vai minimizar a possibilidade de candidatos com baixa votação serem eleitos devido ao coeficiente de votos da coligação. A atual regra está na mira dos políticos que querem modificá-la para voltar à mesma bandalheira anteriormente vigente.

NA MIRA

E para não fugir à velha regra de que os políticos resistem a melhorar as regras democráticas, o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, já anunciou que vai criar um grupo de estudo para elaborar uma nova reforma política para valer já a partir das eleições de 2020. E sabe qual é o ponto mais visado pelos políticos? Adivinhou quem pensou na volta das coligações na eleição proporcional. É isso mesmo! Os parlamentares vão voltar a permitir a eleição de candidatos sem votação expressiva, graças às coligações. 

RECUPERAÇÃO

O juiz titular da 1ª Vara da Fazenda Pública, da Comarca de Boa Vista, Luiz Alberto de Morais Jr, condenou o governo do estado, para cumprimento no prazo de 24 meses, a recuperar quatro parques aquáticos em Boa Vista. O pedido foi feito pelo Ministério Público Estadual. De fato, é uma omissão criminosa o abandono desses equipamentos públicos caríssimos, que apesar de terem sido construídos por motivação eleitoreira, podem prestar bons serviços à comunidade se bem administrados.