Parabólica

Parabolica 18 06 2019 8403

Bom dia,

Como tem acontecido nos últimos tempos, o Brasil começa a semana sob um cenário de uma aparente crise que não tem fim. O último lance veio com a demissão pública do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o economista Joaquim Levy. O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), poderia mandar demiti-lo com um simples telefonema ao ministro da Economia, Paulo Guedes, mas preferiu anunciar que não queria mais Levy numa entrevista pública. Entre outras coisas, Bolsonaro desconfiava que o ex-presidente do BNDES não estivesse apurando com o devido rigor as falcatruas feitas naquele banco durante os governos petistas. 

JUDICIALIZAÇÃO

Fontes bem confiáveis garantem que virão novidades num futuro bem próximo sobre o pagamento do chamado Crédito do Povo, que no atual governo não teve pagamento de qualquer parcela. À Parabólica, essas fontes informaram que nos próximos dias deverá ser dada entrada na justiça estadual local uma ação judicial coletiva para cobrar o pagamento das parcelas atrasadas, que só na administração de Antonio Denarium (PSL) já ultrapassam os R$ 21 milhões. O fundamento da ação é o de que existe toda uma legislação que instituiu o programa no estado desde a administração de Flamarion Portela. E nada foi revogado.

CONTENCIOSO

O pagamento das parcelas do Crédito do Povo está atrasado desde agosto de 2018, e todos os cadastrados têm um direito adquirido e por conta desse direito, enquanto o programa não for extinto e o cadastro não for cancelado, cada um dos cerca de 35.000 cadastrados pode reivindicar, judicialmente, o pagamento das parcelas a que tem direito. Pelo menos é o que dizem especialistas ouvidos pela Parabólica. O pior dessas coisas malfeitas é que condenações judiciais vão deixando contenciosos que sacrificam futuramente o orçamento do estado.

RENÚNCIA 1

A relação entre o governador Antonio Denarium e seu vice Frutuoso Guimarães nunca mais voltou a ser a mesma depois que os dois trocaram farpas publicamente faz alguns meses. Depois da troca de sopapos verbais públicos, os dois se fizeram fotografar e distribuíram as fotos por redes sociais para dizer que tudo voltara ao passado de boa convivência. Tudo encenação, ninguém conseguiu juntar os estilhaços do vaso quebrado, e apesar dos esforços de correligionários de ambos os lados, os dois nunca mais foram os mesmos na relação entre eles. Na época, muito se falou na renúncia de Frutuoso Guimarães.

RENÚNCIA 2

Ontem, a possibilidade de renúncia do vice-governador Frutuoso Guimarães voltou a circular nos bastidores da política local. E tudo em decorrência da exoneração do coronel Antônio Élcio Franco Filho, da Secretaria Estadual da Saúde (SESAU), e sua substituição pela advogada Cecília Smith Lorezom. Fontes muito próximas ao vice-governador dizem que ele gostaria de ter sido consultado sobre a mudança, afinal, como médico, veria como natural essa consulta, que não veio. Mais uma vez, o vice estaria profundamente decepcionado com o governador. Especialistas não acreditam na renúncia, mas dizem que seguramente vai aumentar o fosso político entre Denarium e Frutuoso. Vamos aguardar os desdobramentos.

FUNCIONA

Aliás, a nomeação da advogada Cecília Smith Lorezom como secretária estadual de saúde já era sabida desde o final da semana passada. Durante uma festa em badalado restaurante de Boa Vista, um empresário com reconhecido trânsito no Palácio Senador Hélio Campos chamava autoridades de outros poderes à sua mesa, e em voz alta, como que querendo ser ouvido pelos vizinhos, anunciava o nome da nova secretária de saúde. Assim funciona o governo Denárium.

PREMONIÇÃO?

Faz cerca de dois anos, o empresário Antônio Coelho de Brito, também conhecido como Simbaíba, assassinado brutalmente no último domingo, encontrou com um jornalista da Folha, num supermercado próximo de sua residência e comércio, na Avenida Venezuela. Ainda se recuperando de um problema cardíaco, Simbaíba se disse profundamente irritado depois que a prefeita Teresa Surita (MDB) anunciou a possibilidade de pagar aluguel para migrantes venezuelanos. “Isso vai estimular milhares de bandidos a virem de lá, para matar pais de famílias que vivem aqui”, disse ele. Premonição?

DEVOLUÇÃO

A empresa contratada para promover o concurso público para a Polícia Civil do estado chegou a registrar 30.792 inscrições naquele certame. As taxas de inscrição variaram de R$ 120 a R$ 160, do que resultou uma arrecadação de R$ 5.246.380,00. Até hoje, apesar de ter cancelado o concurso, o governo estadual não devolveu aos frustrados candidatos o valor que eles pagaram sonhando com o emprego público. Quando perguntado quando essa devolução vai ser feita, o governo diz simplesmente que o Gabinete de Crise “está finalizando os trâmites para autorização formal para que seja realizada a despesa relativa aos custos da devolução dos recursos das inscrições”. Pode? Aliás, você candidato frustrado, entendeu?

REFERÊNCIA 

Quando participava do encerramento do Encontro Nacional de Gestores de Pessoas do Poder Judiciário, realizado em Brasília, o desembargador Mozarildo Cavalcanti, presidente do Tribunal de Justiça de Roraima, foi convidado pelo conselheiro nacional de Justiça, Valdetário Monteiro, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a proferir uma palestra sobre o programa Qualijus. O público alvo foi composto de gestores do judiciário de todo o país. O Qualijus é o Programa de Gestão de Qualidade da Prestação Jurisdicional, do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, que vem sendo referência a toda a justiça brasileira. Que bom, somos referência.