Parabólica

Vacinas e o presidente 12558

Bom dia,

Hoje é terça-feira (14.09). O episódio acontecido no “cercadinho” do Palácio do Alvorada, local onde já virou rotina o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) para conversar com simpatizantes, revela o quanto parece ser complicado ter parceria política com o Palácio do Planalto e seu atual inquilino. Ontem, segunda-feira, foi divulgado nas redes sociais um vídeo onde um homem vestido de verde e amarelo “fuxica” ao presidente da República reclamando ser funcionário público do governo de Roraima e estar com seu salário atrasado por determinação do governador Antônio Denárium (sem partido) por ter se recusado a receber a vacina contra a Covid19. De bate pronto, Bolsonaro afirma que se verdade for a “denúncia” vai tirar o apoio que vem dando ao governo de Roraima e a seu governador.

Antônio Denarium tem sido um dos mais fiéis governadores seguidores de Jair Bolsonaro. Elegeram-se pelo mesmo partido, o PSL, e quando o presidente anunciou sua saída daquele partido, o governador o acompanhou de pronto, num gesto de lealdade quase canina. Denarium o acompanhou também na aventura frustrada de fundar um novo partido, o Aliança pelo Brasil, que nunca saiu do papel e foi jogado no escaninho do esquecimento. O governador chegou a ir para a praça pública junto com outros militantes bolsonaristas para coletar assinaturas de adesão ao natimorto Aliança pelo Brasil. Foi mais uma demonstração da fidelidade de Denarium a Bolsonaro.

Denárium, que está sem filiação partidária como Bolsonaro, sempre disse que seguiria com o presidente para qualquer partido que ele assinasse a ficha de filiação. E tem cumprido com a palavra até agora. O governador de Roraima também se recusou a participar com assinatura, ou palavra, das inúmeras expressões de descontentamento de governadores do Brasil contra eventuais atos da Presidência da República. E mesmo quando perguntado do eventual apoio de Bolsonaro a candidaturas de eventuais adversários seus no pleito de 2022, Denárium diz taxativamente não acreditar em tal hipótese.

O cidadão que “fuxicou” a Bolsonaro, segundo a manifestação do governo de Roraima não é funcionário público estadual, e, portanto, não está sem receber salário por conta da recusa em vacinar-se contra a Covid19. Ainda segundo o governo -e não há por que duvidar-se da afirmação-, trata-se de um pré-candidato nas próximas eleições, e fez a denúncia com objetivo de agradar a parcela de servidores públicos-seguramente minoritária-, que teima em não reconhecer a efetiva influência da vacinação que vem fazendo cair os índices de casos e mortes por Covid19, apesar da tal variedade Delta, que já chegou em Roraima.

Independente do mérito da decisão do governo estadual de suspender o trabalho, e por conseguinte o pagamento do salário de servidores que se recusarem a tomar a vacina -é bom lembrar que vários países desenvolvidos, inclusive, os Estados Unidos da América (USA) de Joe Biden, tomaram a mesma decisão-, o que é relevante é o fato de que o presidente da República continua reagindo e falando de bate pronto, a qualquer provocação, e que parece não admitir qualquer discordância mesmo dos correligionários mais fiéis.

E na verdade, estes comentários muito longe de defender as posições do governador Antônio Denárium -cada um escolhe os correligionários que quer-, o que se coloca como preocupação é o fato de que todo um estado posso sofrer as consequências decorrente de um “fuxico”, que absolutamente deveria ser tratado na sua devida dimensão. Afinal, ninguém pode criticar a disposição democrática do presidente de ouvir a população, mesmo que escolha ouvir os que lhes são simpatizantes.

TAPA-BURACOS

Que bom! O Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT) está realizando uma operação tapa-buracos na BR-174, entre Boa Vista e Mucajaí. Os trabalhos estão quase concluídos e rodovia nesse trecho que muito bom. Falta agora começar o trabalho de roçagem da vegetação marginal da rodovia para evitar o começo de incêndios no lavrado, que são recorrentes todo o ano. Essas duas semanas de estiagem, além de elevar exageradamente a temperatura está fazendo secar rapidamente a vegetação. Parabéns, pois, aos dirigentes locais do DNIT.

DIA D

Se não houver alteração na agenda das lideranças partidárias na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, é possível que hoje seja o “Dia D” sobre o futuro das coligações de partidos para disputar as eleições proporcionais -deputados federais e deputados estaduais-, no próximo ano. Será tentado um acordão para tentar fazer com que a matéria, já aprovada na Câmara dos Deputados, seja aprovada no Senado Federal, ainda a tempo de ser utilizada nas eleições do próximo ano. O tempo é exíguo, afinal, a PEC dever estar promulgada até o próximo dia 1° de outubro (as eleições ocorrerão no dia 02.10). Mas, quando os políticos querem eles fazem “milagres”, mesmo inventar tempo, queimando etapas.