Opinião

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Pautando a sociedade: as potencialidades turísticas do Amajari

Evandro Pereira

No Brasil, o turismo é o setor responsável por uma fatia de 8% da economia brasileira, entretanto, foi um dos setores que mais sofreu com a pandemia do novo coronavírus em 2020 e 2021. O Estado de Roraima tem um potencial espetacular para o turismo, em seus variados modelos, como o etnoturismo, ecoturismo, pesca esportiva, observação de aves, o turismo de aventura, dentre outros. Os desafios são muitos para estabelecer uma política permanente de incentivo e manutenção das ações do trade turístico local, pois este é um segmento, como todos sabem, que exige muito investimento e planejamento a longo prazo.

As ações do estado em nível federal e regional tem favorecido avanços importantes.   

O trade turístico que envolve o conjunto de equipamentos da superestrutura constituintes do produto turístico, caracteriza-se pelas estruturas de hospedagem, bares e restaurantes, centros de convenções, empresas de logística, lojas de suvenir’s, atuação das agências de viagens e turismo, realização de eventos, como feiras, festivais e um sem número de outras atividades comerciais que podem ser geradas a partir da atividade turística.

            No último mês de março de 2022, Roraima teve a grata satisfação de figurar na edição do Mapa do Turismo Brasileiro, elaborado pelo Ministério do Turismo, com 10 municípios, sendo prioridades de desenvolvimento turístico nacional. Antes eram nove. Os municípios de Roraima que fazem parte do Mapa do Turismo Brasileiro são: Amajari, Normandia, Pacaraima, Bonfim – Região Turística O Extremo Norte do Brasil; Alto Alegre, Boa Vista, Mucajaí, Cantá – Região Turística Roraima, a Savana Amazônica, e; Caracaraí e Rorainópolis – Região Turística Águas e Florestas da Linha do Equador.

            No Mapa do Turismo Brasileiro, os municípios, por meio de seus planos, têm condições de discutir o ordenamento da atividade turística, promovendo ações estruturantes, como a formação de profissionais do trade turístico, capacitação de condutores locais e guias de turismo, melhorias para a infraestrutura viária, elaboração de roteiros turísticos, dentre outras ações. Por isso, é importante que os prefeitos desses municípios e suas respectivas secretarias ou fundações estejam atentos aos incentivos federais junto ao Ministério do Turismo e ao Governo Estadual, pois o interesse deve ser de todos no incremento das ações

No município do Amajari, em especial, encontramos a sublime região do Tepequém, onde sua beleza atrai milhares de pessoas de várias partes do Brasil e do mundo. Já foi amplamente temas de músicas regionais, brilhou no cinema, foi transformada em poesia, aclamada por artistas e autoridades locais, consolidando-se em um dos grandes atrativos turísticos do estado de Roraima. O Tepequém sediou eventos históricos, como as edições do Tepequém Jazz Blues Festival, evento internacional que reúne grupos e cantores da região e países vizinhos. Sediou, recentemente, a Mostra Picuá de Cinema e Literatura, que movimentou a vila durante três dias. Também é palco da já tradicional corrida Tepequém Up, que está em sua 4ª edição. Esta e outras são iniciativas importantes para movimentar a economia nas pousadas, hotéis, campings, bares, restaurantes, transportes e valorizar a cultura regional.  

Além da estrutura disponível para a possível prática do turismo rural, como a bela e exemplar fazenda familiar do empresário Babazinho, localizada às margens da estrada de acesso a sede do município, no Amajari ocorrem importantes eventos culturais, como os festejos de Santa Luzia, que prometem retornar após a pandemia, no município. Destaque para o tradicional Festejo do Quarto de Bode, com o Forró do Quarto de Bode, considerado patrimônio cultural imaterial de Roraima pelo Poder Legislativo, em dezembro último. As comunidades indígenas do município também articulam-se para ingressar na prática da visitação turística ordenada, pois o etnoturismo começa a despontar como uma saída viável às comunidades interessadas.

Estas e outras experiências são importantes para que Roraima tenha opções de fomento ao turismo, resguardando as questões culturais e amazônicas, que são os grandes atrativos, assim como seu povo que precisa ser valorizado e respeitado.     

 

Sociólogo, ex-coordenador da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Indígenas e membro do Comitê Pró-Cultura Roraima.

O Brasil do Monte Caburaí ao Chuí

Brasilmar do Nascimento Araújo

 

     Dos notáveis brasileiros considerados heróis, que têm o seu nome no Livro de Aço, no Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília, há ainda, aqueles dignos de relevantes feitos que, contribuíram nas mais distintas áreas cimentando a história do Brasil. Seja no campo científico, na literatura, na educação, no esporte ou na política: todos são orgulhos nacionais. Pela conquista do Brasil soberano, pacífico e ancorado em instituições fortes, que preserva a natureza, educa seus cidadãos, respeita os limites de fronteiras e mantém laços de amizade com todas as nações do mundo. Não aceita a degradação covarde do trabalho escravo do homem do campo e abraça a cultura dos povos indígenas, coexistindo com todos, balizado no respeito e nas diversidades de cada um. Este é o País que queremos! Precisamos viabilizá-lo!

    A começar com a participação efetiva da sociedade brasileira à frente, onde homens e mulheres tenham os mesmos direitos fiscalizando e exigindo do Estado o que lhe contempla a lei, de tudo que é regido pelo país, apoiada em seus direitos e deveres, em benefícios de todos. Tendo em nossos parlamentos, em todas as esferas, políticos empenhados em fazer política alicerçados pelo patriotismo.

    O Brasil fortalecido da democracia, que não aceita mais o foro privilegiado, os bolsões de miséria que nos envergonham, que resulta na coisificação do homem. Queremos o País engajado na construção da grandeza humana: ju
ntos, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário trabalhando pela prosperidade de todos.

Precisamos do Brasil como o maior produtor de rebanho bovino do mundo e das safras recordes de grãos, ou seja, a nossa agropecuária alimentando o Brasil e o mundo. Precisamos, ainda, do desmatamento zero em todas as regiões, da revitalização da mata ciliar às margens de rios degradados e da sua adesão maciça ao projeto mundial da Organização das Nações Unidas (ONU). Plantemos, pelo Planeta, campanha do plantio de um trilhão de árvores ao redor do mundo. E mais, o Brasil avançando cada vez mais na tecnologia de ponta no campo aeroespacial, no naval, no siderúrgico e da prospecção de petróleo na camada do pré-sal; em águas profundas dos oceanos. É esse Brasil que nos orgulhamos de saber: referência mundial dos combustíveis renováveis a partir da cana de açúcar; das urnas eletrônicas de votação; da rede hospitalar SARAH, do aparelho locomotor e da empresa Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobrás), que é um símbolo Nacional.  

    Discorrer sobre o Brasil, suas conquistas em distintos períodos e em diversos segmentos é um incentivo para lembrarmos-nos da maior fonte de riqueza humana: a educação. A mesma que leva ao conhecimento constrói e realiza. “A educação é um fato social e humano, um fato de interesse universal”. Maria Montessori (1870-1952), educadora italiana. A educação tem esse fator integrador dos indivíduos, entre a escola e a vida social. Ela é um caminho promissor para inúmeras vitórias. Os olhos do mundo!

    Necessitamos de heróis como foi João Cândido (1880-1969), “O Almirante Negro”, que não aceitou a humilhação dos maus tratos na Marinha Brasileira no início do século XIX; de Nízia Floresta, educadora e escritora que defendeu com muita bravura, índios e negros em seus livros: “As lágrimas de um caeté” em,1849 e “Páginas de uma vida obscura” em, 1855. Ansiamos do heroísmo do desbravador Cândido Rondon, na implantação das linhas de telégrafo (meio de comunicação), entre 1892 e 1915; de Luís Alves de Lima e Silva “O Duque de Caxias” Patrono do Exército Brasileiro e de Ana Nery “A matriarca da enfermagem do Brasil”. E ainda os memoráveis irmãos Villas-Boas Orlando, Leonardo, Cláudio e do médico Noel Nutels, que dedicaram suas vidas aos povos indígenas do nosso País.

    Almejamos o Brasil unido, pujante, independentemente da cor da pele de cada um; somos a miscigenação de raças de um povo singular: brasileiros com muito orgulho.  Erguemos a nossa nação, desde a chegada dos portugueses, em suas caravelas, em 1500, para em seguida desembarcarem os Jesuítas, que contribuíram decisivamente por mais de dois séculos (1549/1759), na colonização, em especial na educação do nosso País. Estamos, hoje, caminhando na esteira do terceiro milênio do mundo globalizado que, necessariamente buscamos na cooperação, na amizade e na integração mecanismos que nos levem ao bem comum. Não é mais aceitável a discriminação e a escravidão, seja ela de qualquer ordem. Precisamos, sim, resgatar a importância dos negros e dos povos indígenas, como partes inseparáveis na formação da sociedade brasileira. Estamos todos mergulhados na mesma história!     

(*) Monte Caburaí, em Roraima, e Chuí, no Rio Grande do Sul, são os pontos extremos Norte/Sul do Brasil.

    Brasilmar do Nascimento Araújo * Articulista e Poeta

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A varredura inútil

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Varre, varre, vassourinha, varre, varre, a bandalheira. Que o povo já está cansado de sofrer dessa maneira. Jânio Quadros trabalhando conquistou o eleitorado. E com Porfírio da Paz, governará o nosso Estado…”.

Na continuação da musiquinha, o Jânio cita o Auro Moura Andrade, como candidato ao Senado. O Jânio caminhou até à Presidência da República. E foi aí que a jiripoca piou. Você já sabe quem foi apelidado, pelo Jânio, de “Forças Ocultas”. A verdadeira influência na topada do Jânio, na sua ridícula renúncia. Mas tudo bem, vamos continuar com o caminhar sem rumo, até encontrarmos a estrada.

Eu me sinto satisfeito em ter participado daqueles momentos que considero históricos na política brasileira. Até da anterior musiquinha da campanha do Café Filho, à vice-Presidência da República, bem antes do Jânio. A musiquinha do Café Filho fica pra depois. O que realmente vai nos interessar é o porquê do meu papo, hoje. Estou mais do que preocupado com certas medidas tomadas em relação às próximas eleições. Mas não vamos nadar em águas turvas quando devemos caminhar por caminhos limpos.

Uma das coisas que mais me preocupa atualmente, na política, são os interesses laterais. Quando na política os caminhos devem ser livres, abertos e racionais. Porque nada mais irracional do que considerar a política como algo irregular. E, por incrível que nos pareça, é assim que a maior dos eleitores vê a política. São os que vão votar porque são obrigados a votar. E quando fazemos alguma coisa por obrigação não nos sentimos donos de nós mesmos. Assim como nós somos tidos como cidadãos, mas não nos sentimos cidadãos. Embora ainda não sejamos esclarecidos para entender o desconforto.

Você educou seu filho sobre política, por isso está tranquilo com o incentivo que ele está recebendo para votar, porque ele já tem dezesseis anos de idade. Mas, infelizmente a maioria dos pais não educou. E nem está ligado ao perigo que estamos encarando sem preocupação. Porque não basta dizer ao jovem que ele deve votar, mas educá-lo para o voto. E como só damos o que temos, vamos nos educar politicamente para podermos educar nossos filhos para a idade adulta.

Vamos caminhar com calma e muito cuidado, porque estamos atravessando um verdadeiro campo-minado. E o mais seguro na travessia do campo minado é saber pisar sempre sobre as pegadas dos que já o atravessaram. Mas precisamos ser educados para saber quais as pegadas racionais e seguras. E só conseguiremos isso com muita educação. Que é o que estamos necessitando, no momento. Vamos fazer nossa parte como ela deve ser feita. Pense nisso.

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