Opinião

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Pautando a sociedade: pragmatismo na política

Evandro Pereira

O coronelismo e o paternalismo marcam a história política brasileira. Entretanto, outro elemento está no fundamento da construção do poder político e também econômico no Brasil, desde o período colonial: a escravidão. Essa triste marca histórica carrega consigo o racismo estrutural e a necropolítica, que é a decisão do estado brasileiro em aniquilar, por vários métodos, grupos e classes, notadamente: os afro-ameríndios; camponeses; moradores de áreas urbanas menos privilegiadas, como as favelas; membros das comunidades LGBTQIA+, mulheres de baixa renda; população de rua e; população carcerária. A condução política no combate à recente pandemia do Covid-19 deixou esse fenômeno mais evidente. Foram esses grupos, os mais prejudicados.

Se a desigualdade social brasileira exige maior consciência política desses grupos afetados, é por meio da compreensão do processo de escravatura tanto de indígenas, quanto da população africana que será possível perceber a herança maldita que o Brasil insiste em manter, sobretudo, sob a égide das classes altas e médias que usufruem dos privilégios e, para isso, utilizam os aparelhos do próprio estado, a política e os mass media.

A representação indígena na política precisa ser discutida. Isso é importante, pois vivemos sob ataque aos nossos direitos territoriais, que incluem nosso modo de viver e visão de mundo. A polarização que tomou conta da política no Brasil criou uma cortina de fumaça que impede a sociedade de ver as reais necessidades dos povos indígenas e como os parentes têm se organizado pragmaticamente para ocupar espaços de poder. A construção de candidaturas viáveis que tenham condições de eleição e condução do mandato na defesa dos interesses dos povos indígenas revelam que o pragmatismo eleitoral e partidário está além dos debates sobre se a esquerda ou a direita tem as verdades absolutas. É preciso ver na prática se as teses são verdadeiras. Vamos aos números.

No livro “Antropologia da política indígena: experiências e dinâmicas de participação e protagonismo indígena em processos eleitorais municipais (2020), os autores apontam o seguinte quadro: “As fontes para o mapeamento dos 583 mandatos indígenas conquistados em pleitos municipais entre 1976 e 2016 nos informam que nas eleições de 1976 foram eleitos para o mandato de vereador sete indígenas (cinco pela ARENA e dois pelo MDB). Quatro décadas depois, nas eleições municipais de 2016, membros de 14 etnias (de um total de 315 existentes no país) conquistavam 136 mandatos, sendo 125 deles como vereador, sete como prefeito e quatro como vice-prefeito. Nesse pleito eleitoral, o PT obteve o maior número dos mandatos indígenas (19), seguido do PMDB (17), PSDB (11), dentre outros partidos” (p. 21). Pela pesquisa, esses “outros partidos” são assim contabilizados: 16 partidos de centro-direita e 5 de centro-esquerda.  

Em 2020, quando ocorreu as últimas eleições municipais, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) identificou representantes de 73 povos, um recorde na história do Brasil quanto a participação dos indígenas em processos eleitorais. Os indígenas eleitos por partido ficaram distribuídos assim: partidos do espectro de centro-esquerda como o PT, PDT, REDE, PCdoB, PV elegeram 42 indígenas; enquanto as siglas mais a direita, como: MDB, PSD, PP, DEM, Cidadania, Republicanos, PR/PL, PSDB, PSC, PROS, PTB, PSB, PODE, Avante, PSL, Solidariedade, PRTB, somaram 155 candidaturas eleitas.     

Nota-se que no interior do movimento indígena é latente esse desafio de conciliar as pautas de resistência aos desmontes dos direitos com a representatividade de indígenas localizados em partidos mais a direita, os quais tem bandeiras contrárias aos próprios indígenas. Entretanto, é preciso qualificar o debate e verificar o fenômeno na prática da vida diária, evitando limitar se aquele parlamentar com suas alianças de direita ou esquerda é bom ou mau. Os indígenas precisam ocupar o poder. Esse é o ponto convergente. Ao mesmo tempo, é preciso saber quem é esse representante. Quais são suas intenções, suas pautas, seu histórico de luta e coletividade. Eis uma análise que exige dialogo e maturidade junto aos candidatos eleitos.

Os números mostram que é possível ocupar estes espaços de poder com estratégia e diálogo. Penalizados nessa conta, os partidos de esquerda, possivelmente, revelam que não tem estrutura, não tem financiamento, que falta mais diálogo ou até mesmo interesse concreto nas candidaturas indígenas. Entretanto, os povos indígenas que têm genuíno compromisso com a vida e a cultura (e não apenas com o desenvolvimentismo a qualquer custo) deve sempre analisar alternativas viáveis para eleger representantes que tenham qualidades comprovadas e compromisso com a sociedade como um todo. Por isso é preciso encontrar outros caminhos, ampliando os horizontes da paróquia, para conquistar Roma, mantendo o foco nas conquistas sociais e na defesa dos interesses dos povos indígenas, hoje, o maior desafio de quem está eleito em qualquer lado do espectro político.  

Foto: Fábio Nascimento – ISA 

Sociólogo, ex-coordenador da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores indígenas de Roraima e membro do Comitê Pró-cultura de Roraima.

Cuidados com a saúde dos idosos na chegada do inverno

Lucia Palma*

 

Em meses próximos ao inverno ocorrem diversas mudanças repentinas na temperatura. As alternâncias entre calor e frio – que muitas vezes surpreendem às pessoas – é extremamente prejudicial para a saúde se não forem tomadas atitudes adequadas.

Com a chegada do inverno e a queda brusca da
temperatura, é preciso atenção redobrada, principalmente, com a saúde de idosos que têm tendência a sentirem mais os efeitos dessa estação climática.

Com o corpo mais fragilizado, a sensibilidade fica mais alta, e as temperaturas frias e o tempo seco deixam os idosos vulneráveis a doenças – principalmente as de vias respiratórias. Gripes e resfriados se tornam mais frequentes, algumas dores se acentuam, e casos de doenças mais sérias, como pneumonia, aumentam nessa época do ano.

Desse modo, é primordial aumentar os cuidados com a saúde dos idosos para eles manterem uma boa qualidade de vida no inverno. Precauções extras com a alimentação, hidratação e se manter agasalhado, podem reduzir drasticamente as chances de doenças e internações.

É importante ter uma alimentação saudável, dar preferência para frutas ricas em vitamina C e alimentos que fortalecem o sistema imunológico. Manter uma boa hidratação é fundamental para o organismo funcionar em um ritmo melhor, a utilização de roupas confortáveis e quentes melhoram a temperatura do corpo.

Os idosos devem tomar banhos rápidos para deixar o corpo menos tempo exposto ao frio, com água em temperatura morna para não agredir a pele e após o banho deve-se secar bem o corpo para evitar resfriados, pneumonia e hipotermia – que é a baixa temperatura corporal.

É preciso estar atento ao calendário de vacinação dos idosos para manter em dia, sendo uma das medidas que contribuem na prevenção de doenças respiratórias e internações.

A imunização contra o vírus influenza e a gripe tem uma grande importância, pois fortalece a imunidade do idoso e diminui os riscos de surgirem outras complicações.

Em meio aos momentos vividos nos últimos dois anos, decorrentes da pandemia global causada pelo vírus SARS-CoV-2 e que ainda se faz presente na sociedade, é

essencial tomar os reforços da vacina contra a Covid-19 para manter uma completa imunização.

O acompanhamento dos profissionais em uma casa de repouso agrega na saúde do idoso, em função de que essas medidas podem evitar a queda da imunidade, diminuir a possibilidade de doenças e mantê-los saudáveis.

 

*Lucia Palma é formada em Gestão de Marketing pela Anhembi-Morumbi, CEO e fundadora do Portal Casas de Repouso.

Mude sempre

Afonso Rodrigues de Oliveira

“A maior descoberta de minha geração é a de poderem as criaturas humanas modificar as atitudes do espírito”. (William James)

A chuva forte passou, levou minha plantinha, quebrou carros pelas ruas, mas se foi. Outra voltou, hoje, e está tornando o dia desagradável para quem tem que ir para o trabalho. E daí? Por que eu deveria estar chateado por ter que ficar preso em casa, se a pandemia já me manteve agrilhoado por dois anos? Tudo faz parte da vida. E se estamos aqui para viver, não vamos perder tempo com acontecimentos naturais que fazem parte do viver.

Todos nós temos o poder de dirigir nossas vidas. Podemos mudar o rumo dos pensamentos, desde que eles não estejam nos fazendo bem. Sinta-se feliz por estar chovendo. Se não puder sair para o trabalho por conta da chuva, agasalhe-se. Simples pra dedéu. A chuva está aí para molhar. Vamos ser mais fortes diante dos problemas. Não permitamos que eles nos dominem. Não nos esqueçamos de que todos os vencedores tiveram que enfrentar o adversário. E quanto mais poderoso nosso adversário maior será nossa vitória.

Não desperdice seu dia com maus pensamentos. Não se deixe levar pelo pessimismo. Nada é mais poderoso do que você, se você não se sentir inferior. Mantenha sua mente sempre no positivo. Tenho comigo uma lista dos maiores exemplos de grandes vencedores porque venceram. Não fazem parte dos que pensam que venceram, vivendo do vencimento dos outros. Quando você passar em frente de uma loja Perin, faça uma análise sobre a origem daquela loja. Quem conhece a história do Perin, sabe o que é crescer na luta dirigida pela grandeza de espírito.

Não tente imitar. Tenha sempre os vencedores como exemplo, e não como modelo. Os caminhos nem sempre são o mesmo. O importante é que você saiba o que realmente quer e ir em frente. Cada um de nós tem seu caminho aberto, desde que saiba, e reconheça o seu valor. E você não é diferente. É só acreditar em você, no seu valor, na sua capacidade, e encarar as dificuldades com coragem e dignidade. Conversar com seu subconsciente é o caminho mais indicado para você alcançar seu objetivo. E conversar com o subconsciente é muito simples. Desde que você não seja um falador.

Fale com seu subconsciente através dos seus pensamentos. É o que você pensa, que é transmitido para o subconsciente. E quando o pensamento é firme, o desejo é alcançado. O que indica que seu futuro depende do que você pensa para o futuro. E não se esqueça de que seu futuro é amanhã. Então viva seu dia, hoje, como se ele fosse o último, porque é o que ele é. Depois da meia-noite ele já será ontem, e passado. Pense nisso.

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