Opinião

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Lula e Alckmin: a recuperação do sentido semântico da concórdia nacional

Celso Luiz Prudente

Éder Rodrigues dos Santos

O voto inteligente e útil é aquele que prevê a escolha de um projeto democrático e estratégico, que retome o crescimento do Brasil, que gere emprego e renda em alta escala, que inclua as minorias e a maioria minorizada, como afrodescendência, que reduza o desemprego e a fome. A chapa presidencial que concilia o censo da luta sindical do ex-presidente Lula e a teluricidade dialógica do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin ultrapassa – deixando para traz – a  patológica perspectiva de uma simplória polaridade instalada na mídia do país, que é nociva para o debate da política saudável e leva o país a um novo patamar de esperança e autoestima de nacionalidade. A aliança desmascara a solércia enganosa de “terceiras vias”, pois trata-se de uma aliança em prol da democracia e defesa e manutenção dos direitos conquistados e do compromisso inarredável da contemporaneidade inclusiva, em um momento do paroxismo no desvairado e intransigente anacronismo excludente.  

Politicamente pedagógica e estratégica nesse processo eleitoral de 2022, ano decisivo para retirar o Brasil de um possível isolamento internacional e das sucessivas crises, a aliança permite a esperança e o entusiasmo da nação, na perspectiva de projeto civilizatório, que são características de um país tropical miscigênico cujo espírito de democracia participativa cultiva a flor da paz de todas as cores, e acompanha um momento global de superação da política populista, criando uma era pós-Trump, pós-Boris Johnson, pós-negacionista, fenômeno que favorece ao Brasil ingressar em um cenário propício à diplomacia, de recuperação econômica e afirmação positiva de sua imagem internacional.

A positividade proveniente da união e do esforço de lideranças reconhecidas pela construção de políticas públicas solidárias é um choque psicológico que pacifica o Brasil e retira a população das sombras dos revisionismos históricos antiéticos, dos negacionismos e dos orçamentos secretos, levando a sério as questões contemporâneas coletivas, como os traumas da pandemia do Covid-19. A aliança Lula e Alckmin abre espaço para verdadeiros estadistas visionários, que fazem política com coração, furtando-se dos ataques de ódio fratricídio.  O brasileiro não aceita mais brigar com seus irmãos, recusa provocações polarizadas, não quer armas nas ruas. O povo brasileiro quer educação de qualidade, emprego, fortalecimento do SUS, maior segurança nas ruas, políticas afirmativas, defesa dos direitos das mulheres, da comunidade LGBT+, da juventude, dos indígenas, quilombolas e ribeirinhos.

A política embranquecida e anti-afirmativa que vigora há décadas no parlamento, resultado de um Congresso dominado pelos mesmos perfis coloniais que tanto mancharam a imagem do Brasil, está em rota de colisão com a capacidade do povo brasileiro de escolher melhor seus representantes. Esse avanço se faz necessário pela aliança Lula e Alckmin, pois une parcelas importantes da sociedade em um diálogo pela harmonia, reunindo energias provenientes dos movimentos sociais e populares organizados, refletida na participação do íbero-ásio-afro-ameríndio, no enfrentamento ao pensamento vampirizador e colonizador do euro-hétero-macho-autoritário.

Esse fenômeno nos dá esperança de ampliação da representatividade das maiorias minorizadas também no parlamento, pois dos 513 deputados atualmente no Congresso, 125 declaram-se negros, ou seja, apenas 24,3%. Brancos somam os outros 75%, de maioria masculina, sendo 436 homens e apenas 77 mulheres. Um quadro que promete ser alterado pela diversidade que se apresenta e se aproxima com as próximas eleições de outubro. Neste sentido, é urgente a necessidade do debate da construção de políticas públicas para o acesso à participação democrática. Evitando-se com isso a excludente política censitária impregnadas dos vícios autoritários, unicor e monocultural, no parlamento do nosso país onde, a multicoralidade e a multiculturalidade da população são inequívocas no ativo sentido de união pela concordância da construção do diálogo, em proveito da urgente necessidade de ampliação do consumo, na perspectiva da união por uma sociedade com a feição de toda gente da ampla diversidade brasileira.    

 Pós-doutor em Linguística pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL/UNICAMP), Doutor em Cultura pela USP, antropólogo, cineasta, professor associado da UFMT, apresentador e diretor do programa Quilombo Academia da Rádio USP/SP, curador da Mostra Internacional do Cinema Negro.  

2 Jornalista, cineasta, sociólogo, doutorando em Geografia pela UNIR, editor de publicações científicas da UFRR, pesquisador da Mostra Internacional do Cinema Negro.

Ria de você mesmo

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Ocupe seu tempo, crescendo, desenvolvendo sua habilidade e seu talento. Só assim não terá tempo para criticar os outros. Não acumule fracassos e sim experiências. Tire proveito de seus problemas e não se deixe abater por eles. Tenha fé e energia, acredite. Você pode tudo o que quiser”. (Aristóteles Onassis)

Se prestássemos menos atenção às falhas dos outros não cometeríamos tantas falhas. E o mais engraçado é que quando falhamos pomos sempre a culpa em quem nos inspirou à falha. E em vez de nos corrigirmos, nos emburramos, como dizia o antigo nordestino. A verdade é que ficamos a vida toda tentando aprender com os outros. É quando rimos deles quando deveríamos rir de nós mesmos. “A gente começa a ser feliz quando é capaz de rir da gente mesmo”. Comecemos a rir dos nossos erros. Eles não são mais do que lições no aprendizado. Quando não aprendemos com os nossos erros estamos repetindo o erro de maneira diferente, e só.

E vamos parar de ficar falando de erros. Sejamos mais atentos e concentremo-nos nos acertos, sejam os nossos ou os dos outros. A felicidade está bem aí. Nós é que não somos capazes para vê-la. E isso porque ela é invisível. E só quando formos capazes de ver com a mente, a descobriremos onde estivermo
s. Simples pra dedéu. Tão simples conviver com ela, mas a simplicidade sempre foi uma complicação para o ser humano. Todos nós rimos mais com a complicação do que com a simplicidade.

Vamos parar de complicar e falar de coisas simples. Quando caminhamos encontramos sempre alguma coisa simples que poderia nos trazer felicidade, e a ignoramos. Já me tornei repetitivo falando das florezinhas silvestres que encontramos pelas ruas. A idade chega e nem percebemos que as borboletas, as abelhas, os besouros, todos foram mais inteligentes do que nós, seres humanos. Preste mais atenção a coisas simples que podem lhe parecer tolice. Olhe-se no seu espelho interior e descobrirá que o tolo foi você e não o besouro. Ele foi esperto com a flor, enquanto você a negligenciou. Jogou um pouquinho de felicidade para o baú da insignificância quando poderia tela aproveitado para um dia feliz.

Aproveite cada minuto do primeiro dia da semana armazenando bons momentos para a semana. Nada que lhe interessa deve lhe trazer pensamentos negativos. Sua felicidade está em você. Na sua capacidade de mirar apenas no que lhe interessa como motivo para ser feliz. Valorize-se no que você é. E só você tem o poder de fazer você se sentir feliz ou infeliz. Ninguém mais, além de você mesmo, ou mesma, tem esse poder. Então não espere pelos outros, faça você. Pense nisso.

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