Bom dia,

Hoje é segunda-feira (01.06). Estamos começando a semana como todas as últimas anteriores. Acordamos sob a angústia trazida pela tragédia, cada dia maior, provocada pandemia do Covid19; e pela incerteza da evolução da crise política que se instalou entre o Palácio do Planalto e o Poder Judiciário, que se representa pelo supremo Tribunal Federal (STF). Como nos finais de semana anteriores, avenidas de Brasília e também de São Paulo, foram palcos no domingo (31.05) de manifestação de ativistas que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que utilizam palavras de ordem contra o STF, criticam a imprensa, e fazem apelo por golpe militar. Isso assusta os brasileiros e as brasileiras, mesmo que muitos não tenham sentido na pele os dissabores da ditadura.

E esses movimentos pedindo ditadura, que no começo pareciam escandalizar muita gente, vão aos poucos sendo encarados como normais de uma época de tanta divisão ideológica, que vem sendo cultivada -diga-se a bem da verdade-, desde os tempos do lulopetismo, e seu mantra do “nós contra eles”, ou “do nós contra os coxinhas”. E esse discurso ideológico continuou sendo alimentado pelo atual governo, e as forças sociais que o apoiam, agora sob a roupagem dos “esquerdistas conta os da direita cristã”. Na falta de vozes conciliatórias, que se façam capazes de ser ouvidas, os brasileiros caminhamos cada dia mais divididos, mesmo que na presença de uma pandemia, que à princípio, deveria ser motivadora de união contra ela.

Junte-se a esse divisionismo, o brutal desencanto dos brasileiros e das brasileiras contra os defeitos -corrupção e malfeitos-, e a ineficácia -falta de respostas contra a desigualdade social e a falta de emprego-, da democracia representativa no Brasil e, aí, temos todos os ingredientes de motivaram e alimentam essa crise moral, política, social e econômica que nos infelicita faz mais de uma década. E o pior: quase ninguém está vendo mais uma luz no final do túnel, capaz de alimentar a esperança de uma saída. É triste começar mais uma semana com tanta desesperança. Mas, o que fazer?

IGUAL

Roraima tem a menor população do país, Representamos inexpressivos 0,31% da população brasileira, mas do ponto de vista do caráter e da velhacaria somos uma amostra significativa do povo tupiniquim. Investigações da polícia estadual já detectaram dezenas de processos fraudulentos que permitiram o recebimento do auxílio criado pelo governo federal (Corona Vauchers) para minimizar as agruras dos mais pobres provocadas pelo Covid19, aqui no estado. Também em Boa Vista, grupos de imbecis convocados por outros imbecis, que têm acesso direto às redes sociais, promovem “pancadões” movidos a bebidas alcoólicas e drogas. Tudo como se faz no restante do Brasil. É mole?

EXPECTATIVA 1

E a semana também começa sob a expectativa da entrada, finalmente, em funcionamento da Área de Proteção e Cuidados (APC), que antes foi chamada de hospital de Campanha do Exército. Pressionado por Defensoria Pública/Ministério Público Federal/Tribunal de contas do Estado, o governo estadual anunciou ter firmado contratos de trabalho de médicos e paramédicos, e de pessoal de trabalhadores de apoio, necessários ao funcionamento da APC. Materiais e equipamentos enviados pelo Ministério da Saúde -o ministro interino visitará Boa Vista esta semana-, e devem ser entregues ao Exército agora, no começa desta semana.

EXPECTATIVA 2

Outra grande expectativa para a semana é a decisão que deverá ser dada pela justiça local, pedida pela Promotoria da Saúde do Ministério Público Estadual , sobre a obrigação dos governos, estadual e do municipal de Boa Vista, de declararem o fechamento total da circulação de pessoas, o chamado “lockdown”. O desejo da promotora vai de encontro a intenção, aparentemente consensual, de empresários e trabalhadores de que a vida volte o mais rapidamente possível à normalidade. Talvez que o caminho mais curto para combater a proliferação da pandemia seja o controle dos cuidados sanitários (distanciamento entre pessoas, uso de máscaras e lavagem de mãos), e a disponibilidade de testes para detectar o vírus, a aí sim, isolar os infectados.

CRÍTICAS

Embora tenha dito que está avaliando com muita prudência, do ponto de vista legal e da oportunidade política, o pedido de impeachment contra Antônio Denárium assinado por três parlamentares estaduais, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), Jálser Renier (Solidariedade), fez duras críticas ao governador. Negando que seja aliado político do governo, Jálser disse que ao contrário das afirmações de que “Roraima está cada dia melhor” ditas diariamente por Antônio Denárium, as coisas no estado estão cada dia piorando. A afirmação do presidente da ALE foi feita durante entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, ontem, domingo (31.05), apresentado pela jornalista Cida Lacerda.