Bom dia,
Hoje é sexta-feira (01.04). No Brasil o aproximar do prazo final para filiações partidária para os que desejam ser candidatos o cenário político/eleitoral para dar razão a conhecida expressão do banqueiro e político mineiro Magalhães Pinto de que “política é como nuvem. Você olha para cima e vê de uma forma. Pouco depois, olha de novo e já está de outro jeito”. Ontem foi assim. De manhã o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, terceiro colocado nas pesquisas de intenção de votos era candidato à Presidência da República pelo Podemos; e João Dória (PSDB) fofado pelos próprios companheiros de partido falava aos seus mais próximos que desistiria da indicação a candidato ao Palácio do Planalto, obtida em prévias pelos filiados tucanos.
Pois bem, no meio da tarde, ainda ontem, Sérgio Moro anunciava sua decisão de deixar o Podemos para filiar-se ao União Brasil, e para isso, foi obrigado a abandonar a corrida pela Presidência de República; enquanto quase na mesma hora João Dória reuniu quase todos os prefeitos de São Paulo para renunciar ao governo do estado e reafirmar sua candidatura a comandar o Palácio do Planalto a partir de 2023. São decisões com potencial para alterar o quadro sucessório na presidência do Brasil, ainda que a disputa pareça continuar pendulando entre Jari Bolsonaro (PL) e Lula da Silva (PT).
AVALIAÇÃO 1
Se a desistência de Sérgio Moro de disputar a Presidência da República for para valer, parece que o ex-juiz avalia muito mal o cenário antes de tomar suas decisões. Primeiro, quando deixou a magistratura para ocupar o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro, com a promessa pública do presidente de que o faria ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-juiz avaliou muito mal os critérios políticos para a indicação ao cargo, que passa pelo crivo dos políticos, uma classe que majoritariamente o detesta pelas ações que ele presidiu enquanto juiz da Operação Lava Jato. Bolsonaro nunca teve uma maioria no Senado Federal capaz de garantir sua aprovação pelos senadores, muitos dos quais políticos que respondem a processos por corrupção no próprio STF. Ele igualmente avaliou muito mal o poder das raposas felpudas que já estão no STF, e que não o queriam como companheiro capaz de mudar a lógica de como as coisas se decide por lá.
AVALIAÇÃO 2
Quando decidiu aceitar o convite para filiar-se ao Podemos, depois de romper com Jair Bolsonaro quando percebeu que este não o faria ministro do STF, Sérgio Moro já sabia que o partido era pequeno, sem capilaridade política pelo país para fazer campanha para a Presidência da República; e que receberia uma das menores cotas do Fundo Eleitoral. Talvez imaginando a repetição de um fenômeno similar ao que elegeu Bolsonaro, ele começou a fazer a campanha, mas logo percebeu que não teria alcance para chegar à massa do eleitorado e muito menos grana para bancar uma campanha realmente consistente. E por isso, antes mesmo de começar a corrida eleitoral desistiu da empreitada, sem mesmo avisar a direção do Podermos que com esperança trabalhava por sua eleição.
VAI CONSEGUIR
Mesmo com a saída de Sérgio Moro, o ex-deputado federal Luciano Castro, que preside o Podemos em Roraima disse ontem (quinta-feira) que o partido vai conseguir formar uma nominata tanto para disputar vagas para a Câmara Federal, quanto para a Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Fontes da Coluna garantem que o auditor fiscal de tributos estaduais, Ozeas Colares vai manter a candidatura ao Senado Federal pelo partido. Já estava marcada para o dia 19 deste mês uma visita de Sérgio Moro a Boa Vista para o pré-lançamento das candidaturas do Podemos nas eleições roraimenses de outubro próximo. Experiente político ouvido pela Parabólica diz que não será fácil a tarefa dos dirigentes locais do Podemos depois da saída de Sérgio Moro.
INDEFINIDA
Embora os novos dirigentes locais do PTB reafirmem a disposição do partido de lançar a pré-candidatura do médico cardiologista Petrônio Araújo ao governo do estão, a situação do PTB em Roraima continua indefinida, especialmente depois do afastamento do presidente nacional da sigla Marcos Vinícius, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morais. No caso do deputado estadual Jefferson Alves, ele continua otimista, até hoje pelo menos, com a possibilidade do deferimento de um Mandado de Segurança pela Justiça que lhe devolva o cargo de secretário-geral da Executiva Nacional do partido, e por via de consequência, a volta do controle local do PTB.
RETA FINAL
O final de semana será marcado por intensas conversas entre pretendentes a candidatos no próximo pleito e os dirigentes de partidos em Roraima. Por conta disso, ninguém abre o jogo sobre os entendimentos até agora firmados, afinal, muita coisa pode mudar a partir da dança dos interessados que podem sair e entrar nas siglas movidos apenas pelo pragmatismo, que inclui negociar sobre a grana do Fundo Eleitoral. Que fazer, a estrutura partidária no Brasil, e em Roraima não é diferente, se amolda a cada pleito eleitoral.
VEREADORES Por enquanto, cinco vereadores de Boa Vista já confirmaram que são pré-candidatos ao pleito eleitoral de 2022. Três deles irão concorrer a uma vaga na Câmara Federal: Ruan Kenobby (PV), Regiane Matos (MDB) e Kleber Siqueira (Solidariedade), e dois disputarão uma vaga para a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR): Idázio da Perfil (MDB) e Melquisedek (PSL). APROVADO Um projeto de lei do Executivo municipal, que cria a gratificação de 60% por realização de procedimento cirúrgico (GRPC) para o desempenho profissional de castração para controle populacional de animais de rua, foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Boa Vista. O percentual da gratificação será em cima do vencimento dos servidores médicos veterinários efetivos, que exerçam atividades ligadas à castração de animais domésticos, da Secretaria Municipal de Saúde. O PL agora segue para sanção do prefeito Arthur Henrique (MDB).