Jessé Souza

A dificil trilha 28 04 2015 918

A difícil trilha – Jessé Souza* Assim que comecei a escrever neste espaço – e lá se vão 18 anos -, toda vez que eu tratava do tema corrupção, logo eu recebia correspondência de alguns leitores que me chamavam de ingênuo ou até mesmo de lunático. Diziam que Roraima nunca iria seria um Estado sério porque a bandalheira seria algo institucionalizado, por parte dos governantes, e enraizado culturalmente na vida do povo. E não foram poucas as vezes que eu insistia neste tema, pois desde que comecei a atuar na imprensa diária, isso há 24 anos, eu já sabia que a corrupção era (e continua sendo) o grande desafio desta terra. Quase duas décadas e meia depois, o desafio continua sendo o mesmo, porém, muita coisa mudou para melhor. Naquele tempo, seria impensável algum governador ser cassado ou um ex-governador ser preso por corrupção nem se imaginaria que algum magistrado fosse punido por envolvimento em atos corruptos. Até jornalista “afoito” era eliminado na bala. A legislação foi aperfeiçoada e muitos corruptos tiveram que recolher suas asinhas para que não fossem cassados ou enquadrados com base na Lei Ficha Limpa. Ainda há muito terreno pela frente, mas o Estado de Roraima avançou no que diz respeito ao combate à corrupção. O povo ainda está aprendendo a cuidar de seu voto, porém existe muita gente comprometida em mudar este quadro de bandalheira que ficou enraizado por longos anos, desde o tempo de Território Federal. Não se muda o pensamento de uma geração de maneira fácil, em poucos anos. Nem os hábitos podem ser transformados em um ou dois séculos. Essa é uma trilha longa e árdua, que requer vigilância constante por parte de todos e principalmente formação familiar, com filhos e netos que irão continuar com a missão de não deixar que esse Estado seja sugado por políticos corruptos, os quais enriquecem à custa de nossos impostos e montam suas riquezas para investirem o dinheiro bem longe daqui. As transformações são lentas mesmo. O desenvolvimento que irá permitir que nossas vidas sejam influenciadas de forma direta pelos governos depende desse esforço coletivo e às vezes isolados de muitos que estão atuando em sua profissão ou em sua comunidade pela moralização do bem público. O que não se pode é deixar de acreditar nem deixar que forças nem tão ocultas assim nos roubem a esperança de transformações sólidas a fim de frear a roubalheira oficial e mudar o destino do Estado de Roraima para melhor. A cada ciclo, novos desafios, mas já demos passos firmes e decididos para que as mudanças ocorram. Esmorecer jamais. A persistência é a maior arma para encarar os grandes desafios. *Jornalista [email protected]