COLUNA PARABÓLICA

A imprensa ativista e a derrota nacional da esquerda em 2024

Coluna desta terça-feira (29) ainda repercute investigação para apurar pesquisa irregular que teria beneficiado candidato do interior

Bom dia,

Deixamos a poeira baixar um pouco para falar sobre o resultado das eleições tanto no primeiro quanto no segundo turno. A primeira constatação é que o consórcio da imprensa tradicional (Globo, CNN, Bandeirantes e outras) foram a vedete dessas eleições. A prática de uma imprensa ativista corrói o resto de credibilidade ainda existente nas empresas de comunicação tradicional, aquelas que contratam profissionais para produzir a boa e verdadeira notícia. Um exemplo basta para ilustrar esse ativismo: quando os números das pesquisas de intenção de voto já apontavam para um largo favoritismo do candidato Ricardo Nunes (MDB) para a prefeitura paulistana, essa imprensa ativista e seus comentaristas continuava falando da iminente virada de Guilherme Boulos (PSOL), elencando todas as variáveis possíveis.

Depois de apurados os votos do segundo turno, essa mesma imprensa não teve dúvida de afirmar que o principal vencedor do pleito municipal teria sido o presidente Lula da Silva (PT), apesar dos números mostrarem um desempenho pífio do PT e seus aliados à esquerda. Segundo os mesmos comentaristas, Lula adotou uma postura que já aponta para a eleição presidencial de 2026 e que o resultado da eleição municipal lhe abre as condições políticas para a formação de uma frente ampla que lhe assegure à reeleição à Presidência da República. Mais forçação de barra, impossível. A esquerda, definitivamente, foi mal nas eleições porque continua com o mesmo discurso político desde o final do Século XX e início deste Século XXI.

É claro, os grandes vencedores do último pleito municipal no Brasil, a partir do número de vereadores e prefeitos, foram o PSD e o MDB, partidos sem qualquer direcionamento ideológico e doutrinário e podem pendularmente apoiar candidatos da esquerda quando da direita, desde que esses candidatos tenham um perfil de favoritismo para vencer eleições. Eles se caracterizam por serem grandes partidos com capilaridade nacional, mas não almejam lançar candidatos à Presidência da República, por não terem cores ideológicas e doutrinárias, e, portanto, sem projeto de nação para o Brasil. Para esse tipo de partido político, não importa se um governo é intervencionista ou liberal. O que conta é a participação nos ministérios e estatais em qualquer governo.

E se o atual governo conseguir entregar bons resultados na área do emprego e na economia, não há qualquer dúvida que esses partidos estarão na barca de Lula da Silva, especialmente se o atual presidente ouvir o recado das urnas e abrir mais espaços em seu governo, mesmo que as principais ações governamentais vão de encontro ao discurso de seus líderes. Amanhã escreveremos sobre a direita.

Mudanças

Durante entrevista à rádio Folha FM 100.3, no domingo (27), o prefeito Arthur Henrique (MDB) não afastou a possibilidade de mudanças na sua equipe do primeiro escalão, e inclusive adiantou que algumas delas serão discutidas nos próximos dois meses e, portanto, devem ser anunciadas até o final deste ano. O político não se esquivou da pergunta e deixou claro que esse é um processo normal de ajuste administrativo.

Centro-direita

O prefeito se autodeclarou como tendo uma visão de liberalismo, embora cauteloso, conforme o próprio, para não esticar demais a corda junto ao governo federal e, dessa forma, prejudicar a cidade. “Meu caminho sempre foi mais liberal em termos de economia, vejo que a atual política prejudica não apenas a população de Roraima, mas a do Brasil todo”, comentou. Ele também negou que vá sair do MDB e migrar para o PL.

Pesquisa

O Ministério Público de Roraima (MPRR) publicou portaria de instauração de procedimento preparatório para apurar uma notícia de fato de possíveis indícios de irregularidades na divulgação de pesquisa eleitoral não registrada, no Município de São Luiz, com intuito de beneficiar um candidato. Se procurar um pouquinho mais, os promotores verão que fatos assim aconteceram em vários municípios.

Energia solar

A Prefeitura de Uiramutã publicou a adesão à ata de registro de um pregão eletrônico, em lote único, para contratação de uma empresa fornecedora e instaladora de sistemas de microgeração e minigeração de energia solar fotovoltaica, com valor total de R$ 9.985.545,54. A empresa vencedora é uma construtora com sede em Manaus, no Amazonas, com capital social de R$ 1.050.000,00.

Terceirizada

A Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) publicou, no último dia 24, o aviso de homologação de um pregão presencial para contratação de empresa para a prestação de serviços de apoio administrativo, para atender a sede da instituição pelo valor de R$ 2.114.889,54. A empresa vencedora possui sede em Boa Vista e tem capital social de R$ 300 mil.

Aditivos 1

A Prefeitura de Cantá publicou pelo menos cinco extratos de aditivos em licitações para aquisição de merenda escolar para atender a rede municipal de ensino. Um deles teve valor inicial de R$ 495.903,00, ajustado para R$ 619.878,75. A empresa fornecedora tem como a principal atividade econômica serviços combinados de escritório e apoio administrativo, tem sede em Boa Vista e capital social de R$ 200 mil.

Aditivos 2

Nos demais, os valores aumentaram de R$ 227.153,00 para R$ 283.941,25 – este com uma empresa de consultoria em tecnologia da informação, com sede em Mucajaí; de R$ 447.384,00 para R$ 559.230,00 e de R$ 226.657,90 para R$ 283.322,38. Já o quinto contrato ajustado, o valor que era de R$ 133.975,00 para R$ 167.468,75. Importante salientar que os ajustes foram feitos em vias de terminar o ano letivo.

Vicinais

A Prefeitura de Rorainópolis publicou os resultados de duas concorrências públicas presenciais para obras relacionadas às estradas vicinais da região. A primeira delas para adequação dessas vias, pelo valor de R$ 2.852.726,45, e a segunda, fruto de convênio com a Caixa Econômica, pelo valor de R$ 1.623.060,50, para recuperação de estradas. Não foram anunciados quantos quilômetros e nem localidades das obras.