A vergonha em números e fatos
Desta vez, o Estado não entrou na lista dos piores, mas isso não quer dizer que estejamos “bem na foto”. A pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 25, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), aponta que mais da metade dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental apresentaram nível insuficiente de leitura e em matemática, ou seja, dificuldade em interpretar um texto e fazer contas.
As regiões Norte e Nordeste foram as que obtiveram os piores resultados de leitura, com 70,21% e 69,15% dos estudantes apresentando nível de insuficiência, respectivamente. Esses percentuais caem para 51,22% no Centro-Oeste, 44,92% no Sul e 43,69% no Sudeste.
Crianças com deficiência no ensino significam problemas no futuro, a exemplo de gente concluindo o ensino médio com grandes deficiências (caso não desista no meio do caminho) ou até mesmo “analfabetos funcionais”, os quais não conseguirão chegar até o final de sua formação, restando a eles o desemprego ou o subemprego.
A falha no sistema educacional está exposta nas redes sociais diariamente, com pessoas que não conseguem interpretar um texto com cinco linhas ou sentem enorme dificuldade para escrever uma postagem de três linhas, sem apresentar erros crassos do começo ao fim.
Até mesmo pessoas com formação superior revelam deficiências surpreendentes em seus perfis na internet, a ponto de não saberem escrever um verbo no infinitivo, ou seja, não conseguem colocar a letra “r” no final da palavra (“Ele me fez um ‘favo’”, em vez de “favor””) ou desconhecem a grafia correta na hora de usar as palavras, a exemplo de “pedi” e “pede”.
Tudo isso mostra a deficiência que vem da base de um ensino que fica cada vez mais precário, principalmente nas escolas das zonas rurais ou nos bairros periféricos, onde não há estrutura adequada para um ensino minimamente de qualidade. Ainda temos escolas funcionando em casas de madeira ou de taipa nos municípios do interior.
Neste momento, em Roraima, as crianças não conseguem chegar à escola porque o governo ou a prefeitura não pagaram o transporte escolar, fora as condições precárias das unidades de ensino, com estrutura deficiente, a começar por falta de bibliotecas e materiais pedagógicos.
Se nas escolas da Capital falta laboratório de informática, imagine naquelas unidades aonde o governo só chega para entregar merenda escolar – quando chega, é verdade! Mas promessas não faltam, inclusive aquela enganação de que as escolas terão aplicativos para alunos e professores. É claro que isso não passa de enganação… Olhemos o Facebook…
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