AFONSO RODRIGUES

Abraço para Maria

“Morena bela e faceira

Como uma flor aguapé

Nasceu menina valente

Tornou-se linda mulher”

(Zanny Adairalba)

Estávamos ainda na conhecida “flor-da-idade”. Era noite, e eu caminhava pelo meio da multidão, naquela festa junina, em Natal, no RN. De repente vi aquela garotinha lindinha, passeando com uma mulher familiar. Nem imaginei, nem percebi que ela não teria mais de uns treze aninhos de idade. Mesmo assim, já que eu não tinha mais de dezessete aninhos, comecei a fazer cerco em volta da escultura humana. E não é que deu certo? O primeiro encontro, é claro, foi no dia seguinte, porque comecei a circular sua residência, como quem procurava, sem saber o quê. Mas nos encontramos, o que fez de minha vida um momento interminável de felicidade e bem-estar. E olha que isso foi lá pelos idos de mil novecentos e cinquenta e dois.

Recentemente festejamos, aqui em Boa Vista, nossos 64 aninhos de casados. Felizes e amados, acompanhados por seis filhos que nos tornam feliz e amados, acompanhados por dezoito netos que nos honram e nos fazem feliz e orgulhosos por tê-los como resultado de um amor, fundido no cadinho do respeito. Um namoro quase infantil, que gerou e criou uma família com um número considerável de pessoas que muito me orgulham e me fazem feliz, independentemente das dificuldades naturais que aprendemos a encarar com hombridade e muito respeito.

A garota daquele tempo chama-se Maria da Salete Oliveira. No decorrer de todos esses anos de vivência criamos seis filhos, recebemos mais de dezoito netos e cumprimento com carinho e amor, mais de oito bisnetos. O que me enche de orgulho, podendo ver, cumprimentar e abraçar a todos, com amor verdadeiro e puro. Ontem festejamos o aniversário da dona Salete, lá no sítio do nosso filho, Rômulo Rodrigues de Oliveira, lá no Município do Cantá. Foi um dia feliz que nos enriquece a mente, e nos torna o que realmente somos. E é por isso que somos felizes. Mas, ela não permitiu que lhes dissesse quantos anos ela comemorou. Mas, se você prometer que não vai falar para ela, vou confessar: Aquela garotinha de 13 aninhos de idade que conheci naquela noite festiva completou, ontem, 84 aninhos de idade, cheia de alegria, força, saúde e, sobretudo muita felicidade com disposição e ânimo para ser feliz. E tudo alimentado pelo amor.

Vamos seguir o exemplo de como devemos levar a vida guiada pelo amor, porque sem ele não há como ser feliz. E o amor está no respeito que temos pelo próximo, respeitando-o no que ele é, porque somos todos iguais nas diferenças. Construa sua família com amor e respeito, e ela o orgulhará. Pense nisso.

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